Região do Mondego ...!?

Rio Mondego

 (…) evidencia bem a importância do Rio Mondego para os povos que habitam e constroem a sua vida no vale do Mondego. Desde Gouveia até à Figueira da Foz e com a marca indelével de Coimbra, o rio Mondego dá vida a uma bacia com uma área total de 6645 km² (por curiosidade uma área dez vezes maior que a de Singapura!) com os rios seus afluentes como o Dão na margem direita, o Alva, o Ceira, o Ega, o Arunca e o Pranto, na margem esquerda.

Infelizmente nunca conseguimos, nós os do vale do Mondego, transformar esta realidade geográfica em realidade política. De facto, e ao longo das últimas décadas, ensaiámos várias formas de organização do território.

Da regionalização que nunca tivemos à organização territorial para efeitos meramente estatísticos, dos distritos que aparentemente subsistem para meros efeitos eleitorais às agregações de municípios em “comunidades” de municípios de que o povo não conhece a razão, o sentido ou os objectivos.

Em todos estes “modelos” organizativos esquecemos sempre duas realidades de organização do território de natureza absolutamente diversa. Por um lado, a que resulta da organização territorial da Igreja Católica. 

É, ainda hoje, minha convicção que se a proposta de regionalização apresentada ao país no final do século passado tivesse levado em conta a divisão do território pelas dioceses, as possibilidades da sua aceitação popular teriam sido diferentes. 

Por outro lado sempre desconsiderámos as condicionantes da geografia física e do seu impacto nas realidades humanas, maxime, a realidade humana decorrente da pertença a uma mesma bacia hidrográfica.

É o caso do Rio Mondego e da sua bacia.

Esta é uma região que tem uma capital natural e indiscutível – Coimbra; uma homogeneidade cultural e de interesses invulgar; uma facilidade de construção de um projecto comum que dê sentido, coerência e desígnio aos vários sectores de actividade.

Da agricultura às pescas, da indústria transformadora às indústrias criativas, dos serviços diferenciados e da educação qualificada ao turismo sustentável e diversificado e à prestação de cuidados de saúde . Atrevo-me mesmo a dizer que se há região no país auto-sustentável, ela é a que é constituída pelo Vale do Mondego.
Precisa de liderança, ideias claras, capacidade de afirmação política e de gestão e de uma estratégia que mobilize os seus principais agentes.

A liderança só pode ser de Coimbra, capital natural e histórica do Mondego.

Que belo projecto e que enorme desafio!
 .

Comentários

claudio disse…
a lideranca so pode ser em coimbra? nao sei bem....... para que? para o distrito de ocimbra, para uma regiao centro, para uma regiao beira litoral! acho que era bom se fosse outra cidade com potencial para crescer, porque coimbra ja o tem.... por exemplo figueira da foz!

eu sou do porto e n me importava que o porto n fosse a capital do norte! acho que por exemplo guimaraes/ regua ou vila real era melhor!
Al Cardoso disse…
Pois eu sou ainda mais radical, a sede de uma desejada regiao da(s) Beira(s) deveria ser numa cidade, ou ate vila pequena, para potenciar o seu desenvolvimento!

Um abraco regionalista.
Interessante esta 'Região do Mondego' que, se mais não fosse, já tinha o mérito de acabar com a designação 'centro' com a qual ninguém se revê.
Anónimo disse…
Região do Mondego tem tudo para ser uma futura região. E se assim for só vejo Coimbra como capital.
As NUTS 2 e 3 não representam nada a população. Centro e Beira Litoral são apenas nomes, não tem identidade cultural. Mondego seria uma boa região.
Anónimo disse…
Lovely post afiado. Nunca pensei que fosse fácil. Excelente trabalho!