Dependência externa na energia está nos 83%

Portugal produz 19% de energia primária a partir de fontes renováveis. O objectivo a que está comprometido pelo Pacote Energia-Clima (20/20/20) é atingir os 31% em 2020. Por enquanto, o país ainda está dependente do exterior em 83% da energia que consome.

A recomendação de especialistas para a redução da facturação energética passa pela alteração dos padrões de consumo, a par de um maior esforço de eficiência e poupança energéticas.

O país depende em 83% do exterior ao nível do consumo de energia primária e as energias fósseis continuam a ser incortornáveis, pelo menos durante as próximas décadas.

As renováveis têm um peso de 17% ao nível do consumo de energia primária no país, de acordo com os dados obtidos, enquanto o petróleo atinge os 54% e o gás natural os 15%. O carvão ainda mantém uma quota relevante nos 11% e os restantes 3% referem-se a outras fontes energéticas.

Recorde-se que o objectivo do Governo anterior, e ao qual o país está comprometido, obriga a que a energia primária gerada com base em fontes renováveis atinja os 31% em 2020, quando, em 2010, se situava nos 19%.

O objectivo português é superior aos objectivos do Pacote Energia-Clima 20/20/20. Neste, os Estados-membros estão comprometidos, e de forma vinculativa, a reduzirem em 20% as emissões com gases com efeito de estufa face aos níveis de 1990.

Ao nível da eficiência, existe o compromisso de 20% de redução de consumo de energia primária face às projecções, através de um aumento da eficiência energética e, por último, a União europeia comprometeu--se a atingir os 20% de quota de energias renováveis no consumo energético e ainda 10% de quota de renováveis nos transportes em 2020.

Electricidade

Números diferentes são os do mix da geração eléctrica onde o país gere boa parte dos consumos, podendo gerar metade das necessidades, dependendo do grau de hidraulicidade nos períodos em análise.

Neste mix de geração eléctrica, a térmica é responsável por 33% da electricidade produzida, seguindo-se a grande hídrica com 28%, a eólica com 17%, a biomassa e biogás com 3,9%, enquanto as importações se situam nos 15% e outras origens são responsáveis por 3% do mix total.

Um documento recente da EDP sustentava a ideia estruturante de que o país deve apostar nos recursos endógenos e na eficiência, dado o peso da energia no défice externo. Dados da eléctrica nacional referem que, desde 2005, metade do défice de bens e serviços nacionais tem origem na importação de energia.

Os números que existem lembram que, em 2020, a energia renovável e a eficiência energética poderão reduzir a factura energética em 1,75 mil milhões de euros, o que corresponde a 0,9% a 1,1% do PIB. A mesma fonte antecipa um investimento global de 21 mil milhões de euros até 2020, associado à criação de 60 mil postos de trabalho directos e indirectos.

|oje|
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Comentários

Vitor Silva disse…
estas percentagem são relativas a kw ou euros?
Caro Vitor Silva,

Pergunta pertinente!
Parece-me que num caso se referem a 'euros' e no outro a 'KW'.

Cumprimentos,