A Galiza e o Norte Português

A Galiza e o Norte português foram as regiões transfronteiriças que concentraram mais projectos e mais investimento no âmbito do programa comunitário INTERREG III dos dois países, entre 2000 e 2006.

O estudo, elaborado pelo Ministério de Economia e Hacienda espanhol, em colaboração com o Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional português, faz o balanço da vertente de cooperação transfronteiriça daquele programa comunitário.

No total, na fronteira luso-espanhola, o INTERREG III-A acolheu 559 projectos, que implicavam um investimento previsto superior a 1,1 mil milhões de euros, sendo a ajuda do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de perto de 810 milhões de euros.

Até 31 de Dezembro de 2006, investiram-se à volta de 644,2 milhões de euros, ou seja, 58,64 por cento em relação ao total dos recursos do programa.

"O investimento por quilómetro quadrado ascende a 8.207 euros, com um total de quatro projectos por cada mil quilómetros quadrados de superfície", refere o relatório.

Cerca de 2.600 quilómetros de estrada melhorados, 153 quilómetros construídos e dez ligações fronteiriças, assim como quase 119 mil metros de redes de abastecimento novas ou melhoradas e 171 edifícios construídos, restaurados e/ou conservados (106 de carácter turístico e cultural), são alguns dos principais ganhos obtidos pelos projectos implementados.

Foram ainda construídos ou equipados 73 centros de saúde, realizados 694 seminários e colóquios transnacionais, criadas 18 redes telemáticas fronteiriças, instalados 24 terminais informáticos em redes, efectuados 108 estudos e planos e 348 acções de formação e difusão.

Nas cinco áreas territoriais elegíveis para candidaturas, a Galiza/Norte foi a que teve mais projectos seleccionados (153), os quais previam o maior investimento (à volta de 323,1 milhões de euros) e ajudas do FEDER (240,7 milhões de euros).

Logo a seguir, no que toca ao número de projectos escolhidos, aparece a Andaluzia/Alentejo/Algarve (140), seguida pela Extremadura/Alentejo/Centro (113), Castela e Leão/Norte (78), Castela e Leão/Centro (54) e, ainda, 21 projectos apoiados por um sub-programa horizontal, em que podiam cooperar as várias regiões elegíveis.

Em termos do custo total dos projectos e do financiamento do FEDER, logo abaixo da Galiza/Norte, situou-se a Extremadura/Alentejo/Centro, com iniciativas que envolviam cerca de 287 milhões de euros, dos quais mais de 215 milhões assegurados por fundos comunitários.

Andaluzia/Alentejo/Algarve (151,7 milhões de euros, 113,7 pelo FEDER) e Castela e Leão/Norte (quase 143 milhões de euros, 106 milhões deles do FEDER) foram as regiões seguintes.

Dos 559 projectos acolhidos pelo INTERREG III-A, que proporcionaram os diversos ganhos já referidos, a maior parte teve como objectivo o desenvolvimento urbano-rural (149) e a cooperação institucional (138).

A protecção do ambiente (94), o fomento do espírito empresarial e desenvolvimento do tecido produtivo (51), a Investigação e Desenvolvimento e a Sociedade da Informação (44), a melhoria da acessibilidade (42) e o impulso da integração sócio-laboral (41) foram os restantes fins.

"Os resultados destas acções traduziram-se em melhorias nas condições económicas, sociais e territoriais da zona fronteiriça", sublinha o relatório, aludindo ainda à "cultura sólida de cooperação" entre as instituições públicas espanholas e portuguesas e os agentes económicos e sociais.

