«Os portugueses precisam de conhecer melhor o Vinho do Porto»

«Os portugueses precisam de conhecer melhor o Vinho do Porto». A declaração é do presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), em entrevista a Luís Costa.

À revista da especialidade, Wine - Essência do Vinho, na edição que agora chega às bancas, Manuel de Novaes Cabral faz um balanço de mais de 200 dias de gestão do instituto público que é embaixador dos Vinhos do Douro do Porto em Portugal e no mundo.

A execução de um Plano de Promoção e Internacionalização, que pela primeira vez é pensado a três anos e cuja concretização está a ser gerida em face de resultados, é um dos pilares essenciais em que assenta a estratégia: se a aposta clara no mercado francês é notória, maior realce tem a missão que decidiu que o IVDP teria que assumir - a de procurar ensinar aos portugueses a ultrapassarem a difícil relação que têm com o Vinho do Porto.

Se desde 2000 os gráficos mostram que há quebras sucessivas nas exportações do Vinho do Porto e os métodos de chegar aos mercados se mantêm inalterados, "então é preciso olhar para as coisas de outra maneira", diz Manuel Cabral à Wine.

Numa conversa objetiva, o presidente do IVDP fala na importância da formação do mercado francês que, por representar 30 por cento das exportações não pode ser descurado mas que mais do que crescer em quantidade, interessa que cresça em valor médio do produto. E para isso também há que ensinar os franceses a beber vinho do Porto em vários momentos e não só como habitualmente o fazem, "como aperitivo".

E é na formação que põe a tónica quando se refere ao mercado nacional e à iniciativa inédita que o IVDP se encontra a concretizar, pela primeira vez, nos restaurantes e bares de gama média do Grande Porto e do Douro. "Eu não gosto de dizer isto, mas a verdade é que os portugueses têm uma relação difícil com o Vinho do Porto.

Todos achamos que os estrangeiros têm obrigação de conhecer e de comprar Vinho do Porto, mas parece que nós estamos isentos dessa obrigação" diz a Luís Costa. Praticamente a meio da campanha, já receberam formação ministrada pelos técnicos do IVDP, 52 restaurantes, tendo-se atingido 107 profissionais.

"Temos que chegar aos restaurantes onde vai a generalidade das pessoas no seu dia-a-dia, os portugueses e os turistas" acrescenta "porque uma boa experiência de consumo que depois é transmitida no passa a palavra é a melhor forma de promover o Vinho do Porto", remata.

@DT
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Comentários

Anónimo disse…
O Vinho não é do Porto, é de:
Baixo-Corgo - Representa mais de metade da região demarcada com 51% da área ocupada por vinha, representa toda a margem direita do Rio Douro, desde Barqueiros ao Rio Corgo (Régua). Na margem esquerda, desde a freguesia de Barrô até ao Rio Temi-Lobos, nas proximidades da Vila de Armamar;

Cima-Corgo - 36 % da região demarcada, estende-se desde as fronteiras da anterior e vai até ao meridiano que passa no Cachão da Valeira;

Douro Superior - A àrea mais pequena com aproximadamente 13%, desde as fronteiras da "Cima-Corgo" prolongando-se até à fronteira espanhola.
Anónimo disse…
Podia muito bem chamar-se vinho de Vila Real, ou não?
Paulo Costa disse…
No negócio do 'vinho do porto' o segmento de maior valor acrescentado é o do 'envelhecimento' que é realizado na sua esmagadora maioria nos armazéns em Gaia.