A região Entre-Douro e Minho, à qual eu prefiro chamar apenas Minho, não pode efectivamente funcionar numa lógica de portocentrismo. Quem assim pensa ou defende está a ir contra os próprios fundamentos da Regionalização. Aquilo que penso, e que tem sido defendido aqui neste blogue, é que as regiões devem, elas próprias, ser por sua vez, regionalizadas.
Assim, acho que os organismos regionais (Governo Regional, Parlamento Regional e outros serviços regionais) devem ser distribuídos por vários concelhos da região. O maior erro de uma regionalização em Portugal seria a definição de capitais regionais: isso levaria à formação de novos centralismos, e tiraria muito do potencial àquilo que deve ser uma boa regionalização.
O que interessa para que uma região seja consumada é que seja relativamente homogénea, no sentido de se criar uma identidade regional, em alguns casos já existente, que conduza a uma maior proximidade entre população e autoridades governativas, e que conduza à mais célere e eficaz resposta para os problemas específicos de cada região do país. Por isso estas devem ser homogéneas, para que as políticas a implementar cheguem a todos, para que a evolução e o desenvolvimento cheguem a todos os concelhos do nosso país.
Por isso a solução "região Norte" é injustificada e insuficiente. Porque juntar na mesma região zonas tão diferentes como o Minho e Trás-os-Montes é fazer com que o "Norte" não se torne eficaz. É juntar o lactifúndio ao minifúndio; o predominantemente urbano ao predominantemente rural; uma realidade de aumento de uma população que já de si é jovem; a uma realidade de dimunuição e envelhecimento da população, e aos riscos de desertificação; a abundância de transportes às viagens enormes para fazer poucos quilómetros; os bons cuidados de saúde a hospitais precários; etc.
Em suma, vê-se claramente que este "Norte" tem dois pólos opostos: de um lado o Minho e de outro Trás-os-Montes. Realidades mais diferentes não podia haver.
Em segundo lugar, temos a criação da região Entre-Douro e Minho, ou simplesmente Minho, que resulta da junção das províncias do Minho e do Douro Litoral, que são unanimemente reconhecidas como duas realidades muito idênticas. Concerteza que não vê grandes diferenças quando vai do Porto a Braga, e passa da Trofa para Famalicão, ou quando vai de Amarante a Guimarães e passa de Felgueiras para Vizela. As duas regiões são muito homogéneas, em ambas predomina a mesma paisagem, o mesmo tipo de economia, as mesmas necessidades sociais e estruturais, e a mesma realidade populacional.
Já quando sai desta zona, e atravessa o Marão de Amarante para Vila Real, ou vai de Braga a Chaves, e a sul, quando vai de Santa Maria da Feira a Coimbra ou de Castelo de Paiva a Vale de Cambra, encontra já muitas diferenças, sociais, culturais, paisagísticas e estruturais. Há uma fronteira clara. São regiões completamente diferentes, o Minho de Trás-os-Montes ou da Beira Litoral. É esse o objectivo de um bom mapa regional: unir aquilo que é semelhante, e distinguir aquilo que é diferente, para que as soluções sejam mais justas e eficazes para todos os portugueses, estejam eles onde estiverem.
Para combater o "portocentrismo", e as novas centralidades que teriam a instalar-se em algumas cidades, nomeadamente o Porto, Coimbra, Évora e Faro, acho que a solução é simples e de princípio. O fundamental é, como já disse, escolhermos um conjunto de concelhos (por ex., no Minho, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Porto, Penafiel, etc.) onde seriam instalados os serviços regionais, sendo que em cada um não poderia haver mais que uma sede de organismos regionais).
Assim, evitar-se-iam os novos centralismos, que, no caso Porto/Minho, já estão mais esbatidos. Não nos podemos esquecer que, se a Área Metropolitana do Porto tem cerca de 1 700 000 habitantes, enquanto que a região do Entre-Douro e Minho totaliza cerca de 3 200 000 habitantes. Ou seja, a AMP totaliza apenas cerca de 50% dos habitantes da região, ou seja, os riscos de "portocentrismo", aplicando-se esta descentralização, seriam reduzidos. Acredito até que esta seria uma das regiões mais democráticas, e talvez seja a de maior peso no contexto nacional.
