Mais Norte

No "JN"

Alberto Castro
, Professor universitário


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Cumpro com o prometido referindo mais uma empresa que enriquece o nosso património. Com uma já longa história (foi fundada no fim do século XIX) e uma enorme capacidade de se ajustar às circunstâncias, transformando dificuldades em oportunidades. Falo da Ach. Brito cujos sabonetes estão hoje na lista de compras de nomes tão conhecidos como Oprah Winfrey, podendo ser encontrados nas casas de banho de alguns dos melhores hotéis do mundo e nalgumas das melhores lojas. Se um dos problemas dos nossos produtos nos mercados internacionais ainda é a respectiva imagem, o posicionamento da Ach. Brito/Claus Porto no segmento do luxo é um contributo inestimável para superar esse handicap.

(...)

A semana que passou deu justo destaque a dois desses actores, no caso duas das pessoas que fazem acontecer sem procurarem o protagonismo mediático Ricardo Fonseca e Luís Portela. Nos seus doze anos à frente da Administração dos Portos de Douro e Leixões, Ricardo Fonseca comandou uma verdadeira "revolução de veludo". Discreta e eficaz, como ele. O Porto de Leixões transformou-se de patinho feio, no mais competitivo porto nacional. A inauguração da via interna e da nova portaria, duas das obras em que pôs mais empenho, que libertam Matosinhos do impacto diário de largas centenas de camiões, foi o pretexto para a homenagem singela ao homem que agora comanda os destinos da Metro do Porto.

A Ricardo Fonseca e às equipas que soube reunir e dirigir, à sua capacidade diplomática aliada à determinação estratégica, deve o País e a Região uma infra-estrutura que se transformou de uma fraqueza numa força para enfrentar os desafios impostos pela concorrência internacional.

Igualmente discreto, igualmente eficaz, Luís Portela, o responsável pela afirmação da Bial como a mais inovadora empresa farmacêutica nacional, viu, no fim da semana que passou, recompensados os seus esforços na criação do que, na gíria da economia, se convencionou chamar um pólo de competitividade na área da saúde. Almejando ter um papel internacional, os fundadores decidiram, e bem, chamar-lhe Health Cluster Portugal.

Dir-lhes-ei apenas que é um factor de esperança na capacidade que a iniciativa privada terá para romper com o círculo vicioso em que o País e a Região se atolam. A adesão das empresas, sem esperar pelo patrocínio público, superou as expectativas do próprio Luís Portela e, certamente, as do governo que só à última hora se fez representar ao nível ministerial. Centrado e sedeado no Norte, este cluster tem expressão nacional, agregando parceiros de todas as regiões. Também por isso, exemplar. E um desafio para outras iniciativas que se anunciam. Talvez a Norte as "coisas" estejam mesmo a mexer!

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Comentários

Anónimo disse…
por acaso é curioso as maiores e melhores empresas privadas do país sao sempre do norte.
Geralmente uma empresa que se internaciohnaliza, tem sucesso, engrandece, etc, em 90% dos casos é uma empresa que nasceu no norte.

Alguem sabe porque é que ha mais e melhor sucesso empresarial no norte?
Anónimo disse…
mais norte ou mais Porto?
Ainda nunca ouvi aqui ninguém, quando fala no "Norte", falar em Vila Real ou Bragança ou Mirandela, etc. Por isso, caros transmontamos, já se está a ver a "muita" atenção que vão ter se o modelo das regiões for para a frente. Preparem-se, porque vai ser mais do mesmo.

O "Norte interessa a quem"?
políticos do Porto
+empresários do Porto
+habitantes da Área Metropolitana do Porto
+clubes de futebol do Porto

e o resto??? O resto que se dane! O Porto zurripa os fundos que deviam ir para a cosão do Interior, e leva-os para onde? para investir no Porto e nas sua área metropolitana!!!
E o resto, o que é que leva?
NADA!!!!

5 Regiões = Mais do mesmo

Anónimo (Beira Interior), pelas 7 Regiões
*Será assim tão complicado perceber?
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Não interessa ter "Mais Norte" nem "Mais Porto", mas melhores soluções compatíveis com a regionalização política, com base nas 7 Regiões Autónomas.
O Professor Alberto de Castro insiste na importâmcia do desempenho de empresas nortenhas como ponto de partida ou de exemplos que podem ser aproveitados para a afirmação do chamado "Norte".
Nada é mais enganador nem mais limitativo, interpretativo de vistas curtas para o necessário desenvolvimento das 2 Regiões Autónomas que integram o norte do nosso País:
* A Região Autónoma de Entre Douro e Minho:
- Província do Minho
- Província do Douro Litoral
* Região Autónoma de Trás-os-Montes e Alto Douro:
- Província de Trás-os-Montes e Alto Douro
A excelência de empresas localizadas a norte que se aprofunde e autosustente para que a regionalização política encontre soluções para que um número mais elevado de outras empresas assuma essa excelência, sem as lamechices nem pedinchices habituais.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)