Regionalizar aonde?

Prevê-se que alguns milhares de escolas vão desaparecer, por não ter os dez alunos necessários para se manter. Quem mais vai ter escolas a encerrar, será o interior e as suas aldeias.

A escola era um equipamento social de que as aldeias dispunham até há bem pouco tempo. Agora, há toda a uma série de processos de descapitalização evidente, que marcam e que, no fundo, agravam, penalizam e castigam a própria zona rural.

Primeiro desapareceu o padre, passou a ser um padre para várias aldeias, agora desaparece a escola, em muitos sítios os correios encerraram e ou deixaram de chegar. Também encerram hospitais, maternidades, e outros serviços públicos. Muitas localidades antes servidas pelo caminho-de-ferro também viram desaparecer o comboio.

O que resta à aldeia? Nada!

Desaparecem os jovens por falta de oportunidades de trabalho, não existe investimento empresarial, o pouco comércio existente vai encerrando e os mais velhos vão ficando desamparados na sua solidão.

Há quem volte a falar na regionalização, mas regionalizar com quê? Regionalizar aonde? Só se for todo o Litoral onde as gentes se concentram, porque o interior ficou desertificado e só resta o vazio.Este país passou para o Litoral e os sucessivos governos nada fizeram para o evitar…


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deleites pensamentos
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Comentários

Anónimo disse…
Este é o exemplo mais negativo a confirmar que a regionalização administrativa (continuação nas regiões a criar de políticas centralizadas e centralizadoras) não tem sentido e continuará a gerar desigualdades na forma como pretende implementar as regiões, sempre o litoral em desfavor do interior, sem deter qualquer capacidade de apresentar soluções políticas que invertam a situação. A solução das regiões autónomas apresenta essa capacidade de gerar soluções políticas e de, gradualmente, ir invertendo a situação desequilibrada actual a um ritmo que vai ser lento, muito lento mas com carácter definitivo.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (smpre com ponto final)
Anónimo disse…
Este gajo é patológico...
Anónimo disse…
Deve ser bruxo, como é que adivinhou? Como bruxo deve ter um bom futuro.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
templario disse…
Caro Anónimo pro.7RA.

Eu gosto de o ler, primeiro porque não abdica das 7, depois porque parece não dar conta que o litoral é assim tão "atractivo" com pessoas que migraram do interior (claro que sabemos porquê) e onde poucos regressariam, finalmente porque o que quer mesmo são regiões autónomas.

Eu sei que há regiões interiores que foram esquecidas pelos governos centrais, mas antes foram-no pelos caciques locais que só fizeram obras onde se podia colher muitos votos.

Tenho a convicção que na maioria do chamado interior de Portugal se vive muito melhor que nesse interior que abomina. Não sei se sabe o que é passar parte da vida em Lisboa, com os tais 200 euros anuais a mais como os regionalistas dizem. São gastos em refeições e transportes extra e não chega.

Se eu defendesse a regionalização e não é o caso, lutaria para que se não criasse o caos no interior que existe no litoral. Não é preciso regionalizar para criar melhores condições de vida nessas regiões. São precisas boas políticas. Não pense que com a regionalização iria atrair montes de empresas para o interior.

Na minha visão essas empresas devem ser criadas pelos seus habitantes. E aqui falha a política de formação que devia ser direccionada para as localidades através das câmaras municipais, com planos bem precisos-

Não sou especialista na matéria, e o Sr. António Felizes vai-me desculpar de estar a encher chouriço no seu Blog, mas conheço um caso muito concreto na Europa em que o poder local reivindicou um plano de desenvolvimento para essa região em que toda a actividade empresarial era exclusiva dos seus habitantes (zona de agricultura e pecuária, refiro-me à região dos Alpes marítimos)

As famílias foram formadas para as diversas actividades: restauração, artesanato, hotelaria, turismo, etc., e também na agricultura e pecuária.

Não vou desenvolver mais. O certo é que é hoje uma das regiões mais ricas da Europa, elevado nível de vida. Não foi necessário criar lá grandes empresas, pois seria a destruição da vida dessas comunidades. Dir-me-à: mas isto está desertificado. A situação alterava-se paulatinamente.

