Rede ferroviária fica com menos 40% das linhas em 2012

A rede ferroviária portuguesa de passageiros vai ficar em 2012 com menos 40% das linhas que possuía no auge da sua actividade, em 1944, penalizando sobretudo o interior do país.

De acordo com o documento preliminar do Plano Estratégico dos Transportes, o Governo vai desactivar até ao final do ano os serviços de passageiros nas linhas ferroviárias do Leste (151,4 km), do Vouga (95,8 km) e do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz (55,7 km).

Será também desactivada a Linha do Alentejo, entre Beja e Funcheira (61,9 km), mantendo-se a ligação ferroviária de mercadorias às minas de Neves Corvo.

A Linha de Cáceres (80,1) também será encerrada, tal como as linhas do Tua (54,1 km), Tâmega (12,8 km), Corgo (25,1 km) e Figueira da Foz (50,4 km), actualmente com circulação suspensa.

No total são 622,7 quilómetros, que representam 185 da rede ferroviária e vão juntar-se aos 23% que já tinha encerrado.

Segundo o documento preliminar do Plano Estratégico dos Transportes o Governo pretende encerrar 622,7 quilómetros de linha ferroviária a passageiros no próximo ano, somando-se aos pouco mais de 900 quilómetros que foram encerrados à circulação desde 1987, quando o Governo de Cavaco Silva começou a diminuir a rede existente.

Depois de mais de 40 anos de forte expansão ferroviária, o mapa ferroviário português ficou completo em 1944 com 3772.6 quilómetros. Com os encerramentos agora anunciados, Portugal perde um total de 1,583.2 quilómetros de linha a passageiros.

|Lusa|
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Comentários

Anónimo disse…
Até que enfim que aparecem à luz do dia importantes decisões de política económica, por parte de um Governo ainda com pouco tempo de vida mas já muito sabedor.
Anónimo disse…
Nas linhas a fechar falta o troço entre Faro e Vila Real de Santo António... a não ser que seja para dizer que há CP até à fronteira...
Al Cardoso disse…
Mas vejam que uma das razoes para o encerramento de muitas linhas, e nao haver passageiros e nunca os havera no interior, se continuar-mos a deserticar-nos e a culpa sera de todos nos. E muito mais conveniente ir de carro ou autocarro, que vai aos mais reconditos lugares e o comboio nao.
Espero que as portagens e a carestia de combustiveis, possam obrigar as pessoas a viajar mais de comboio, com vantagens para os proprios e para o pais.

Um abraco regionalista.
Paulo Rocha disse…
Noutros países, com outras formas de olhar para as coisas, as linha ferroviárias existentes são uma mais valia e são sinónimo de desenvolvimento.