Baião: Jovens autarcas exigem regionalização para ajudar a combater a crise

Baião, 18 mai (Lusa) - Os autarcas do Fórum do Poder Local Jovem defenderam hoje, em Baião, a necessidade de o país avançar ainda nesta legislatura para a regionalização para ajudar a combater a crise.

Os presidentes das câmaras Baião, Arganil e Ferreira do Alentejo consideram que as dificuldades por que passa o país seriam ultrapassadas com mais eficácia se fossem criadas as regiões administrativas.

"Faz todo sentido defender agora a regionalização, porque esta conjuntura tem muito a ver, entre outras dimensões, com a incapacidade do Estado em adaptar-se às circunstâncias e às transformações da vida económica internacional", afirmou à Lusa o autarca de Baião.


Expresso

18/05/2009

Comentários

templario disse…
SOBRE UM ARTIGO DO GENERAL
JOSÉ LOUREIRO DOS SANTOS:
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Quando aqui combato a regionalização, sou confrontado com alguns regionalistas com epítetos de centralista, defendor dos interesses de Lisboa, quiça até esteja a viver à custa dos interesses instalados na "medonha" capital dos mouros, ignorante e insensível às dificuldades de algumas zonas do interior de Portugal, etc., etc., etc. Clichés simplistas e radicalistas dos regionalistas, na senda da pobreza do combate político na vida portuguesa, exemplos de muitos momentos na Ass. da República e do espetáculo miserável da chamada Comissão de Inquérito ao caso pt/tvi.

Sou por uma descentralização profunda, identifico-me com os que clamam contra o esquecimento do interior de Portugal, nunca vivi dos chamados interesses de Lisboa (o meu salário foi sempre pago por empresas privadas, em Lisboa e fora dela, nasci e vivi grande parte da minha vida no interior, onde estão as minhas raízes, e, politicamente, sou um inabalável homem da área da esquerda, área, toda ela, na primeira linha na defesa da regionalização. Não é nenhum paradoxo. A diferença é que nunca vi na política um meio de vida à custa do OE; sou um feroz crítico da prática política da nossa esquerda, onde se instalou a mais pérfida e repugnante prática política, responsável pelo estado calamitoso em que está o país. Uma esquerda (do PS ao BE) instalada na manjedoura nacional, reacionária, conservadora.

E sou contra a regionalização por fatores históricos, culturais, etc. e, como já escrevi várias vezes neste blogue, por Portugal ser uma região da P.Ibérica e uma média região europeia e ainda por ser, por razões geopolíticas, o elo mais fraco da Europa, a necessitar de um governo forte, em parceria com o poder autárquico, baseado em muitas singularidades que nos caraterizam e ainda por uma cultura prática da política que não se emancipou e modernizou. A luta política em Portugal prima pela mera lógica do poder pelo poder.

Muitos regionalistas têm aqui defendido que a regionalização é uma exigência da UE e quereriam ver as juntas regionais a negociar com Bruxelas, etc.. Estão baralhados e desprezam a nossa realidade.

Por mais de uma vez, neste blogue, apontei a necessidade de ouvir os pontos de vista sobre este assunto dos Altos Estudos das nossas Forças Armadas, no que concerne a Estratégias, Táticas e Questões Vitais para o nosso país. E tem sentido. Ouvi-los não é conceder-lhes protagonismo.

Ao longo dos anos, não tendo eu nada que se pareça com militarista ou ideais bélicos, li alguns livros do género, nomeadamente do General José Loureiro dos Santos, coisa que fará vomitar gentes de esquerda e esquerdistas doutores em revoluções e da defesa dos desfavorecidos e das "assimétricas" mais desfavorecidas da Pátria. Gosto de cuscuvilhar...

No Público de hoje, 21/5/2010, é publicado um artigo do General, "Espaço geopolítico europeu em mudança"?, cuja leitura aconselho aos mais radicais regionalistas. Não lhes cairão os parentes e podem esconder esse "crime" dos seus controleiros de hierarquia partidários, especialmente na esquerda.

Continua.............
templario disse…
........ Continuação

É uma página inteira. Cito um excerto:
Depois de dizer que ...a Alemanha, num tempo de globalização, exige o esbatimento do Estado-Nação, sendo necessário constituir blocos económicos, remata assim o seu artigo,

"Portugal? Tal como os outros membros da União, não gostará de ver a sua independência limitada, porquanto as suas eleições apenas passarão a designar uma espécie de governo regional sem capacidade para actuar nas questões centrais da soberania. Com o tempo, se e quando a Alemanha tiver objetivos estratégicos globais mais ambiciosos, a própria política de defsa da União terá por base as suas tropas, funcionando a dos outros membros da UE como meros auxiliares, como os auxiliares do império romano.

Mas, além desta humilhação, Portugal poderá vir a ser novamente fronteira entre dois blocos políticos antagonistas - norte-americano e alemão - , susceptível de se transformar numa frente de combate disputada por ambos, como aconteceu várias vezes na nossa História. É urgente adoptar todas as medidas indispensáveis para se retirar rapidamente da situação de soberania limitada em que nos encontramos, desenvolvendo estratégias de segurança nacional que salvaguardem a indpendência possível de um Estado-Nação democrático. Para o que, sem sair da UE, devemos deixar de ser dela refém, lançando novas aproximações de diversificação de dependências e reforçando aquelas que já existem"
.

