Alentejo: para onde vais?

António Vasquez Barquero é um professor da Universidade Autónoma de Madrid e consultor do Banco Mundial e da ONU. Defende que a Política de Desenvolvimento Regional assenta em 3 pilares: Hardware; Software e Orgware.

O Hardware é constítuido por infra-estruturas para dotar a política regional e para melhorar a funcionalidade. Em especial Espaço Urbano, Escolas, Hospítais e Centros de Saúde, Espaços Públicos, Parques Industriais ou Centros de Negócio. Ou seja, infra-estruturas de promoção da coesão e da qualidade de vida.

O Sofware corresponde aos aos factores imateriais do Desenvolvimento. Aspectos qualitativos como os Recursos Humanos, difusão de Tecnologias, promoção da inovação e iniciativa empresarial, cultura de desenvolvimento, informação estratégica, Centros Tecnológicos e Parques de Ciência.

E por fim, o Orgware que é a capacidade organizativa do território. Capacidade e dinâmica. Medidas e políticas para melhorar a eficiência, cooperação, parceria e avaliação para aceder ao Mercado. Mobilização dos vários actores.

Provavelmente a breve prazo, irá falar-se de Regionalização. O Alentejo tem 33% de superfície e apenas 5,2% dos habitantes portugueses. Na minha opinião, a nossa região não tem estado a conseguir desenvolver-se por diversas razões: desentendimento entre partidos políticos; acomodação dos caciques locais; interesses privados em detrimento do público; incapacidade de fazer progredir o tecido produtivo industrial; incapacidade de políticas públicas conjuntas intermunicipais; inexistência de estratégias partilhadas no campo social, económico, cultural, agrícola e turístico.

Para começar a resolver o problema, podíamos deixar de lado a duplicação de investimentos públicos desnecessários (até à escala local isso existe), incentivar a participação dos cidadãos e aumentar a transparência nos processos de tomada de decisão e avaliar inequivocamente os custos-benefícios com seriedade. As pessoas têm de estar no centro das políticas, se isso não acontece, isto vai mesmo virar um deserto como dizia o outro.

Tirando algum Hardware, a maior parte dos conceitos de Barquero não estão a ser aplicados na região e muito menos no município de Viana do Alentejo. Será que os dirigentes não vêm que a região acentua fatalmente a sua sangria populacional, cada vez somos menos e com menos oportunidades de qualidade de vida.

Continuar com guerras políticas desnecessárias, não só nos levam a parte nenhuma como acentuam o nosso atraso estrutural em relação a outras regiões e aos nuestros hermanos. Se isto não é um erro grosseiro... 

"polvorosa"

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Não é preciso acrescentar quase mais nada, a não ser a inclusão no "hardware" de mais uma componente relacionada com a inventariação, valorização e a utilização plena dos recursos próprios de cada Região Autónoma (é o que falta e é MUITÍSSIMO), para que seja possível dinamizar um crescimento económico diferenciado e complementar inter-regiões, trave-mestra de políticas de desenvolvimento que possam servir os altos desígnios nacionais já aqui por demais evidenciados.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)