Distritos / Regionalização (2)

A divisão do país em 18 distritos - criados em 1835 e fixados pelo Código de Passos Manuel, em 1836 - é considerada como a divisão mais artificial feita até hoje em Portugal.

Concebidos para serem uma réplica do département francês, nunca tiveram a importância que a França reservou ao 'département' e ao seu 'Préfet'. No entanto, mantiveram-se até hoje, com as grandes vias férreas e rodoviárias a serem estruturadas de acordo com as ligações à capital de cada um deles.

As razões que terão sido responsáveis pela sua preservação serão mais políticas que administrativas: os distritos coincidem com os círculos eleitorais, o que implicou um peso de caciquismo e de clientelismo eleitoral que nunca seria ultrapassado.

Aliás, a implantação distrital dos partidos terá sido um dos óbices fundamentais à regionalização, já que esta desestabilizaria o percurso dos quadros partidários ancorados no núcleo distrital, destinado a desaparecer uma vez consumada a regionalização.
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Comentários

Anónimo disse…
O problema dos distritos foi não terem tido poder suficiente. Se o tivessem nem era preciso regionalização para nada.
Caro Anónimo,

O que é aqui questionado é, precisamente, a utilidade administrativa dos distritos, ainda mais, agora, que foram extintos os governadores civis.

Neste momento servem, quase exclusivamente, para fins eleitorais e de organização partidária.

Cumprimentos
Anónimo disse…
São aberrações contra natura e artifíciais administrativas que só servem os interesses partidários e de financiamento aos caciques locais de acordo com o partido no poder. São os circulos eleitorais em que os caciques partidários locais estão assentes. O fim dos distritos é também o medo dos pequenos partidos em perderem deputados. São uma das principais razões do atraso de Portugal.