“Preparar a regionalização”

Alexandre Chaves quer “preparar a regionalização”

Governo Civil continuará a ser de “proximidade e uma ponte para o poder central”

Depois de tomar posse em Lisboa no passado dia 27 como Governador Civil de Vila Real, Alexandre Chaves apresentou-se à imprensa regional com a certeza de “manter as linhas gerais” dos primeiros nove meses em que esteve no cargo, durante o último mandato socialista.

Para os próximos quatro anos, os desafios continuam a ser a “proximidade”, a “modernização e desenvolvimento regional”, mas o mais exigente será “motivar a cultura de debate” para questões como a regionalização.

Sou um regionalista”, garantiu Alexandre Chaves para confirmar que vai dar sustentabilidade à pretensão do Governo de José Sócrates, que pretende nesta legislatura preparar uma decisão sobre o tema a nível nacional.

Quanto a um possível referendo, a haver, só mesmo depois de novas eleições, já que o programa do actual Governo garante apenas “discussão sobre o assunto”. “É um debate para uma reforma necessária. Tudo para que o Portugal democrático e cada espaço do território se afirme e demonstre o que vale na competição inter-regional”, considerou o Governador Civil.

Por isso, a equipa de Alexandre Chaves, que não mudou desde a sua entrada no cargo, está a preparar conferências sobre temáticas de interesse distrital, como “Os cem anos da República”, “Futuro do Mundo Rural” ou ainda o “Voltar às Regiões”.

Para Alexandre Chaves, actualmente “já muitas coisas” encaminham o País, para um pensamento mais regional. “A legislação aproxima a administração das populações e as soluções regionais sentidas, desejadas e participadas pela comunidade tornam-se mais interessantes.” Perante isto, o Governador Civil quer fazer sentir à população que “é preciso haver uma competição saudável entre regiões para cada uma mostrar o que vale”.

Sobre qual será o melhor figurino para propor a referendo em termos de “mapas”, Alexandre Chaves lembrou que a discussão terá também esse objectivo, mas realçou que “Vila Real está no coração da região e não pode deixar de se englobar e marcar posição no debate que se avizinha”.

Durante muito tempo lutei pelo que pensei que os transmontanos e alto durienses queriam como região, mas fiquei decepcionado com a votação no referendo a esta questão. Por isso, temos de pensar em outros mapa e novos figurinos”, acrescentou.

Quanto aos restantes pontos do seu compromisso, o Governador Civil salientou que pretende ser “facilitador dos parceiros sociais do distrito e quer com eles fazer o que falta a nível das várias áreas sociais”.

“As organizações não governamentais são uma resposta da sociedade civil que temos de agarrar e dinamizar para que os problemas que existem no distrito possam ser debelados.”

De resto, o Governo Civil prometeu manter uma “representação desconcentrada” que ajudará nas questões de Protecção Civil e Segurança Pública, mas também no apoio à modernização e desenvolvimento.

“Pretendemos valorizar as energias alternativas, considerar o turismo uma oportunidade relevante para a economia e defender a agricultura e agro-indústria.”

|Mensageiro|

Comentários

JOSÉ MODESTO disse…
Parece-me importante estas reflexões:

1º. Governo para quatro anos, actualmente em exercicio.

2º. Preparação do referendo á Regionalização (minimo dois anos)assim e dada a dispariedade acentuada nos últimos anos em Portugal) torna-se imperativo, direi quase obrigatório a implementação da Regionalização.

Saudações Marítimas
José Modesto
templario disse…
Tudo bem, Sr. José Modesto.

Preparação do Referendo?

E estudos de várias áreas do conhecimento que suportem a implementação da regionalização em Portugal?

Exemplo: Itália é dada como um exemplo a seguir.

Comparem-se os factores históricos, culturais, etc. que determinaram as 20 regiões italianas, um país que praticamente nasceu em 1861, união de principados, cidades-estados, ducados, etc.., quando até àquela data foi um espaço fracionado.

É que Portugal não reúne nenhum dos factores que conduziram à chamada regionalização deste e de todos os outros países da Europa.

Há que respeitar a nossa singularidade que em nada aponta para estabelecer cercas no nosso território. Dê o exemplo da Itália, como poderia dar da Espanha e de outros países europeus, que a fizeram ("regionalização") para se unirem. Em Portugal seria para desunir.
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Como regionalista convicto que diz ser, não me parece que esteja no lugar político certo se quiser enveredar por uma defesa realista da regionalização, e logo numa das regiões mais abandonadas pelo Poder Central durante décadas e décadas. E não se pense que a construção de uma auto-estrada vai compensar as consequências negativas de anos e anos de abandono e de desertificação, cujos efeitos negativos ainda ninguém os mediu na sua estrutura central.
Por isso, dirijo um convite ao Senhor Governador Civil de Vila Real: demita-se do cargo que é uma extensão paupérrima do Governo Central e crie um organismo apartidário, cívico e empenhado na defesa e implementação da regionalização, não a administrativa que defende, mas da regionalização autonómica.
Esta proposta tem sentido também pelo facto de ninguém estar interessado ( a avaliar pelas manifestações neste blogue em relação a propostas anteriores) em criar uma associação política, cívica e apartidária com a mesma finalidade.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Estou 100% disponível para alistar-me nessa associação e em participar nas iniciativas que o Senhor Governador, dentro ou fora (de preferência) das suas funções, decidir organizar.