Suspensão do lançamento de novas concessões rodoviárias

Autarcas da Serra da Estrela pedem audiência ao Ministro das Obras Públicas

Vinte e cinco autarcas dos distritos de Coimbra, Viseu, Castelo Branco e Guarda pediram hoje uma audiência ao ministro das Obras Públicas, para obterem explicações sobre o anúncio da suspensão do lançamento de novas concessões rodoviárias



Segundo o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, em causa está o anúncio feito pelo ministro António Mendonça, na segunda-feira, de que o governo vai suspender o lançamento de novas concessões rodoviárias que estavam previstas no Orçamento do Estado, entre as quais a concessão rodoviária da Serra da Estrela.

Em carta hoje enviada ao governante, os autarcas - que dizem representar mais de um milhão de munícipes -, afirmam que «sempre apoiaram o governo na sua decisão de investir muitos milhões de euros em longos estudos que permitissem fazer justiça com uma região que foi abandonada há décadas em termos de investimento público em acessibilidades, através da construção dos Itinerários Complementares (IC6, IC7, IC37)».

Os 25 autarcas sublinham que «estes distritos são os que têm mais baixas taxas de execução do Plano Rodoviário e, simultaneamente, são distritos com altas taxas de sinistralidade».

«Estas acessibilidades não são auto-estradas, são estradas que ligam e interligam muitas das principais cidades e vilas desta região, sendo em muitos casos as únicas estradas dignas desse nome que irão servir essas localidades», frisam.

No documento, os autarcas subscritores afirmam que pretendem habilitar o ministro com «o historial de décadas de estudos e compromissos para que se executem os investimentos que poderão fazer justiça com toda a região do Centro».

Comentários

Anónimo disse…
E quando abre ao tráfego, o trajecto ferroviário, modernizado e limpo, entre a Covilhã e a Guarda, de forma a que se possa fazer o circuito ferroviário das Beiras, começando na Linha da Beira Baixa (a partir do Entrocamento), continuando na Linha da Beira Alta até Coimbra, sem mudar de comboio em Castelo Branco?
Ninguém está preocupado que, já no século XXI, os passageiros ainda tenham de mudar de comboio e atarsar a viagem, sem necessidade nenhuma, porque a preparação da ferrovia para a modernidade já deveria estar pronta há mais de 30 anos?
Será que os autarcas só têm olhos para as auto-estradas e itinerários principais/complementares, quando estradas belísismas e ainda prestáveis com uma recuperação estruturada poderiam ainda servir por muitos mais anos e quase sem limitações de maior, para beneficiar as rotas turísticas de todas as regiões do País, dinamizar as pequenas economias de muitos locais, freguesias e municípios, nomeadamente do Centro que é o que está aqui em causa?
Depois, quanto mais SCUTS se construirem mais problemas para o futuro, em termos financeiros e orçamentais, para depois arrastar a colocação de portagens onde ficara prometido não intervir para cobrir os défices nas parcerias publico-privadas, como vai acontecer este ano algumas das SCUT instaladas noutras regiões do nosso País e já objecto de grande contestação.
O que acaba por acontecer é que nada de novas propostas, propostas inovadoras, sustentáveis e dinamizadoras das pequenas economias locais. Quando tenho necessidade de me deslocar a Salamanca, já observo algumas auto-estradas "às moscas", onde a velocidade de nterada é excatamente igual à velocidade de saída, acelerando a desertificação de todo o interior, sob a capa da competitividade. Competitividade? Saberá quem decide o que é ser competitivo (refiro-me a ser competitivo cá dentro, porque sendo-o também se o é lá fora, não precisando de ajudas desnecessárias como o das auto-estradas excedentárias)?

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Rui Silva disse…
Reconheço o défice, em termos de infraestruturas rodoviárias, que assola o interior do país, mas, como diz o 'pró-7RA.' também há que olhar para os outros tipos de infraestruturas de transporte, nomeadamente para os comboios.
Anónimo disse…
"autoestradas excedentárias"? não é isso de que estamos falar aqui! A existência de uma ligação rápida entre a Coimbra e a Covilhã, entre outras, é uma necessidade fundamental para o desenvolvimento da Região Centro, nomeadamente do seu interior. Deveria ser uma questão prioritária! Noutras zonas do país fazem-se 3 e 4 estradas em paralelo, sem problemas.

Isto é um verdadeiro escândalo.

Alguém percebe como é que se pode demorar mais de Coimbra à Covilhã ou Castelo Branco do que a Lisboa?
Anónimo disse…
Caro Anónimo disse das 04:06:00 PM,

Os exemplos que refere são tudo erros de planeamento rodoviário, porque é inadmissível que o que falta numas regiões haja em muito excesso noutras, em termos de auto-estradas ou seja lá o que for.
Mas um erro não pode justificar outro e, se acontecer, é muito pior que cometer o primeiro.
Convém lembrar que este tipo de desequilíbrios é gerado por decisões de natureza centralista, centralizadora e concubinas de interesses muito localizados e conhecidos como sendo sempre para os "suspeitos do costume". Por isso, só a regionalização, por muito que custe a outros como o Caro Paulo Rocha e o Caro Templário, terá condições para apresentar soluções equilibradas territorial e regionalmente, mas tal só será eficaz se se optar pela autonomia política porque a administrativa só faz por representar o Governo Central e nunca há-de decidir seja o que for.
E nisto, aposto politicamente com quem quiser!

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)