É preciso que estes equívocos sejam esclarecidos, caso a caso, com cuidado, para que as pessoas não estejam contra esta reforma, tão benéfica para nós, as populações de fora de Lisboa, que somos tão prejudicados com este centralismo mórbido que atrofia o desenvolvimento justo e equalitário de Portugal.
Assim, acho que os organismos regionais (Governo Regional, Parlamento Regional e outros serviços regionais) devem ser distribuídos por vários concelhos da região. O maior erro de uma regionalização em Portugal seria a definição de capitais regionais: isso levaria à formação de novos centralismos, e tiraria muito do potencial àquilo que deve ser uma boa regionalização.
O que interessa para que uma região seja consumada é que seja relativamente homogénea, no sentido de se criar uma identidade regional, em alguns casos já existente, que conduza a uma maior proximidade entre população e autoridades governativas, e que conduza à mais célere e eficaz resposta para os problemas específicos de cada região do país. Por isso estas devem ser homogéneas, para que as políticas a implementar cheguem a todos, para que a evolução e o desenvolvimento cheguem a todos os concelhos do nosso país.
Por isso a solução "região Norte" é injustificada e insuficiente. Porque juntar na mesma região zonas tão diferentes como o Minho e Trás-os-Montes é fazer com que o "Norte" não se torne eficaz. É juntar o lactifúndio ao minifúndio; o predominantemente urbano ao predominantemente rural; uma realidade de aumento de uma população que já de si é jovem; a uma realidade de dimunuição e envelhecimento da população, e aos riscos de desertificação; a abundância de transportes às viagens enormes para fazer poucos quilómetros; os bons cuidados de saúde a hospitais precários; etc.
Em suma, vê-se claramente que este "Norte" tem dois pólos opostos: de um lado o Minho e de outro Trás-os-Montes. Realidades mais diferentes não podia haver.
Em segundo lugar, temos a criação da região Entre-Douro e Minho, ou simplesmente Minho, que resulta da junção das províncias do Minho e do Douro Litoral, que são unanimemente reconhecidas como duas realidades muito idênticas. Concerteza que não vê grandes diferenças quando vai do Porto a Braga, e passa da Trofa para Famalicão, ou quando vai de Amarante a Guimarães e passa de Felgueiras para Vizela. As duas regiões são muito homogéneas, em ambas predomina a mesma paisagem, o mesmo tipo de economia, as mesmas necessidades sociais e estruturais, e a mesma realidade populacional.
Já quando sai desta zona, e atravessa o Marão de Amarante para Vila Real, ou vai de Braga a Chaves, e a sul, quando vai de Santa Maria da Feira a Coimbra ou de Castelo de Paiva a Vale de Cambra, encontra já muitas diferenças, sociais, culturais, paisagísticas e estruturais. Há uma fronteira clara. São regiões completamente diferentes, o Minho de Trás-os-Montes ou da Beira Litoral. É esse o objectivo de um bom mapa regional: unir aquilo que é semelhante, e distinguir aquilo que é diferente, para que as soluções sejam mais justas e eficazes para todos os portugueses, estejam eles onde estiverem.
Para combater o "portocentrismo", e as novas centralidades que teriam a instalar-se em algumas cidades, nomeadamente o Porto, Coimbra, Évora e Faro, acho que a solução é simples e de princípio. O fundamental é, como já disse, escolhermos um conjunto de concelhos (por ex., no Minho, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Porto, Penafiel, etc.) onde seriam instalados os serviços regionais, sendo que em cada um não poderia haver mais que uma sede de organismos regionais).
Assim, evitar-se-iam os novos centralismos, que, no caso Porto/Minho, já estão mais esbatidos. Não nos podemos esquecer que, se a Área Metropolitana do Porto tem cerca de 1 700 000 habitantes, enquanto que a região do Entre-Douro e Minho totaliza cerca de 3 200 000 habitantes. Ou seja, a AMP totaliza apenas cerca de 50% dos habitantes da região, ou seja, os riscos de "portocentrismo", aplicando-se esta descentralização, seriam reduzidos. Acredito até que esta seria uma das regiões mais democráticas, e talvez seja a de maior peso no contexto nacional.
