REGIONALIZAÇÃO SIM! MAS DESCENTRALIZAÇÃO DA REGIONALIZAÇÃO TAMBÉM

Começam a surgir os primeiros “acordes" sobre o tema Regionalização.

Muito se há-de escrever, uns contra e outros tantos a favor. Até aqui nada nos surpreenderá. Creio.

O problema é que, tanto uns como outros, poderão ter razão, tão fortes deverão ser os seus argumentos. Todavia, para quem vive no epicentro da interioridade, que o sente no mais profundo dos seus ossos, raras vezes concorda com tão doutos articulistas.

Quem vive no terreno sabe os custos de uma politica centralista emanada do Terreiro do Paço, e quanto poderá vir a custar uma regionalização sem descentralização . Nós sabemos que, os actores principais que irão decidir sobre as politicas a aplicar nas respectivas regiões, utilizarão a dimensão do território para atrair maior percentagem de fundos. Porém, na hora dos distribuir, o argumento utilizado é a densidade populacional.

Ora, o interior profundo, por culpa do poder central, emanado dos sucessivos governos, está despovoado, logo, permanece em estagnação e privado de direitos que o poder discricionário sempre acaba por impor .

Nós, do interior e no interior, sabemos quanto custa e sofre o povo por não ter as infra estruturas essenciais para viver condignamente. Melhores hospitais, melhores escolas melhores estruturas à terceira idade e de apoio às crianças e melhores acessibilidades entre outros investimentos, são bens centrais que não podemos deixar de reivindicar e exigir aos futuros decisores.

Que interessa ao transmontano, ao beirão e ao alentejano do interior a regionalização, se esta não for acompanhada de uma verdadeira partilha do poder de decisão por forma a permitir com equidade a distribuição dos recursos financeiros necessários para um desenvolvimento harmonioso?

A politica seguida pelo poder central, é bem o espelho do que poderá vir a ser o poder regionalizado e centralizado. Temos que ter os olhos bem abertos.

Por isso, o principal combate politico a seguir pelas regiões mais desfavorecidas e despovoadas, é apoiar a regionalização sim, mas salvaguardando todas as garantias que permitam uma efectiva aplicação dos fundos e apoios nacionais e comunitários em investimentos estruturantes que possam apoiar e incentivar novos investimentos, visando o bem estar das populações. Só faz sentido apoiar e defender a regionalização se tiverem como pano de fundo estes pressupostos.

Finalmente, espera-se que a regionalização venha a ser uma realidade e que a sua regulamentação salvaguarde os superiores interesses das populações rurais e do interior, verdadeiro sustentáculo das belas paisagens que encantam os milhões de turistas que visitam este nosso Portugal.

por, vale gouvinhas meu amor

Comentários

Anónimo disse…
Caros Regionalistas,
Caros Centralistas,
Caros Municipalistas,

Portanto, regionalização com descentralização efectiva de tudo que permita produzir mais e melhor e, DEPOIS, distribuir de acordo com critérios que contribuam para a diminuição do número de reformas acumuladas com vencimento por exercício de actividade, do número de reformas atribuidas a uma só pessoa, do número de duplos , triplos e mais empregos detidos por um só trabalhador/empregado, do número de remunerações com base no salário mínimo, do número de casos de emprego em vez de trabalho, do número de casos de incompetência, etc., etc.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)