"um centralismo sufocante..."

Júlio Magalhães quer dar voz ao Norte
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Júlio Magalhães esteve quarta-feira no café Astória, no Porto, dizendo presente uma tertúlia subordinada ao tema ‘Porto Canal mais que um clube’, logo no dia em que assumiu funções de Diretor Geral na estação com o desafio de dar mais voz ao norte. Na plateia estavam muitos ‘amigos’ das lides jornalísticas com sentimento comum de afirmação da região.

Profissional da comunicação social com vasta experiência e recente diretor de informação da TVI, Júlio Magalhães quis, sobretudo, fornecer a visão das desigualdades que o meio tem reservado ao profissional do norte face a um centralismo sufocante, que o próprio confessou ter vivido nas etapas televisivas da sua carreira.

Discorrido o passado entre memórias e histórias, o novo diretor do Porto Canal mostrou especial preocupação pelas circunstâncias atuais.

«A RTP tem esvaziado a sua redação do Porto e a primeira vaga de despedimentos já falada vai começar por esta delegação. São 400 no Porto mas esquecem-se que em Lisboa são 2000. E ao que sabe será uma saída forçada de 150 profissionais. A SIC fez um grande investimento num estúdio fantástico em Matosinhos mas agora não tem operacionalidade. E na TVI também houve esse esforço na minha direção mas agora não se vê na nova grelha conteúdos que possam ser desenvolvidos no Porto», falou, munido de profundo conhecimento de causa. Mediante isto, Júlio Magalhães foi direto aos desígnios que o acompanham no projeto que acaba de abraçar.

«Está aberto o espaço e esta é uma possibilidade única de ter um canal do Porto aberto para todo o país. Queremos fazer do Porto Canal uma referência, também de serviço público, oferecendo amplitude de conteúdos em difusão por cabo. E, finalmente, quanto mais possível, dar expressão a vozes do norte de todas as áreas, chamando massa crítica e formando talentos», sublinha Júlio Magalhães, esperançado em dar a volta às dificuldades inicias encontradas, autêntico espelho fiel de um país dominado pelas diretrizes da capital.

«Além de ser importante sensibilizar a norte algumas instituições para que deixem de estar de costas voltadas, o entrave maior que já comecei a sentir prende-se com a tentativa de estabelecer parcerias com empresas de cá, que me remetem para as suas sedes em Lisboa», relatou Júlio Magalhães, já desprendido «da cadeira do poder na TVI», desgastados por algumas lutas internas e apostado em dar um rumo mais revigorante ao Porto Canal e para isso apelando a uma maior união e cumplicidade em torno das novas ideias.

|a bola|
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Comentários

Rui Valente disse…
Bem, sobre isto ficaria por dizer muita coisa, como por exemplo, saber se aqueles que agora se arriscam a ser despedidos da redacção do Porto da RTP não pactuaram com as directrizes centralistas [com Carlos Daniel por ex.]. Se é a esses que Júlio Magalhães se refere,então até ficaria satisfeito que levassem um chuto no traseiro, porque também se submeteram pacificamente ao que os patrões lhes ditaram.

Só espero, é que o Júlio não caia na asneira de os chamar para o Porto Canal, porque se isso acontecer, podemos estar certos que à 1ª oportunidade, lhe vão dar cabo do projecto.
manuel amaro disse…
Porto Canal.
Aí está um bom sítio para começar a produzir o "NOVO LIDER DO NORTE".
Assim o Júlio esteja virado para esse lado. E o Patrão lhe dê corda suficiente.
Pode até ser um concurso tipo concurso de canções... " A melhor voz do Norte".
Quem sabe!!!...