É preciso que estes equívocos sejam esclarecidos, caso a caso, com cuidado, para que as pessoas não estejam contra esta reforma, tão benéfica para nós, as populações de fora de Lisboa, que somos tão prejudicados com este centralismo mórbido que atrofia o desenvolvimento justo e equalitário de Portugal.
por, Afonso Miguel
Comentários
De resto concordo com o que diz. Se ainda viver para ver o nascimento da região Norte (note-se que tenho 27 anos) gostaria imenso de ver a seguinte repartição de organismos:
(a) Governo Regional - Porto
(b) Parlamento Regional - Braga
(c) Serviços Regionais - desconcentrados consoante as necessidades. Por exemplo:
(c.1) Agricultura - Vila Real
(c.2) Indústria - Guimarães
(c.3) Pesca - Viana do Castelo
Concordo em parte, mas sendo eu Portuense, acho que o Norte devia ser diferente do Pais
Acho que a capital devia ser a 2º cidade, neste caso Braga e ficaria por exemplo com a Sede do Governo regional
O Parlamento devia ficar por exemplo em Vila Real ou Guimaraes
As secretarias mais importante deviam ficar no porto, e alguns deviam ser distribuidas por cidades de media dimensão do norte do pais
e cinco regiões é um número razoável para portugal. pedir mais é um pouco descabido.
abraço a todos
O primeiro é a Área Metropolitana do Porto (metam lá todos os indicadores e vejam as diferenças com a restante região);
O Segundo pólo.. é a região que lhe se segue o Minho;
O Terceiro pólo é precisamente a região de Trás-os-Montes;
Mas isto também acontece noutras áreas de Portugal: um exemplo flagrante é a Área Metropolitana de Lisboa, só por si é uma região e o Porto não tem a sua própria região porquê?
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Lamento se vier a desapontá-los com o meu comentário, mas esta não a fórmula de debate que poderá abrir caminhos mais rápidos e consequentes para implementar a regionalização.
As razões na base desta posição têm sido continuadamente expostas em comentários anterores neste importante blogue de discussão, razão pela qual não vão ser repetidos.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Seguem-se, portanto, alguns esclarecimentos:
Caros B e Paulo Carvalho:
O que quero dizer, com o facto de a Área Metropolitana do Porto comportar apenas 50% da população de Entre-Douro e Minho, é que os restantes 50% da população estão distribuidos pelos restantes municípios da região. Assim, não podemos falar em portocentrismo, pois esta não seria uma região centrada numa só cidade, já que a massa crítica, votante e política dos restantes municípios teria tanta força como a do Porto. Podemos, assim, falar num «empate». Assim, acho que, devido às fortíssimas semelhanças que unem esta faixa do nosso território, seria a melhor solução a constituição de uma região de Entre-Douro e Minho. A título de exemplo, a Catalunha concentra cerca de 66% da sua população na Região Metropolitana de Barcelona. E nunca ouvi dizer que a Catalunha funcionasse mal, ou que houvesse um centralismo por parte de Barcelona sobre as províncias de Tarragona, Lleida e Girona, que constituem o resto da Catalunha. Para além disso, o facto de introduzirmos o modelo de limitação de 1 sede de organismos regionais por cada município, impediria ainda mais o tal "Portocentrismo". Se diz que espera viver para ver o nascimento da "região Norte", eu acho que a Regionalização é uma inevitabilidade já na década de 2010. Sem ela, o país chegará a um estado de ingovernabilidade e de impossibilidade de desenvolvimento, com enormes fenómenos de emigração, aos quais se juntariam a saturação de Lisboa, o estagnamento do restante litoral, e o abandono puro e simples do interior, o que acarretaria gravíssimos problemas, sociais e económicos, para o nosso país dignos de um país de 3º Mundo. Portanto mais tarde ou mais cedo ela vai avançar. Só espero que haja vontade política e que os nossos governantes olhem de igual forma todo o nosso país, de norte a sul e do litoral ao interior. E essa coragem significará a implementação da Região de Entre-Douro e Minho. Espero também viver (e sou mais novo do que o senhor!) para constatar essa reforma.
