Protesto pela linha do Corgo

O Movimento Cívico pela Linha do Corgo (MCLC) promove no domingo um protesto contra o encerramento desta via, entre Vila Real e Régua, que começa com uma viagem de carro pela estrada alternativa que é "um convite ao acidente". "Em algumas curvas da estrada alternativa à ferrovia um autocarro nem se consegue cruzar com um automóvel. É um convite claro ao acidente", afirmou Daniel Conde, do MCLC. Após a suspensão da linha, em 2009, a CP implementou um serviço de autocarros que serve de alternativa ao comboio.

Esta manifestação, que se inclui numa acção de defesa dos "Vales Durienses Ameaçados", tem partida marcada para a Estação de Vila Real, com viagem de carro até Alvações do Corgo. Depois, os participantes seguem a pé pelo ramal já desactivado da Linha do Corgo e concentram-se no largo da Estação da Régua.

O objectivo, segundo Daniel Conde, é "reivindicar o regresso do comboio" e também "chamar a atenção da sociedade civil para a situação actual da linha e o seu potencial de desenvolvimento".

O Plano Estratégico de Transportes do Governo prevê a desactivação da Linha do Corgo, entre Peso da Régua e Vila Real, que actualmente se encontra com circulação suspensa. Encerrada desde Março de 2009 pelo anterior governo, que alegou razões de segurança, a linha que ligava a Régua a Vila Real deveria ter sido alvo de um investimento de 23,4 milhões de euros em obras de reparação e reabrir até ao final de 2010. As obras pararam após o desmantelamento dos carris, ficando no lugar da linha-férrea uma estrada de terra batida.

O MCLC lançou uma petição em defesa do regresso do comboio a esta via já em 2012. O objectivo da petição é atingir as 4000 assinaturas, número mínimo para levar a petição a debate na Assembleia da República. Daniel Conde, do MCLC, defendeu a reactivação da linha, mas com um comboio moderno que ande entre 50 a 80 quilómetros e com horários que sirvam as populações.

"Neste país só não há dinheiro para o que não se quer. Só nos estudos do TGV já se gastaram 116 milhões de euros e não há nada no terreno", sublinhou.

A acção de domingo realiza-se depois de, na quinta-feira, o Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT), do qual Daniel Conde também é porta-voz, ter organizado uma manifestação, em Mirandela, pelo comboio e contra a barragem de Foz Tua A esta iniciativa, que contou com a participação de 20 pessoas, juntou-se o duque de Bragança.

Daniel Conde referiu ainda que na próxima semana vai ser anunciada a criação de uma plataforma nacional de defesa do comboio em Portugal, na qual se vão reunir movimentos e associações de todo o país. O responsável considerou que "30 anos de políticas desastrosas para o caminho-de-ferro em Portugal levaram Portugal à miserável condição de único país da Europa Ocidental a perder passageiros na ferrovia".

Agora, acrescentou, o "Plano Estratégico dos Transportes está a tentar ditar o encerramento de vias férreas que no seu conjunto não representam sequer três por cento dos prejuízos da CP, perpetuando uma farsa que lentamente levou o país a uma perigosíssima dependência das estradas".

|Lusa|
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Comentários

Anónimo disse…
Votaram neles, aguentem...
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Isto dos prejuízos nas empresas de transportes, rodoviários e ferroviários, tem a ver com opções políticas que os sucessivos Governos tomaram.
Isto significa que se esses Governos tivessem colocado na mesma prioridade política tais empresas, como tem vindo a fazer à RTP, em termos de indemnizações compensatórias, os défices seriam menores, o endividamento seria mais reduzido.
Mas foi preferido o subfinanciamento de algumas empresas públicas (muitas), em termos de capitais próprios, subfinanciamento este que tem caracterizado a opção de financiamento para a grande maioria das empresas portuguesas. Como diz um vizinho meu, especialista em sabedoria popular: "Pimenta no cú do vizinho é refresco".

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Por isso, cortar linhas ferroviárias de grande potencial turístico e de transporte (assim se queira, como opção política) é a solução mais fácil que não denota sinal de inteligência mas de pobreza até intelectual.
Deus nos valha, mesmo.