EM DEFESA DO INTERIOR




Vila Real desafia autarcas transmontanos para união contra portagens e fechos

O presidente da Câmara de Vila Real desafiou hoje todos os autarcas transmontanos e deputados do PS e PSD a uma tomada de posição conjunta contra as portagens, encerramento de serviços públicos e o preço da água.

Rui Santos enviou hoje uma carta a todos os autarcas dos distritos de Vila Real e Bragança, a convidar para uma reunião no dia 30, em Vila Real, e, para a qual, estão também convocados os deputados do PS e PSD eleitos pelos distritos transmontanos e os presidentes das comunidades intermunicipais desta área, como o Douro, Trás-os-Montes e Alto Tâmega.

"Chegou o momento de dizermos basta" afirmou hoje o presidente eleito pelo PS.

E a gota de água que originou esta tomada de posição foi, segundo frisou, o anúncio por parte do secretário de Estado dos Transportes de que o Governo está a estudar soluções para a introdução de portagens na Autoestrada Transmontana, que liga Vila Real a Bragança, não avançando no entanto datas nem o sistema de pagamento que será utilizado.

Esta via ficou concluída em setembro e, até ao momento, os automobilistas não pagam portagens em quase toda a sua extensão. Os únicos troços portajados são as variantes de Bragança e Vila Real que têm como alternativa o atual Itinerário Principal 4 (IP4).

A construção da Transmontana ocupou grande parte do traçado do IP4 e que, por isso, a única alternativa que existe atualmente é a "perigosa e cheia de curvas" EN 15.

"A nossa cidade vai ficar cercada de portagens. Ninguém cá pode chegar em condições rápidas e de segurança que não tenha que pagar portagens quer nas autoestradas A24, A7 e, no futuro, na Transmontana", sublinhou Rui Santos.

Na A24 paga-se, de acordo com o autarca, as portagens "por quilómetro mais caras do país", e, a região, está confrontada com o preço da água em alta que é também o "mais caro" que é cobrado em Portugal.

A estas "injustiças", o presidente acrescentou ainda a suspensão da ligação área de Trás-os-Montes para Lisboa, o fim dos benefícios fiscais para o interior do país, as obras no Túnel do Marão "que nunca mais recomeçam" e o encerramento de serviços públicos, como tribunais, escolas, da área da saúde e "em breve" de repartições de finanças.

"Penso que é chegada a altura de, em conjunto, assumirmos uma posição e sem `partidarites` defendermos o interior", salientou.

Rui Santos disse acreditar que os eleitos localmente vão ser capazes de "ignorar a opção partidária", "descartar o que os divide" e procurar soluções conjuntas "para os múltiplos problemas com que todos os dias" são confrontados.

"Temos não só o dever como a obrigação de nos juntarmos", sublinhou

O autarca disse que é necessário definir "uma estratégia que leve a reuniões com o Governo no sentido de que eles percebam de uma vez por todas que estes distritos fazem parte do território nacional e não podem ser descartáveis".


@ Lusa

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