Concordo com a ideia de Paulo Carvalho, com a sede do Governo Regional a sediar-se em Braga. Só com uma diferença: seria o Governo Regional de Entre-Douro e Minho.
Caros G e André:
A meu ver, nunca poderia haver uma Barcelona no "Norte". Isso seria o maior erro que poderia ser cometido para o nosso país. Decerto que o Porto é uma metrópole vazia no centro, tal como Lisboa, embora esta em menor escala, mas isso deve-se à especulação imobiliária pura e simples, tão característica do nosso país. Com políticas por parte da autarquia portuense no sentido de tornar as habitações do centro da invicta mais atractivas, concerteza que grande parte da população da AMP viveria hoje no Porto, e não em Gaia, Gondomar, Maia ou Ermesinde, que são hoje subúrbios desordenados e com vários problemas sociais resultantes do crescimento sem travão.
Mas, para que o Porto fosse uma Barcelona, teria de haver um crescimento do Porto à custa de Trás-os-Montes e do Alto Minho. Se hoje o Alto Minho é uma região com características semelhantes ao Douro Litoral, deve-o sem dúvidas à ausência desse tipo de políticas portocêntricas. Portugal não tem dimensão nem população suficiente para tornar o Porto e Lisboa da dimensão de metrópoles como Madrid ou Barcelona. Portugal é, e sempre foi, um país de cidades médias, actualmente entre os 30 000 e os 1 000 000 habitantes. Qualquer tentativa para inverter esta tendência e criar grandes metrópoles, terá efeitos nocivos, imprevisíveis e até catastróficos para o nosso país, particularmente para o Interior. Na Catalunha, mesmo com a existência da enorme região metropolitana de Barcelona, as comarcas mais interiores e remotas, como La Seu de Urgell e o Val d'Aran, em plenos pirinéus, têm a população estabilizada ou em crescimento. Em Portugal, se o Porto se tornasse uma Barcelona, Trás-os-Montes ficaria reduzido a algumas centenas de habitantes, e tornar-se-ia território deserto: caso único na Europa desenvolvida.
A prioridade das prioridades de Portugal deve ser retomar o equilíbrio populacional e sócio-económico, reduzindo a fractura litoral-interior, que é uma das maiores causas para os problemas que o nosso país atravessa cronicamente há décadas. É urgente estancar a fuga das populações do Interior, e impedir a destruição do tecido empresarial dessas regiões. E isso só será possível com a constituição de regiões separadas entre o Litoral e o Interior. As regiões não se medem com números, nem se criam ao peso. As regiões criam-se consoante as diferentes realidades que existem. E em Portugal Continental não existe uma realidade para o "Norte", e outra para o "Centro", Lisboa, Alentejo e Algarve. Dentro destas regiões, nomeadamente do "Norte" e do "Centro" há realidades distintas. Há uma divisão clara, uma fronteira entre um interior a morrer e um litoral a crescer, e que assobia para o lado ao ver a morte do seu vizinho. A constituição de apenas 5 regiões seria apenas uma leve brisa comparada com as rajadas de mudança que são precisas. Portugal não se pode dar ao luxo de deixar 70% do país morrer.
A única solução para o desenvolvimento equalitário, e para a regeneração de todo o nosso país, que evitaria muitos dos problemas que, a continuar assim, se avizinham para as próximas décadas, com a centralização em torno de Lisboa e Porto, e litoralização progressiva, é a constituição de 7 regiões, a saber:
*Entre-Douro e Minho
(actuais NUT III: Minho-Lima, Cávado, Ave, Grande Porto, Tâmega, Entre-Douro e Vouga)
*Trás-os-Montes e Alto Douro
(actuais NUT III Douro e Alto Trás-os-Montes)
*Beira Litoral
(actuais NUT III: Baixo Vouga, Baixo Mondego, Pinhal Litoral, Pinhal Interior Norte- excepto concelho da Pampilhosa da Serra- e Dão-Lafões)
*Beira Interior
(actuais NUT III: Beira Interior Norte, Beira Interior Sul, Cova da Beira, Serra da Estrela, Pinhal Interior Sul, e concelho da Pampilhosa da Serra)
*Estremadura e Ribatejo
(actuais NUT III: Oeste, Lezíria do Tejo, Médio Tejo, Grande Lisboa, Península de Setúbal)
*Alentejo
(actuais NUT III: Alto Alentejo, Alentejo Central, Baixo Alentejo, Alentejo Litoral
*Algarve
(actual NUT III: Algarve)
Assim, as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto existiriam dentro das suas regiões, tal como acontece na Catalunha. A vantagem disto é que o Entre-Douro e Minho e Estremadura e Ribatejo se tornariam regiões com elevadíssimo potencial de internacionalização, sem que houvesse um centralismo de Lisboa ou do Porto sobre o resto da região (já que estas áreas metropolitanas concentram apenas metade da população das regiões em que se inserem).
