BE: Meio milhão a 600.000 pobres no distrito do Porto, revela Livro Negro da Pobreza

Porto, 08 Fev (Lusa)

A pobreza atinge entre "25 a 30 por cento " da população do distrito do Porto, de acordo com o levantamento efectuado pelo Bloco de Esquerda (BE) "desde há um ano", nomeadamente, junto de "dezenas de instituições de solidariedade social".


O BE (Bloco de Esquerda) marcou para esta a noite desta sexta-feira um comício na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, com a presença de Francisco Louçã, onde irá apresentar não só algumas conclusões desse seu estudo mas também medidas de combate à pobreza no distrito.

O resultado final do estudo será o lançamento de um Livro Negro da Pobreza no Porto, que os bloquistas pensam poder apresentar "ainda este mês ou no princípio do próximo mês", segundo disse à Agência Lusa o sociólogo e dirigente daquele partido João Teixeira Lopes.

Dados recolhidos pelo BE levam Teixeira Lopes a caracterizar a situação que se vive no distrito do Porto como "verdadeiramente assustadora e alarmante". De uma população de cerca de dois milhões de pessoas, entre meio milhão a 600 mil são pobres.

A taxa de "pobreza relativa" é de 18 por cento a nível nacional, mas no Porto sobe para os "25 a 30 por cento", aponta o BE.

Uma pessoa vive em "pobreza relativa" quando ganha menos de 60 por cento do rendimento médio nacional, o que em Portugal corresponde a 366 euros ou menos por mês.
(...)
Outro dado revelador, acrescenta, é que "no distrito se concentram 45 por cento dos beneficiários do rendimento social de inserção, o que mostra bem a incidência da pobreza na região". São cerca de 56 mil famílias que, no Porto, beneficiam dessa ajuda estatal.
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Comentários

Anónimo disse…
A evolução e agravamento dos índices de pobreza estão relacionados com dois fenómenos:
1º. - Consolidação das práticas políticas centralizadas e centralizadoras.
2º. - Consolidação dos graus de concentração económica nos diversos sectores de actividade produtiva, tanto de bens como de serviços.
Estes fenómenos são usualmente servidos em bandejas das quais podemos salientar as seguintes:
(a) Uma larga bandeja neoliberal inconsequente e irresponsável.
(b) Uma outra bandeja ainda impreparada para combater "apetites", representada pela regulação.
Tais fenómenos servidos por semelhantes bandejas irão acentuar-se negativamente com o tempo e constituirão mais dia menos dia as principais fontes de graves desequilíbrios sociais e de violência incontrolável.
Uma forma de começar a combater será ver-mo-nos livres das políticas centralizadas e centralizadoras como REPETIDAMENTE tenho manifestado e defendido neste blog, através da implementação de um programa político d eregionalização aceitável sob todos os pontos de vista (menos os acima indicados), especialmente os que se relacionam com a adesão e o desenvolvimento das populações.
No meu entendimento, a única solução possível, nos momentos actuais, é a que corresponde à implementação das 7 Regiões Autónomas cuja descrição também já se encontra disponível neste blog.
Tudo o resto serão manobras para divertir o "pagode" e nada mais.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Quem o feio ama bonito lhe parece...
A pobreza portuguesa não existe por falta de regionalização.
No caso específico do distrito do Porto tem muito a ver com:
1 - a política de "terra queimada" da CGTP
2 - a politica do rendimento mínimo garantido.
3 - a política dos carros de luxo.
4 - a politica do futebol - população pobre versus clube rico.
5 - e outras coisas que o Dr. Marinho e Pinto vai dizendo, mas de que falta dizer muito.
Anónimo disse…
O que o anónimo disse das 05:21:00 PM se esquece é que as políticas centralizadas centralizadoras encerram em si o que pode ser bom, por um lado, mas também o que acontece de muito pior a todos os níveis, por outro.
E neste pior está algo relacionado com o que disse, especialmente os pontos 4 (dos maiores escândalos, sem resultados de investigação ainda à vista e concretos) e 5 (exigindo mais objectividade na referências às tais coisas que andam por aí, como é habitual, mas que ao certo, ao certo ninguém sabe).
Relativamente ao ponto 1, trata-se de um disco riscado de pessoa ressabiada pelo PREC; quanto ao ponto 2, criticam pelo que é considerado uma política de incentivo à preguiça como a atribuição do rendimento mínimo garantido a quem está miserabilizado e revelador de egoismo primário de quem o critica; quanto ao ponto 3, a política de carros de luxo é de quem os compra ou tem capacidade financeira para os comprar, sem terem muito lamentavelmente a obrigatoriedade de comprovar a origem das fortunas associadas, por inércia ou paralização das instituições que as deveriam "inventariar".
De resto, com uma elevada probabilidade, a pobreza ainda subsiste por falta de regionalização e por outras razões que têm a ver com o desempenho das empresas e da capacidade de gestão de quem as dirige (nunca mais acabamos por subir nos índices de produtividade, porquê? A culpa é exclusiva de quem exerce tarefas mais simples ou também, na maior medida, de quem tem responsabilidades estratégicas e de coordenação de recursos empresariais?)
Respondam, por favor, se são capazes.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Aceito as opiniões do anónimo pró-7RA. Mas quero lembrar-lhe que o PREC terminou em 25-11-1975. Ponto final.
A política da CGTP continua. Encerrando pequenos estabelecimentos, ao mínimo sintoma de dificuldades.
A Auto-Europa e a TAP, por exemplo, ainda não fecharam porque a CGTP não conseguiu controlá-las.
E esta política, tem contribuído, muito, para a pobreza no Distrito do Porto e Distritos limítrofes.
Não sou ressabiado do PREC, porque lhe ganhei todos os combates.
Mas sou ressabiado do grupo Fernando Nogueira do cavaquismo com quem não fui além do "empate", e dos maçónicos do Guterres, que me venceram... embora depois tenham pedido desculpas... e colaboração... que dei.
Mas eu chamao as coisas pelos nomes...
É isso...
Anónimo disse…
As questões do PREC ainda estão por estudar e as suas consequências por avaliar, especialmente as de natureza pessoal que são as predominantes na sociedade portuguesa (vulgo, egoismo, "vidinha"). Isto não significa que a CGTP não tenha neste "cartório" algumas culpas que as tem, muito pelo tipo de sindicalismo corporativo que ainda vigora à semelhança de outras organizações, tanto de tipo empresarial como profissional. Todas pararam no tempo e não têm revelado, com algumas excepções, abertura a um comportamento mais aberto e desenvolvimentista que permita uma organização mais eficaz num quadro associativo mais INTEGRADO E INTEGRADOR. Cada instituição ainda pretende desenvolver as suas acções no quadro de uma organização
"capelista" de forte tradição lusitana, sem ter a preocupação de corresponder a perspectivas de desenvolvimento de espectro mais alargado.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Pelos vistos, terá mais razão de queixa de períodos bem recentes igualmente desmanteladores do exercício de boas políticas.
Agradeço a sua concordância com os meus pontos de vista que procuro difundi-los com base em argumentos objectivos.