Causa Algarve

Sérgio Martins, Algarvio
in
barlavento de 02.02.2006


Eu, simples cidadão do Algarve, daqui das páginas do Barlavento, sem pretensiosismo mas com algum historial de intervenção activa e extremo interesse pelo nosso Algarve, lanço um apelo.

Excelentíssimos Senhores, António Goulart (CGTP-IN), Cabrita Neto (AIHSA), Elidérico Viegas (AHETA), Fernando Reis (Jornal do Algarve), Hélder Martins (RTA), Hélder Nunes (Barlavento), Henrique Dias Freire (Postal do Algarve), José Manuel do Carmo (Bloco), José Mateus Moreno (Região Sul), Macário Correia (AMAL), Mendes Bota (PSD), Miguel Freitas (PS), Rui Fernandes (PCP) e Vítor Neto (NERA), podem se fazem favor juntar-se à volta de uma mesa para discutir e agir em torno do Algarve, da descentralização administrativa e da regionalização.

Esta é a Causa Algarve. Não é uma micro-causa, à moda de Pacheco Pereira na Internet. É um apelo a um conjunto de personalidades do Algarve, sem qualquer desprimor por quem não foi citado, que representam uma parte importante da sociedade algarvia e do poder que a comunicação social tem (e no Algarve tem algum). Peço desculpa se citei alguém anti-regionalização. Talvez também fosse de incluir a Universidade do Algarve (em processo eleitoral). E as rádios, mas neste caso são maioritariamente locais (ao contrário da abrangência regional dos principais e dos citados jornais regionais) e a única rádio verdadeiramente de cobertura regional, a RDP-Algarve, não sei em que águas navega (sem desconsideração). É preciso começar por algum lado. É preciso dar um pontapé de saída.

Excelentíssimos Senhores, o Algarve não pode esperar mais. A administração e a governação regionais telecomandadas de Lisboa são as principais responsáveis pela indefinição e riscos que pairam e ameaçam continuar a pairar sobre o presente e o futuro do Algarve: na economia regional e na sua competitividade, no turismo, no planeamento e ordenamento, nas infra-estruturas, na coesão social, na educação, na cultura, no desporto…

O Algarve necessita de, chamem-lhe regionalização ou outra coisa qualquer, uma estrutura regional forte, democraticamente eleita e legítima, com peso representativo, institucional, político e negocial reconhecido por todos os agentes públicos e privados, regionais, nacionais e europeus. Para acabar com as decisões tomadas em Lisboa sem perguntar nada, sem dar ouvidos ou sem dar satisfações ao Algarve. Tal desiderato, ninguém leve a mal, não se alcança com dezasseis Presidentes de Câmara que têm de dar satisfações a quem os elege no seu Concelho e não ao Algarve.

Excelentíssimos Senhores, vamos ter três anos sem eleições em Portugal, sem guerras e crispações políticas. Vamos ter porventura o último Quadro Comunitário de Apoio. Nos últimos anos muitas declarações sobre a regionalização do Algarve não tiveram consequências práticas significativas. Vamos caminhar, pondo diferenças subjectivas e atritos de lado, para um destino de médio prazo que não seja o actual Algarve: com uma administração retalhada e emperrada entre os diferentes Concelhos e Lisboa.

P.S. Este foi um artigo que foi publicado no barlavento - semanário regional algarvio. É o meu primeiro contributo para este "blog" com o desejo de que os "nossos" objectivos sejam atingidos a curto prazo.

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