Os argumentos do costume, de que Portugal é um país pequeno demais para ter 7 regiões e mesmo para ser regionalizado, e que as regiões do interior, por si só, não teriam massa crítica suficiente para se impor no contexto nacional, são injustificados, tendo em conta os seguintes factos:
1- Países desenvolvidos e regionalizados, como a Holanda, a República Checa, a Suíça, a Alemanha e o próprio Reino Unido têm regiões com dimensões semelhantes às 7 propostas, algumas delas com números, em termos de população, também bastante semelhantes à nossa realidade;
2-As regiões do norte da Espanha (nomeadamente La Rioja, Navarra e País Basco), zona que apresenta semelhanças evidentes com Portugal a norte do rio Tejo, são também de dimensões e população semelhantes às regiões de Entre-Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral ou Beira Intreior;
3-O caso alemão é um exemplo a seguir. O leste da Alemanha (ex-RDA) assistiu a uma quase desertificação após a queda do muro de Berlim (ainda pior do que aquele que se vive em Trás-os-Montes e Beira Interior), que só foi possível atenuar com a constituição de estados federados a quem foi atribuído um elevado grau de autonomia.
4-Dentro do nosso próprio país, as regiões da Beira Interior e de Trás-os-Montes têm, por exemplo, sensivelmente a mesma população que o Algarve. E ninguém põe em causa a existência da região do Algarve. Anexar a Beira Interior à Beira Litoral e Trás-os-Montes ao Entre-Douro e Minho é um erro tão grave como seria anexar o Algarve ao Alentejo. Em ambos os casos as diferenças são acentuadas e as realidades muito diferentes.
A todos os regionalistas, principalmente aos portuenses, peço que não olhem apenas para a sua cidade, e os interesses do seu município, mas que olhem para o país como um todo. Para centralismos já basta o actual, de Lisboa. Já se viu como ele é nocivo. A regionalização nunca poderá criar novos centralismos.
Para que a regionalização vingue, é necessário olhar Portugal como um todo, com as suas realidades específicas. Ao olhar apenas para uma determinada cidade, estamos a criar incompreensão face à regionalização, e a favorecer o actual estado de coisas.
Todos temos que dar a perceber a todos os portugueses, quer estejam no Minho, no Algarve, no Litoral ou no Interior, que só têm a ganhar com a regionalização e a autonomia.
A todos os que comentaram este artigo, peço também que continuem a seguir este blogue, pois procurarei, nos próximos tempos, apresentar e esclarecer melhor a morfologia e as vantagens do mapa das 7 regiões.
Pela regionalização. Por Portugal.
Em complemento do meu último comentário, se desejarem obter uma informação desenvolvida e uma justificação sistematizada e séria da necessidade da regionalização, sugiro-lhes que consultem o site da Ordem dos Economistas, tema da Economia Regional e subtema com obra sobre "Regiões Autónomas - O regresso às origens como condição de desenvolvimento", onde também se propõe a afectação territorial dos concelhos às futuras 7 Regiões Autónomas, com abandono bondoso dos actuais critérios estatísticos de organização do território.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
e, sim, o portocentrismo é necessário. e digo isto não sendo morador do porto. mora na póvoa de varzim. e acredito que não é razoável que um concelho como o meu cresça 1000 habitantes por ano enquanto o concelho do porto perde 3000 pessoas por ano. e que enquanto se continuam a construir casas por aqui, haja um esvaziamento de população do porto para os outros concelhos. falo com prejuízo próprio - não me parece razoável que a póvoa cresça muito mais. há que saber olhar para o próprio umbigo.
