O modelo de gestão do Aeroporto do Porto


17 Fev 2008
Inês Schreck


Actual gestão do aeroporto não desenvolve economia regional

O actual modelo de gestão do Aeroporto do Porto, concessionado a uma entidade pública (ANA) que gere os três aeroportos do país, tem um impacto reduzido na economia local. É uma das conclusões que pode retirar-se do estudo que a Deloitte elaborou para a Junta Metropolitana do Porto. Por outro lado, o modelo de parceria público-privada, em que as autarquias assumem a parte pública, é um dos que mais contribuem para o desenvolvimento regional.

No estudo, a que o JN teve acesso, a consultora descreve vários tipos de gestão de estruturas aeroportuárias, baseando-se em exemplos de todo o Mundo. Países como a Bélgica, Reino Unido ou França enveredaram pela parceria público-privada que, segundo a Deloitte, traz vantagens como a influência das entidades locais na gestão e definição da estratégia do aeroporto. Consegue, também, um retorno do investimento e um impacto na economia acima da média. Mas o modelo também tem desvantagens dificuldades em criar sinergias com outros aeroportos e grau de satisfação dos passageiros abaixo da média.

O actual modelo de gestão do Aeroporto do Porto, em monopólio público, não traz mais-valias para a economia regional, mas consegue, segundo a Deloitte, um retorno do investimento e um grau de satisfação dos passageiros acima da média.

(...)

Comentários

Anónimo disse…
De quando em vez, lá vem a lengalenga da gestão do aeroporto do Porto à baila como se se tratasse da única preocupação para a economia regional de várias regiões autónomas (Região de Entre Douro e Minho, Região Autónoma de Trás-os-Montes e Alto Douro e Região Autónoma da Galiza).
Os problemas da economia regional daquelas Regiões Autónomas, do lado de cá da fronteira, são muito mais amplos que a simples banalidade (pode ser ofensivo, mas é uma banalidade em relação aos magnos problemas a resolver) da gestão daquele aeroporto, cujo modelo deverá estar inserido numa estratégia de política económica mais alargada e interrelacionada.
Teimar em proceder ao seu enquadramento numa pura lógica pública, público-privada (agora muito em voga, alertando para as consequências dos casos mais recentes e que pululam na comunicação social pelos piores motivos) ou, simplesmente privada revela falta de vistas largas (perspectiva estrutural) no desenvolvimento de estratégias políticas aplicadas às economias regionais em si e interrelacionadas.
Por outro lado, é mais uma tentativa isolada e desnecessária para diagnosticar o que já é largamente conhecido e que, a ser "resolvido" isoladamente, não consegue atingir os objectivos de desenvolvimento a que se propõe, infelizmente, mas pode satisfazer interesses privados ávidos.
Por isso, é necessário ter uma visão própria de cada uma das economias regionais e dos respectivos objectivos de desenvolvimento, assim como das condições optimizadas e adequadas da sua interligação, para que qualquer infraestrutura (portuária, aeroportuária, ferroviaria, rodoviária e de outra natureza) possa contribuir para a prossecução daqueles objectivos de desenvolvimento próprios e interactivos.
A regionalização procurará contribuir para que tais desideratos sejam uma realidade incontornável e definitiva, mas não qualquer tipologia de regionalização, sómente a que se baseie na criação e implementação das 7 Regiões Autónomas, a saber:
* Região de Entre Douro e Minho
* Região de Trás-os-Montes e Alto Douro
* Região da Beira Litoral
* Região da Beira Interior
* Região da Estremadura e Ribatejo
* Região do Alentejo
* Região do Algarve

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caros regionalistas:

1-O aeroporto Sá Carneiro é, neste momento, o melhor aeroporto do país. Só não consegue cativar novos mercados porque tem sido gerido ao sabor dos interesses da ANA, confortavelmente sediada no Aeroporto da Portela ("convém" que o este não seja secundarizado pelo Porto!!!). Os aeroportos são uma das áreas que tem que ser forçosamente regionalizada. Um aeroporto é uma estrutura de cabal importância para uma região, tem que ser gerido a partir do sítio onde se encontra.

2-Sobre a política de aeroportos (e até de transportes) no nosso país, as "prioridades" avançadas têm sido:
A)-Aeroporto Internacional de Alcochete
B)-Linhas de TGV Porto-Lisboa, Lisboa-Madrid e Porto-Vigo
C)-Aeroporto Regional de Beja (não sei o que é feito dele!!!)

Deixo aqui algumas sugestões:
A)- Adopção da solução Portela+Alcochete, com construção deste último de forma faseada (Portugal não é propriamente um país rico).
B)-Adiamento do TGV- é MUITO MAIS URGENTE fazer chegar o serviço Alfa Pendular (a uma velocidade REAL de mais de 200 km/h) a outras cidades. Porque não apostar na modernização e construção de novas linhas para poder levar o Alfa a estas cidades, cada vez mais isoladas:
Aveiro-Viseu-Mangualde(linha nova)-Guarda-Vilar Formoso (linha da Beira Alta);
Porto-Marco(Linha do Douro)-Amarante(Linha do Tâmega)-Vila Real-Alijó(linha nova)-Mirandela-Bragança(Linha do Tua);
Lisboa-Covilhã-Guarda (Linha da Beira Baixa)
C)-Desistir do aeroporto em Beja (Beja está a cerca de 1h30 de Faro e 2h do futuro Aeroporto de Alcohete!!), e construir dois verdadeiros aeroportos regionais em Bragança (a 3h de Pedras Rubras e 6h de Alcochete) e na Guarda (a 3h de Alcochete, 2h30 de Pedras Rubras e 2h do Aeroporto de Salamanca), que teriam sem dúvida muito mais necessidade de estruturas destas que a cidade alentejana, e serviriam uma área muito maior.
E ainda pouparíamos dinheiro, a aplicar em outras infra-estruturas também necessárias ao desenvolvimento regional...

Anónimo (Beira Interior), pelas 7 Regiões
Anónimo disse…
Anónimo (Beira Interior),

Desde que tudo o que propõe, nuns casos bem noutros não, seja integrado numa política de transportes delineada para criar infraestruturas que cubram e sirvam com modernidade (especialmente nas vias ferroviárias do litoral para o interior e para Espanha - caso muito especial: a Linha do Douro, a linha da Beira Alta e da Beira Baixa e e linhas ferroviárias afluentes) as mais amplas regiões do País e se subjuguem à prossecução dos seus objectivos próprios e integrados. A resolução de casos isolados ou o exercício de uma política casuística seja em que dimensão for, só conduz a anacronismos como os verificados no caso do Aeroporto do Porto, apesar da qualidade e utilidade crescente da quela estrutura aeroportuária.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)