Marão: maior túnel da Península já está a ser construído
Os trabalhos para a construção do maior túnel da Península Ibérica, que vai atravessar a Serra do Marão ao longo de 5665 metros, já começaram e vão gerar um movimento diário de 200 camiões no pico de obra, disse hoje o Administrador da Somague.
Francisco Silva, que falava à margem do fórum "O Futuro é hoje", que decorre entre hoje e quinta-feira, em Vila Real, referiu que o Túnel do Marão "vai ser uma obra de referência para Portugal".
O túnel vai ligar por auto-estrada Amarante a Vila Real, representa um investimento de cerca de 400 milhões de euros, e possui um prazo de execução de 44 meses.
Segundo o responsável, já se iniciaram as obras dos acessos ao túnel, de desmatação e dos trabalhos preparatórios de escavação a céu aberto nos lados poente (Amarante) e nascente (Vila Real).
A escavação do túnel propriamente dito começará ao longo do Verão, gerando um movimento diário de cerca de 200 camiões, cuja carga, pedra e terras, será aproveitada para outros locais onde é necessário fazer aterros.
"Haverá um balanceamento dos movimentos de terras de forma a optimizar esses transportes e aproveitar o recurso como um todo e não criar vazadouro ou desaproveitamento", salientou.
Francisco Silva referiu que a vai ser aplicado ao Marão o método de perfuração austríaco, recorrendo a escudos para perfurar, havendo ainda necessidade de, em algumas zonas, recorrer a detonações com explosivos.
Durante o pico de obra, estarão entre 800 a 900 pessoas a trabalhar na construção do Túnel do Marão, que vai servir de alternativa ao sinuoso Itinerário Principal 4 (IP4).
"Trata-se de um projecto de engenharia feito por uma empresa nacional e que vai traduzir-se numa valência para a região em termos de segurança e de comodidade", frisou.
Entre Vila Real e Bragança, será construída a Auto-Estrada (AE) Transmontana, adjudicada ao grupo Auto- Estrada XXI, liderado pela empresa Soares da Costa.
António Frada, administrador da grupo Soares da Costa, referiu que o consórcio já detém a exploração e manutenção do IP4 e que, no terreno. estão neste momento a ser feitas sondagens.
As obras, segundo disse, começarão no próximo mês.
Com resolução prevista para breve está o problema do traçado da AE Transmontana, junto à cidade de Vila Real, para o qual, de acordo com António Frada, está em fase final de estudo uma solução global da passagem da auto-estrada nesta zona.
O traçado definido na Declaração de Impacte Ambiental para a futura auto- estrada, é contestado localmente por implicar a construção de um viaduto de 2.700 metros, junto aos povoados de Folhadela e Parada de Cunhos, e atravessar uma zona de Rede Natura.
"A nossa ligação à região vai durar 30 anos e a nossa perspectiva não é apenas fazer uma obra. É inserirmo-nos nessa região e sermos um contributo para o seu desenvolvimento", salientou.
Com uma extensão de 186 quilómetros (130 de nova construção), esta via vai beneficiar os concelhos de Amarante, Vila Real, Sabrosa, Murça, Alijó, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança, abrangendo cerca de 250 mil pessoas.
O investimento total rondará os 800 milhões de euros e o prazo de conclusão da obra é Julho de 2011.
Com a AE Transmontana a taxa de sinistralidade desta região poderá ser reduzida em 65%, o que poderá equivaler a uma diminuição média de 19 mortos por ano.
Por exemplo, nos últimos 11 anos, a sinistralidade registada no Itinerário Principal 4 (IP4), entre Amarante e Bragança, atingiu uma média de 22 mortos por ano.
Lusa, 2009-05-27
Comentários
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,
Será uma vantagem inegável para a melhoria das condições de segurança da circulação rodoviária. Jamais representará um factor de desenvolvimento regional ou inter-regional. Para o crescimento económico será, mas esgotar-se-à a curto prazo. Como se tem visto com a paranóia auto-estradista dos últimnos anos.
Sem mais nem menos.
Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)