Congresso do PSD e a 'reforma' administrativa

«Espero que ninguém me agrida, mas eu tenho que desabafar». O aviso partiu do carismático autarca das Caldas da Rainha, Fernando Costa, no momento mais aplaudido, mas também mais crítico do Congresso do PSD. O motivo: a extinção de freguesias.

Segundo o autarca, poupa-se mais dinheiro com a agregação de dois municípios, «cerca de 500 milhões de euros», do que a mexer em freguesias.

Costa, que desobedeceu às regras de contenção, avisou ainda que os presidentes das juntas de freguesias «não são os inimigos» e que, para fazer uma reforma administrativa, é preciso o apoio do PS.

Na sexta-feira, dia de arranque do Congresso, o ministro Miguel Relvas jantou com Fernando Ruas e um conjunto de autarcas para tentar acalmar os ânimos. Mesmo assim, fizeram-se ouvir vozes mais críticas do presidente dos Autarcas Sociais Democratas, Pedro Oliveira Pinto, e do presidente da Associação Nacional de Freguesias, Armando Vieira. Este considerou mesmo «ilegítimo» o corte de 1400 freguesias, lembrando que o total destas estruturas representam a«apenas 0,0985» do Orçamento do Estado para 2012.

Já Oliveira Pinto pediu ao Governo «flexibilidade» na aplicação da nova lei da reorganização administrativa, «abertura» na lei dos Compromissos e garantiu que o actual QREN «é o mais burocrático da história». «É impossível cumprir esta mecânica», assegurou.

@Sol
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