É cerdade que também lá vivem os ricalhaços , mas todas as actidades económicas e culturais estão nas mãos dos seus habitantes.

O poder político tem que fazer boas políticas e no nosso país não é preciso a regionalização para isso.

Tinha mais para desenvolver sobre isto, mas o lençol está já muito esticado.

Cumprimentos
Anónimo disse…
Caro Templário,

De certeza que leu enviezado tudo o que tenho escrito neste blog, sugerindo-lhe que leia sem quaisquer condicionamentos de assinatura, isto é, objectivamente.
Em primeiro lugar, dou-lhe conhecimento que conheço muito bem o nosso País, de lés-a-lés, por força da minha actividade profissional e, no quadro de uma exemplar política empresarial regionalizada de há 30 anos, pude contribuir para o desenvolvimento das regiões do interior, regiões que não abomino (ao contrário do que o senhor afirma e me imputa sem que eu conheça as suas razões para o afirmar), regiões do interior que só podem aceder a condições efectivas de desenvolvimento se não estiverem ligadas organicamente ao litoral, nem conterem em si órgãos administrativos de rejeição primária e inócuos como as áreas metropolitanas, comunidades urbanas, etc. E não me atreveria a tratar de assuntos relacionados com a regionalização se não conhecesse o nosso País tão bem como o conheço, não teria essa desfaçatez, atrevimento e falta de honestidade intelectual.
Em segundo lugar, se fizer uma revisão do que tenho escrito verificará que o que defendo é que, no quadro das 7 Regiões Autónomas, cada uma delas e em interacção umas com as outras, se disponibilizem e mobilizem as respectivas populações para o aproveitamento integral dos seus recursos próprios e benefício dos seus resultados, não significando que não possam concretizar as acções que julguem necessárias e que possam conduzir à instalação de empresas que revelem interesse em fazê-lo, sem hipotecar recursos públicos que também são colectivos, não pertencem aos detentores de mandatos de poder (central, regional ou local).
Em terceiro lugar, um processo político com a complexidade da regionalização ou qualquer outro idêntico arrastará sempre oportunistas e gente pouco séria que nunca terão como finalidade fundamental e última a prossecução do desenvolvimento equilibrado e sustentado, por razões que intersectam as suas incapacidades políticas, técnicas e pessoais (personalidade e carácter); esta componente será uma sempre componente de risco que terá de se correr, quer queiramos ou não.
O resto, como é habitual dizer aqui em Vila Nova de Gaia (e no Porto), "vai no Batalha".

Assim seja, amen.

Já sei o que aí vem.

Assim não viesse, mas enfim.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Tenho a larga percepção que gostam de ler o que escrevo porque procuro fazê-lo com coerência e com consistência, onde as regiões menos desenvolvidas (precisamente as do interior) são as mais contempladas em termos de preocupações de desenvolvimento na solução de regionalização que defendo. Como sou originário do litoral e resido numa zona de grande beleza paisagística, não desconheço as virtualidades e qualidade de aqui viver, mas no quadro da regionalização (7 Regiões Autónomas), as condições de equilíbrio conduzem-me a rejeitar categorica e definitivamente a existência de qualquer factor que potencie o eterno subdesenvolvimento das regiões do interior.
Anónimo disse…
Regionalização a sete, já!

O Interior precisa de uma oportunidade. Mais vale tarde que nunca...

Anónimo (Beira Interior)
Anónimo disse…
Caro Anónimo (Beira Interior),

Esta última sua intervenção até me passou despercebida, mas o que está em causa não é só o interior, mas todo o País a precisar de nova oportunidade, embora compreenda que as regiões do interior tenham fortes razões de queixa das consequências de políticas centralizadas e centralizadoras.
Políticas estas que terão continuidade assegurada se a solução das 5 Regiões Administrativas for para a frente.
Isto é tão certo como a continuidade gaiteira dos défices: orçamental e externo

ASSIM NÂO SEJA, AMEN.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)