© 2008 LUSA
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Comentários

Anónimo disse…
O melhor resultado que pôde ser obtido com o Programa Interreg III foi o incremento e aprofundamento das relações entre instituições espanholas e portuguesas situadas nas zonas fronteiriças.
Este esforço de cooperação teria resultados muito mais substanciais em domínios do desenvolvimento e que seriam atingidos se a regionalização tivesse sido implementada. No decurso dos 7 anos deste programa, será que alguém sente os resultados efectivos da sua concretização em termos de desenvolvimento? Não se continua a bradar aos céus sobre a situação em que se encontra a chamada (triste) região norte, considerada uma das mais depauperadas a nível nacional? Então, realizam-se investimentos cuja inventariação neste blogue atingem milhões de Euros sem se fazer uma espécie de "controlo da sua gestão e dos objectivos de desenvolvimento" (independente), para completar (confirmar ou infirmar)as conclusões dos relatórios das entidades que procederam à sua coordenação e gestão?
Atendendo aos queixumes (pedinchices) reinantes e contínuos dispenderam-se tantos milhões para nada ou, mesmo, para gerar uma taxa de desenvolvimento negativo? Ou os índices de desenvolvimento só podem ser medidos em unidades como o metro quadrado construído ou o km de autoestrada instalado?
Na verdade, com tudo isto as populações começam a ficar desensibilizadas para os problemas do País e a condenar as práticas e os protagonistas políticos que até parece tudo fazerem para o País não sair da "cepa torta". No entanto, convém lembrar que, em termos vitivinícolas, nunca vi uma cepa direita como as canas da Índia, mas mesmo torta não perde a capacidade de produzir os frutos necessários à obtenção dos melhores vinhos do Mundo como são os portugueses, especialmente os situados na Rgeião de Trás-os-Montes e Alto Douro. Isto passa-se num sector que ganhou indiscutível competitividade e notoriedade há mais de 250 anos, graças às decisões de um estadista qualitativamente diferente dos políticos actuais: um político com excepcional visão estratégica e política, um estadista autêntico.
Imaginem agora que a "cepa torta" decide deixar de produzir uvas e virar-se para a prática política depois de concluir que, pelos caminhos mais recentes da democracia, em definitivo "isto não vai a lado nenhum". Nesse momento, não gostaria de permanecer cá.

Assim não seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
José Leite disse…
Para quando a criação da mega-região Noroeste Peninsular?!
Anónimo disse…
Para depois da regionalização com 7 Regiões Autónomas a desenvolver a desenvolver a respectiva actividade política a favor das populações, EM PARIDADE AUTONÓMICA E POLÍTICA com as suas congéneres do lado de lá da fronteira, as quais já se encontram, felizmente, muito mais desenvolvidas que as regiões do nosso País, infelizmente para nosso mal.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Podem responder logo, não precisam de estar à espera das minhas opiniões, porquanto já são delas conhecedores. Hei-de ter o prazer de vos ver "vir comer à mão", mas não tenho pressa nenhuma.
Anónimo disse…
Caros frequentadores deste blogue,

Algum ou alguns frequentadores deste blogue, já alguém o classificou como do melhor que existe no nosso País no tema da regionalização, têm tentado por todos os meios fazer com que me afaste ou me cale ou, pior ainda, como já aconteceu há mais de 1 mês, me "transferisse" para a equipa das 5 Regiões Administrativas. Claro que com pessoas falhadas de carácter e de personalidade não podemos avançar de modo nenhum, agravado ainda pelo facto de não possuirem capacidade nem conhecimentos dignos de quem se abalança a discutir em público um assunto tão complexo como a regionalização.
O resultado imediato de quem quer "chegar às uvas mas não pode" redunda sempre numa de três situações, já vossas conhecidas, interdependentes entre si:
1ª. Conversas de tasca
2ª. Comentários de bancada
3ª. Insultos ordinários
As duas primeiras são muito frequentes em alguns dos frequentadores (são anónimos, pode ser ou muitos), inclusivé no belzebu ML; a terceira aparece de vez em quando, com menos frequência que as duas primeiras, especialmente quando a objectividade e consistência dos meus argumentos é mais inatacável e não perdoam o facto de conseguir manter a coerência desejada, comportamento este muito arredado da política e da vivência portuguesa. Tão arredado anda que somos os maiores especialistas mundiais da "conversa por trás", do "sorriso amarelo", do "chibismo" e do "cocabichinho", de tal forma que durante muitos anos não iremos sair do "Guiness".
Portanto, caros amigos, podem ficar descansados que permanecerei por cá se Deus me der forças e saúde, pois de contrário têm-nas certas sempre que aparecer um contributo pró ou contra a regionalização, tanto em termos de sábias palavras como em termos de escritos conhecedores, honestos, de grande personalidade, sérios e não sei que mais.
Enfim, que paciência ...

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)