Resistência à regionalização (e à região-piloto) no PSD e PS

Conselheiro do presidente do PSD para a área económica impõe condições. Pelo PS, José Junqueiro, Secretário Estado da Administração Local e Defensor Moura, candidato a Belém, "recusam liminarmente".

São ainda poucas, mas começaram já a escutar-se vozes contra a proposta social-democrata para dar um novo alento à regionalização. No PSD, um dos principais conselheiros do líder impõe condições. Dentro do PS, José Junqueiro e Defensor Moura, militantes do partido, manifestaram-se contra a ideia da região-piloto.

Sem ter sido o mais assertivo nas reticências colocadas à solução que o seu PSD apresentou na proposta de revisão constitucional, Nogueira Leite fez saber da sua discordância através da rede social Twitter. Colocou um post onde se podia ler: "Admito que o PSD fale de regionalização, se assumir redução drástica do numero de concelhos e freguesias. Senão nem aceito discutir com esta crise." A posição de Nogueira Leite ganha relevo devido à sua actual posição. É um dos principais conselheiros de Passos Coelho para a economia e foi quem negociou o PEC II em nome dos sociais-democratas.

Quem "recusa liminarmente a criação de uma qualquer região-piloto" é Defensor Moura. O candidato a Belém, ex-deputado e autarca socialista, que se assume como o "único candidato à Presidência da República que se manifestou apoiante da regionalização" considera que "a designação prévia de uma qualquer região-piloto pelo poder central, deixando as restantes para as calendas, seria mais uma inadmissível expressão do centralismo da administração pública portuguesa".

Ainda assim, a proposta foi bem acolhida por outros, nomeadamente por quem defende a regionalização.

Marco António Costa, presidente da distrital do Porto no PSD, classificou a proposta como um "passo significativo" no processo: "[A regionalização] só vencerá resistências quando comprovadamente se verificar que pode ser um facto importante para o desenvolvimento do país."

Miguel Freitas, presidente do PS Algarve, foi rápido a oferecer aquela zona do país para testar a proposta: "No caso de haver um acordo relativamente a um processo gradual, é evidente que o Algarve é a região que está mais bem preparada para avançar para a regionalização."

Mendes Bota, presidente do Movimento Cívico Regiões, Sim! e dirigente social-democrata, classificou a ideia como "um passo positivo, e que vai ao encontro de propostas formuladas o ano passado nesse sentido pelo Movimento Cívico Regiões, Sim!

O PSD incluiu a regionalização na revisão constitucional através da proposta de arranque gradual. A ideia era começar com uma experiência-piloto numa única região. Segundo Passos Coelho, a solução proposta permitiria arrancar com a regionalização de uma forma menos onerosa para os cofres do Estado. "Avançar hoje de forma audaciosa podia aumentar a incerteza [junto das entidades externas] e criar fora do país a ideia de que não só não sabemos tratar bem das nossas contas, como ainda nos preparamos para aumentar grandemente as nossas dificuldades."

|Publico|
.

Comentários

Anónimo disse…
Vejam as carinhas dos que dao a cara!
Sao os mesmos!...
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

É impossível acreditar nas afirmações das personalidades que foram citadas neste comentário, algumas das quais nunca tiveram responsabilidades na gestão de organizzações e tiveram sempre as costas quentes no exercício de funções anteriores, tanto ao serviço do PS como, certamente depois de sérias reflexões, agora ao serviço do PSD.
Em termos de regionalização, pouco lhes interessa a sua implemantação como instrumento privilegiado de desenvolvimento, mas somente a adopção de soluções que atiraram populações umas contra as outras com a supressão de freguesias e concelhos. Faz lembrar aqueles especialistas que só conhecem soluções para a economia ao propor sempre a redução de salários que nunca os deles e que cada vez mais se arrogam como os donos permanentes da verdade. E esquecem que o desenvolvimento assenta no aproveitamento dos recursos endógenos dirigidos ao aumento da produção, sempre acompanhado de investimento contínuo e formação dos recursos humanos especializada em todo o tipo de organizações.
E que o agasalhamento de capitais, em alguns casos crime, nunca poderá servir o desenvolvimento, com a crise actual a demonstrar isso mesmo, onde quem a paga nunca é que delas beneficia.
Tudo isto de posicionamentos sobra a regionalização é inacreditável, passando algumas dessas personalidades a todos nós um atestado de imbecilidade.
O que vale é que será por pouco tempo mais.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

De acordo com o JN de ontem, vem agora um Movimento Pró-Norte reclamar para a famigerada região norte o privilégio de se tornar numa região-piloto, caso a regionalização administrativa venha a ser uma realidade.
O que não deixa de ser estranho (talvez não o seja, se aprofundarmos bem quem está por detrás deste movimento e quem se quer agarrar a ele, o qual quer tornar-se num partido que será mais divisionista que regionalista, acabando por dar razão ao nosso amigo Templário) é que este movimento apareça agora a recolher assinaturas com uma reivindicação bacoca e falha de toda a estratégia política de âmbito nacional.
Com efeito, a colocar a ênfase no Norte parece estar-se rifando para o resto do nosso País e, com esta atitude sobranceira e falhada de inteligência política, causará mais inconvenientes que vantagens à regionalização, não a credibilizando como instrumento político de desenvolvimento, nacional por efeitos regionais directos, os únicos legítimos e viáveis por toda a sociedade.
Esta notícia, por sinal, ainda não foi objecto de publicação neste blogue e seria interessante comentá-la porque não é uma notícia qualquer sobre a regionalização embora administrativa, limitada, bacoca, burocrática, centralista e de efeitos nulos no desenvolvimento.

Sem maisnem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)