O Norte em queda livre !

O Norte está a colapsar mais do que o próprio país. Veja-se:
  • a RTP do Monte da Virgem está a ser esvaída, centralizando toda a produção em Lisboa.
  • a Antena 1 vai pelo mesmo caminho.
  • a Lusa está num processo de atrofia, centralizando o serviço.
  • o aeroporto será engolido na privatização da ANA, tornando-se periférico e sem competitividade.
  • a privatização da TAP (não cometam esse crime contra o país) vai acentuar essa perda.
  • o Terminal de Cruzeiros de Leixões estará a caminho de ser gerido a partir de Lisboa ou de Sines.
  • acabaram os Governos Civis, as direcções regionais de alguns sectores, centralizando tudo em Lisboa.
  • a Metro do Porto já sabe que não há extensão de linhas nos próximos anos.
  • a STCP corta linhas e sobe os preços no Porto em média em 30% (ver DR de hoje).
  • a Casa da Música apanha um corte de 50%, levando a administração à demissão em bloco.
  • Serralves corre riscos de perder verbas significativas.
  • as Universidades levam cortes leoninos.
  • as escolas do ensino básico acumulam situações quotidianas de fome, atrasos de pagamentos, falta de livros, etc.
  • as IPSS não sabem mais como enfrentar as crescentes necessidades e pedidos de toda a ordem.
  • a auto-estrada do Marão continua parada, exemplificando o congelamento do investimento público na região.
  • a venda dos Estaleiros de Viana do Castelo
  • face ao resto do país, o Norte tem a maior taxa de desemprego, a maior percentagem de beneficiários de RSI, o menor rendimento líquido per capita, níveis enormes de desqualificação, um tecido social depauperado.

 Enfim, sem querer ver tudo negro, parece-me que está a acontecer uma séria catástrofe social, que urge inverter. E, malgré tout, parece estar tudo tranquilo.
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Eduardo Vítor Rodrigues
- Sociólogo e Professor na Fac. Letras Universidade do Porto 
- Candidato do PS à Câmara Municipal Gaia

Comentários

Anónimo disse…
Não se deve misturar tudo no mesmo saco. Muitas das coisas que refere são justas.

-metro do Porto da prejuizo
-casa da musica derrapou milhoes na construçao
-universiddaes são centros de criaçao de desempregados
-estaleiros dao prejuizo
-governos civis nunca serviram para nada (a n ser para o meninos das Js)
-RTP suga dinheiro aos portugueses para apresentar uma qualidade miseravel
-Lusa nem devia ser publica

Os outros pontos estou de acordo. Mas não me parece que neste caso a existencia de um governo regional fosse mudar alguma coisa. Quem da prejuizo tem k sair do estado e pronto.
Enquanto a estrategia do norte for continuar com as auto-estradas como simbolo de investimento o desemprego nunca acabara.
Paulo Costa disse…
A empresa Metro do Porto tem resultados operacionais positivos, o problema é o serviço da dívida relacionada com as infraestruturas e as compensações a pagar pelo Estado que não tem cumprido.

Os estaleiros serem privatizados não vejo nenhum problema.

A Lusa já tem 49% do seu capital privatizado e acho que este modelo tem funcionado bem. O problema é também o Estado querer diminuir a sua subsidiação à conta do serviço público.

A RTP deve permanecer maioritariamente pública, num modelo parecido com a Lusa.

A regionalização faz muita falta para calibrar estes e outros problemas que surgem numa escala que não é a nacional.
Anónimo disse…
Paulo Costa,
O metro do porto dá prejuizo. Isso de não querer contar o serviço da divida é uma anedota? O estado nem devia meter mais um euro lá, já meteu que chegue e não é um serviço que beneficie todos os portugueses. Se houvesse regionalização seria diferente, pois era a região do porto a meter o dinheiro e se calhar concluia-se que não havia dinheiro.

A Lusa e RTP não fazem falta nenhuma, pois não fazem seviço publico nenhum. Não vejo onde a regionalização mudaria isso. Eu não ia querer a que a minha região pagasse ordenados a serviços de informação incompetentes. E mesmo que fossem competentes, não ia querer.
Paulo Costa disse…
Sr. Anónimo,

Deixe de lado essa coisa das anedotas e veja se é um bocadinho mais humilde para reconhecer que não é detentor da informação toda. Caso não saiba, a empresa Metro do Porto foi constituída no pressuposto que seria o Estado no âmbito do chamado 'serviço público' que suportaria através das indemnizações compensatórias os custos inerentes ao investimento a realizar pela empresa, daí a importância, neste caso específico, dos resultados operacionais positivos que se têm vindo a registar.