Fugir à Regionalização...!

Miguel Relvas não quer a Regionalização nem eleição do Presidente das Junta Metropolitana discutidas agora
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Miguel Relvas, ministro dos Assuntos Parlamentares, considera que a eleição directa dos presidentes das Juntas Metropolitanas e a Regionalização não devem ser para já. Relvas considera que se o processo avançasse agora só serviria para uma grande luta política.

Em entrevista ao PORTO CANAL, o ministro afirma que se no último referendo a Regionalização tivesse passado “no dia seguinte seria uma desilusão. Ninguém saberia o que fazer porque as competências não estavam definidas”.

No programa Pólo Norte, Miguel Relvas, depois de afastar um cenário imediato de regionalizar, considera que nem a eleição directa da Junta Metropolitana deve ser uma hipótese para já. E explica que “não se começa uma casa pela chaminé”, sublinhando: “Se essa for já a primeira razão em lugar das competências e dos meios, não vamos fazer nada, porque começa logo a luta entre os autarcas, a luta pelas regiões”.

Mas o ministro não diz nunca a este processo, revelando que “depois de se iniciar o processo, depois de estarem instaladas as competências e se o processo evoluir” pode estudar-se esse cenário.

Para Miguel Relvas o caminho é claro: primeiro dotar as Áreas Metropolitanas de competências e orçamento e depois, sim, avançar. “Em cinco anos estaremos em condições de o fazer”.

“Agora, se começar pela eleição, está-se a começar pelo lado exotérico da coisa, que é o lado da disputa política. Isto não é um problema de política. É, antes, um problema de desenhar institucionalmente o que queremos que estas instituições sejam.

Quem está a contribuir para isto é uma pessoas que não é regionalista, e acho que estou a fazer mais pela regionalização que os regionalistas de discurso”, disse Relvas.

@Porto Canal
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Comentários

Rui Farinas disse…
Não deve haver eleições directas já para as Juntas Metropolitanas "porque começa logo a luta entre autarcas, a luta pelas regiões". Pensamento à altura do personagem, que logicamente também poderá dizer "democracia parlamentar não, porque começa logo a luta entre partidos, a luta pelos lugares no Parlamento". O povo portugues, pela sua maneira de ser, tem culpas na situação que estamos vivendo, mas com governantes deste calibre, convenhamos que vai ser dificil dar a volta ao texto!
Penso que eleição directa dos presidentes das Juntas Metropolitanas de Lisboa e Porto não passa de uma manobra de diversão por parte deste ministro ultra-centralista que é Miguel Relvas para acalmar os ânimos dos regionalistas, dentro e fora do seu partido.

Em poucas palavras, é um "doce" para ver se "cala" os regionalistas e distrai as atenções das pressões para que se faça a Regionalização no âmbito da "reforma" da Administração Local.

Aliás, a incidência desta pseudo-reforma de critérios verdadeiramente anedóticos sobre as freguesias é uma manobra de um verdadeiro artista: permite ocupar os regionalistas com este dossier e distraí-los da defesa da Regionalização e ao mesmo tempo contenta o discurso radical dos centralistas que são contra tudo o que seja poder fora da capital.
Caro Rui Farinas,

Claro que esta justificação, esfarrapada, do Relvas é mais um 'soundbite' deste senhor para convencer os mais desinformados.

Pessoalmente, nesta fase e no atual contexto, veria com bons olhos a eleição direta das Juntas Metropolitanas.

Percebo que haja muito regionalista que entenda que esta medida possa ser vista como um futuro entrave à regionalização mas, na minha opinião, este processo das Juntas Metropolitanas tem mais a ver com os graves problemas de gestão territorial intermunicipal e menos a ver com a problemática infra- estadual e supra-municipal que, estas sim, são a verdadeira essência da regionalização.

Cumprimentos,
Caro João P M Ribeiro,

O Miguel Relvas é um genuíno anti-regionalização e, também ele, não defende a eleição direta nas Áreas Metropolitanas.

Quanto à minha posição (sintética) sobre esta problemática das Juntas Metropolitanas está no comentário acima.

Cumprimentos,