Regionalização? Sim. Região Centro? Não.

O título é claro, para que não restem dúvidas sobre o que nos move. Sejamos claros, sou eleitor na cidade de Castelo Branco, em 1998, na altura do Referendo Nacional sobre as Regiões Administrativas, a Regionalização, disse SIM à regionalização, disse sim à Beira Interior. O processo de regionalização de 1998, mal ou bem conduzido, mal ou bem explicado, foi democrático.

Surgiu há uns tempos um movimento para defender a regionalização, defendendo um mapa com cinco regiões, sendo uma delas a Região Centro. Sou um cidadão do mundo (não que tenha corrido o Mundo...), um europeu (porque nasci na Europa), português (seria outra coisa qualquer se não tivesse nascido em Portugal), sou beirão (porque nasci numa das Beiras) e albicastrense (natural de Castelo Branco).

Aceitaremos uma região que se denomine Beira Baixa, Beira Interior ou Beiras. Não que nos seja indiferente a escolha de qualquer uma delas! Para cada uma haverá argumentos válidos que a defenda. Quanto à Região Centro... Ninguém diz que é do Centro, houve-se dizer "sou Beirão", "sou Minhoto", "sou Algarvio", "sou Alentejano ou "sou Ribatejano". Mas, "sou do Centro"!!!??

Há uma certa ideia do que é ser do Norte, ser Nortenho, mas não conheço ninguém que se diga do Sul ou do Centro, são apenas meros posicionamentos geográficos, sem afectividade ou marca cultural, um Algarvio ou um Alentejano não se dizem do Sul, tal como os Beirões não se dizem do Centro.

Que haja uma região no Centro e que se chame Beiras ainda vá!

Enquanto democrata, também não entendo, nem aceito, uma democracia "coxa":
1) a nível local:
1.1) elegemos para as Freguesias
1.2) elegemos para os Concelhos

2) a nível nacional:
a) elegemos a Assembleia da República (por consequência o futuro Governo),
b) o Presidente da República

3) a nível europeu, elegemos o Parlamento Europeu

4) a nível regional?
Não temos voto na matéria!! Ignoramos a nossa Lei fundamental, a Constituição da República

Constituição da República Portuguesa
PARTE III - Organização do poder político
TÍTULO VIII - Poder Local
CAPÍTULO IV Região administrativa

Artigo 255.º (Criação legal) As regiões administrativas são criadas simultaneamente, por lei, a qual define os respectivos poderes, a composição, a competência e o funcionamento dos seus órgãos, podendo estabelecer diferenciações quanto ao regime aplicável a cada uma.

(...)

Luís Norberto Lourenço
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Comentários

Anónimo disse…
Concordo plenamente

Eu sou minhoto, não NORTANHO...

E tambem acho que os portugueses se identificam mais com as antigas regiões "naturais"

Do minho para mundo
Anónimo disse…
Também concordo! Eu sou de Leiria (porque nasci cá) não sou nem nasci na Beira nem no Centro. Os de Vila de Rei é que são os do Centro de Portugal. E por afectividade bastará verificar que estamos mais ligados a Lisboa do que ao Norte.
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Começo a verificar, com imensa satisfação, que estão a aparecer posições favoráveis à solução política baseada na regionalização autonómica ou, pelos menos, baseada nas regiões naturais.
À medida que a evolução política actual se torna mais complexa e ainda mais dramática, por insuficiência das reformas instrumentais e não estruturais levadas a cabo por este e outros governos anteriores; à medida que começam a surgir críticas impiedosas de vários quadrantes de personalidades políticas e outras não políticas sobre a situação geral do País, no deslumbramento de práticas políticas neo-liberais da moda internacional; à medida que se vão verificando os indícios falimentares de uma "política económica" de reforço daos principais grupos económicos nacionais centrados em sectores estratégicos da economia onde o Estado se demitiu exageradamente das suas responsabilidades transferindo certas competências para reguladores ainda inexperientes, acompanhada de dinamização insuficiente das pequenas e médias empresas; à medida que se assiste, dentro ou fora das consequências da crise financeira internacional, a uma especulação financeira sem precedentes, amoral (bens alimentares e certas matérias primas), cega, ambiciosa e cretina, justifica-se uma política mais estruturante e voltada para dentro do próprio País, como forma de valorização e aproveitamento dos nossos recursos endógenos (AO CONTRÁRIO DO QUE MUITOS PENSAM, TEMOS ESSES RECURSOS NECESSÁRIOS AO DESENVOLVIMENTO).
Tal política estruturante só pode basear-se na implementação de um projecto político de efeitos de longo prazo como a regionalização autonómica, na base das 7 Regiões Autónomas, a partir das 11 Regiõeses Naturais ou Províncias e da mudança qualitativa dos nossos protagonistas políticos.

Assim seja, amen.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Al Cardoso disse…
Eu tambem sou daqueles que tenho afirmado muitas vezes ser contrario a criacao de uma regiao identificada por "Centro"!
Concordo isso sim com uma regiao que inclua as Beiras e que por conseguinte se identifique por "Regiao das Beiras", ou da "Beira"!

Um abraco regionalista da Beira mais alta.