não se pode é querer controlar as dinâmicas demográficas de um país ou de uma região. não se pode obrigar as pessoas a irem morar para o porto ou obrigá-las a ficar ou a migrar para freixo de espada à cinta. nada disso. mas não se pode é insistir neste nível de planeamento subsasariano (sem desconsideração para os subsaarianos). o que importa é desenhar e planear para o futuro, para quando já não existirem freguesias ou concelhos ou distritos, mas sim modelos mais modernos e mais adaptados à situação atual.
e, caro Anónimo pró-7RA., o problema reside nas mais valias urbanísticas. como li recentemente, desde que em 1965 as mais valias deixaram de ter como destino o estado, passando a pertencer ao privados, passando a existir a obscenidade de uma pessoa poder enriquecer apenas porque o seu terreno ganhou direitos de construção. foi assim que se perdeu o território e se ganhou uma indústria de construção que irá inevitavelmente matar-se a si própria, não sem antes ter assassinado o país.
um abraço para todos
Se tivesse lido os comentários que tenho inscrito neste blogue, desde o início, teria verificado que a política urbanistas autosustentada é incompatível com a redução das áreas agrícolas, florestais nos espaços rurais e das áreas verdes nos espaços urbanos.
Por isso, esta política é adversária do crescimento indiscriminado da construção, razão pela qual se tem proposto o incremento progressivo das áreas agrícolas, florestais e dos espeçoa verdes, sem qualquer hesitação.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Se o seu concelho ganha 1000 pessoas enquanto o Porto perde 3000, é grave. Mas o Porto tem 200 mil habitantes. Se Almeida perde cerca de 1500 habitantes num ano é gravíssimo. Porque Almeida tem 7000 habitantes. Esse é o verdadeiro drama do nosso país. Se olharmos só para o Porto nesta questão da Regionalização, acredite que não vamos a lado nenhum.
A Regionalização não é só para o Porto. A Regionalização é para todos, e deve ser principalmente para as regiões do Interior. Se visitar a Beira Interior ou Trás-os-Montes por estas alturas percebe o drama que lá se passa. Que é tão dramático, que torna o envelhecimento do Porto um problema necessário. Porque o Porto não está morto, está apenas adormecido e, mais tarde ou mais cedo, vai acordar novamente. Agora o Interior está a morrer, e não falta muito para que lhe passem a certidão de óbito. É nesses 70% do nosso território que os portugueses têm que pensar, antes de olhar só para o que beneficiaria a sua cidade. É esse o aspecto mais negativo do Portocentrismo, do Lisboacentrismo, e de todos os centralismos neste mundo.
A proposta de unir o interior ao litoral destina-se a continuar a ser mais litoral (na hipótese de se criar a região norte, as ideias que formulou são "auto-excludentes").
Faça ao contrário, imagine unir o litoral ao interior; já vê que a situação é muito diferente e então o interior poderá vir a ter e beneficiar de mais protagonismo (mas as suas ideias continuam a ser "auto-excludentes", embora com menor intensidade).
De qualquer modo, é incompreensível a afirmação da inevitabilidade de "afirmação do Porto", só pela construção, outras actividades e respectivas mais-valias, à custa de outras regiões vizinhas.
Admita que o que se pretende com a regionalização é uma utilização muito mais intensiva dos recursos próprios de cada Região (as 7 Regiões Autónomas), de forma a criar as suas condições específicas de produção, de valor acrescentado e de contributo para o todo equilibrado nacional, com relevo adicional para a redução dos défices ESTRUTURAIS da balança comercial e do endividamento externo.
Só desta forma, complementado com outras actividades só especificas ou características de cada uma das regiões indicadas, relacionadas com a cultura, o ambiente, as tradições e o artesanato, o conhecimento, as técnicas e o que mais for inventariado em cada uma delas, é que o Porto e Lisboa e outras cidades com tendências estupidamente concêntricas ficarão libertas do que têm a mais e em desequilíbrio, felicitadas pelo que têm de recuperar em tudo que é essencial e sem problemas de consciência colectiva por não estarem a condicionar os factores de desenvolvimento endógeno de todas as outras regiões egoisticamente condenadas, até ao momento, ao subdesenvolvimento.
