Linha do Tua - EDP financia 10 milhões para transportes alternativos

A EDP vai financiar em 10 milhões de euros os projectos de transportes alternativos relativos à linha do Tua que vai ficar submersa com a construção da barragem, cuja construção arranca oficialmente esta sexta-feira, disse à Lusa o presidente da empresa.

"O que está a ser desenvolvido para o terço da linha afectada significa arranjar alternativas do ponto de vista rodoviário para quem queira utilizar essa parte todos os dias. Neste momento não o faz, porque aquilo está parado por questões de segurança", disse à Lusa o presidente da eléctrica, António Mexia.

"Além desta alternativa rodoviária, vamos arranjar do ponto de vista do turismo alternativas fluviais e a construção de um funicular que permita ter no fim uma solução muito mais eficaz do que aquela que existe hoje, que está sem condições de operacionalidade", acrescentou o responsável.

Para esse projecto modal de transporte, a EDP dedicou 10 milhões de euros.

Os 16 quilómetros de linha ferroviária do Tua que vão ficar submersos foi um ponto de discórdia no projecto, tendo atrasado o início da construção em pelo menos dois anos.

"Este é o primeiro projecto lançado ao abrigo do novo plano nacional de barragens, é um investimento de 305 milhões de euros, que cria 4.000 empregos directos e indirectos, o que num momento em que se fala em substituição de importações, neste caso com energia gerada em Portugal e criação de emprego, acho que estamos a tratar das principais questões em Portugal", considerou António Mexia.

A barragem do Tua insere-se no plano da EDP de construir 3.500 megawatts, "o maior plano a nível europeu, num total de 3,2 mil milhões de euros investidos", disse.

António Mexia considerou ainda que a barragem demonstra "como se consegue salvaguardar os interesses globais do país e da EDP e também os interesses locais".

Por isso mesmo, disse Mexia, "3% da receita bruta da barragem vão ser utilizados para projectos locais, em que se destaca o projecto do novo parque nacional de Foz-Tua, que é muito importante do ponto de vista turístico".

O presidente da EDP destacou ainda que a empresa está a criar condições para que se desenvolva o empreendedorismo na região.

A EDP dá início às obras da barragem de Foz Tua esta sexta-feira, com a assinatura do contrato de construção adjudicado ao agrupamento de empresas Mota-Engil/Somague/MSF.

Com uma potência instalada de 251 megawatts, a produção média bruta de Foz Tua será de 585 GigaWattshora/ano.

A barragem de Foz Tua situa-se no troço inferior do rio Tua, próximo da sua confluência com o rio Douro, abrangendo os concelhos de Murça e Alijó, do distrito de Vila Real, e os concelhos de Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, do distrito de Bragança.

|LUSA|
.

Comentários