Por tudo, região norte não; Região Autónoma de Entre Douro e Minho, Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, sim; e assim sucessivamente até ao Sul do nosso País, de forma a criar 7 Regiões Autónomas no território continental.
Por isso, necessidade de afirmação de TODAS AS REGIÕES AUTÓNOMAS.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
PS - Está em curso a elaboração do futuro programa de eleitoral (e de Governo se for eleito) do partido que tem hoje as responsabilidades governativas. É seu coordenador um político-autarca, de afectação recente cujas ideias sobre a regionalização ainda não viram, estruturadamente, a luz do dia. Por outro lado, pelo facto de ser HOJE um autarca, não dá garantias que seja determinante para fazer uncluir naquele programa algo relacionado com a regionalização, mesmo administrativa e concordante com o estabelecido na Constituição da República Portuguesa.
Terá de se ir muito mais além (refundação do Estado e do sistema democrático que, parece, vai ser abordado num tal Club de Pensadores - sempre os (dos) mesmos) para garantir que o processo de descentralização política, suportado pela regionalização autonómica, não seja um autêntico fracasso.
Valha-nos Deus e as Almas Santas; nunca mais aprendemos com os sucessivos erros próprios; insiste-se que têm sido sempre erros próprios e nunca erros alheios.
Não me parece que possa ser já uma solução para fazer avançar o processo político da regionalização, NÃO É SÓ A NORTE MAS A TODO O PAÍS. Os protagonistas neste processo multiváriável e multicultural exige outro tipo de intervenientes que não os "apoderados" pelo centralismo político actual.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Já ouvi muitas pessoas dizerem que seria benéfico unir o Litoral ao Interior num mapa regional (regiões "norte" e "centro"), mas continuo a não ver uma única vantagem nisso. O Interior e o Litoral já estão unidos, e tem-se visto o resultado que tem dado. Mais Litoral e menos Interior. Primeiro as obras fazem-se no Litoral (auto-estradas, escolas, etc.), e, só décadas depois, e depois de perder mais população, e de muito reclamar, vê algumas obras. Ou seja, os milhões para o Litoral, os tostões para o Interior. É assim há séculos.
As regiões "norte" e "centro" seriam uma continuação daquilo que se tem feito no último século, ou seja, ferir o Interior na esperança que morra e deixe de ser um "fardo" para o Litoral. Já viu, se as pessoas do Minho já se queixam porque têm medo do domínio do Porto numa região de Entre-Douro e Minho (embora a balança esteja neste caso equilibrada, ou seja, 50% da população está na A.M.Porto e os restantes 50% estão distribuídos pela região), imagine o que aconteceria a Trás-os-Montes, que representaria apenas 11% da população do "norte" (e o valor tem, infelizmente, tendência a diminuir ao longo dos anos!), inserido nessa hipotética região. Que voz teriam os transmontanos? Quem garante que os fundos que deveriam ser aplicados nas regiões ultraperiféricas como Trás-os-Montes não seriam desviados para o Porto, Braga ou Viana, como tem acontecido em favor de Lisboa? Quem aplicaria políticas regionais específicas a Trás-os-Montes, numa realidade tão diferente da Douro-Minhota? É por isso que o Interior tem que seguir novos caminhos. E, por muito que digam que o Interior não tem massa crítica para ser região, eu continuo a dizer: Trás-os-Montes e a Beira Interior têm população superior ao Algarve, Açores e Madeira, e ninguém põe em causa a existência dessas regiões. Pela Europa fora são muitos os casos semelhantes. A existirem, as regiões "norte" e "centro" seriam seguramente as mais desequilibradas da Europa, o que prejudicaria, e muito, o seu funcionamento.
Dêem autonomia ao Interior. Este já mostrou que é capaz de se governar. As autarquias que mais respeitam as leis, estão menos endividadas, e as mais activas, são as do Interior de Portugal. Isto só mostra que neste recanto do nosso território há gente capaz de governar (e bem). Por isso não haja medos em criar as regiões do Interior. A alternativa, essa, é deixar o Interior morrer. E não é isso que os portugueses querem, acho eu.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)