De facto, estamos mesmo a ver o que se iria passar com cinco "Terreiros do Paço" em Portugal". Olhem para cada um dos cinco talhões que propõem, e não precisam de dons da previsão. Não precisam nem os querem. A virtude dos regionalistas é a da fidelização, não ao Sumo Pai, mas à malga nacional - que me perdoem os que acreditam mesmo que ela seria boa para Portugal, embora redondamente enganados
Caro Templario,

Como o meu amigo sabe, tenho muita estima e consideração por si e pelas suas opiniões.

Agora, isso não invalida que eu discorde (em quase tudo) sobre o que pensa relativamente à regionalização e, especialmente, a uma certa metodologia de tratamento deste assunto agitando sempre as bandeiras da unidade (ou enfraquecimento) nacional e dos poli-centralismos.

Quanto às afirmações do general que cita neste seu comentário, no meu entendimento, elas pecam por estarem descontextualizadas nos tempos em que vivemos. Pertencem a uma outra realidade que já não existe.

Portugal e o seu nível de vida seriam, hoje, incomportáveis fora da UE. Temos uma dívida pública e uma dívida externa tão grandes que só dentro da UE é que temos respaldo necessário a prosseguirmos a nossa vida e o nosso estado social, apenas com pequenos ajustes fiscais de circunstância.

Cumprimentos,
templario disse…
Caro António Felizes,

Agradeço sua estima e consideração, o mesmo de mim em relação a si.

Na sua resposta parece tentar confundir os espíritos sobre o que escreveu o general e eu.

Nem o General defendeu a saída da UE (pelo contrário), nem eu o poderia fazer, defensor como sou da nossa adesão à UE. A questão levantada é bem outra, onde a regionalização seria obstáculo catastrófico.

Mas o que o general escreveu está lá, é só interpretar.

Cumprimentos
Fronteiras disse…
Como nos tem acostumado, o Sr. Templário vem de novo com as suas «famosas» citações de "espertos" em ordenação do território como pode ser um general do exército que não deixa de repetir os clássicos 'mantras' anti-regionalização (Terreiros do Paço x 5, etc.) e mais alguns novos que sinceramente acho um disparate (a regionalização como imperativo da UE e já agora essa de Portugal entre o bloco norte-americano e alemão). Pergunto-me se não será por sinal o bloco britânico-marroquino, já para desvariar ainda mais...

Por falarmos na UE, não temos de perder de vista que pertencer à UE significa uma cedência de soberania como já fizemos com a União Económica e Monetária, a pesca, o sector das telecomunicações e muitos outros para avançar para uma Europa mais integrada económica e politicamente. Por não falar do facto de que tanto os Estados Unidos como a Alemanha são dois estados fortemente descentralizados. O discurso do tal general soa-me muito ao discurso da direita ultramontana espanhola e também de alguns membros do seu Exército, aquele de "España se rompe" pela existência de regiões autónomas.

Nada de novo que não tenhamos ouvido a não ser os «argumentos» que cada vez são mais caricatos tudo isso enquanto os pró-regionalização são chamados de radicais, simplistas, etc. Mas neste texto não vi nem sequer uma proposta diferente o qual tem vindo a ser uma marca identificadora dos anti-regionalização. Dizem não mas depois são incapazes de apresentar uma proposta que não seja a regionalização mas também não o modelo actual! Ou seja, a crítica pela crítica, que tem vindo a ser o desporto nacional por excelência...

Já agora, é "curioso" o facto de o Sr. Templário que na sua cruzada anti-regionalização chega a dar "exemplos" da Idade Média ter-se "esquecido" dos aportes muito certeiros de quem é o Pai da Historiografia portuguesa, o eminente historiador Alexandre Herculano.

Enfim, nada novo sob o sol.
templario disse…
Senhor Gaiato Alentejano,

Até parece que, pelo facto de eu trazer aqui uma citação do General, o tenho como um anti-regionalização..., quando o que me interessou foi a sua análise geopolítica, em mudança, matéria em que tem reconhecido valor, nacional e internacionalmente.

Pois, senhor Gaiato Alentejano, faça o favor de o meter na sua lista de regionalistas, que é o que ele é!

Veja como o tratou: de direita ultramontana (foi ministro da defesa na fase em que procurávamos consolidar a democracia), e de chico "esperto", etc.etc.. Posso assegurar-lhe que não fez parte daqueles militares que estiveram envolvidos no golpe de Estado ditatorial de 25 de Novembro de 1975, para esmagar a democracia, a mando de uma certa esquerda fidelizada a outras ditaduras ferozes. Esteve do lado da democracia e do 25 de Abril.

Ele defende a regionalização.

Porque é que se deixou cair daí a baixo?! Essa sua maneira de dialogar, usando a chapa "de direita" com que certa esquerda em Portugal ( que noutras condições apelidaria de "fascista", quiça "nazi" ou "neonazi") se relaciona com os portugueses, e que até quer a regionalização.....

Tenha tento e moderação, não se precipite.

Quanto ao Post "200 anos de centralismo crescente", de 20/5, onde se cita Alexandre Herculano, citação por mais de uma vez trazida aqui por mim, não a comentei, porque estou de acordo com ela, para além de valorizar, nesta temática, o esforço de analisar a regionalização também à luz da nossa história.

Essa carta foi dirigida aos munícipes de Sintra, escrita por um grande municipalista, um homem de caráter, num contexto em que o poder central, para esmagar o municipalismo, recorreu a órgãos de poder intermédio para engrossar o poder oficial sobre as massas populares, para garantir os interesses dos capangas locais.

Fico-me por aqui.

Sempre a considerá-lo, respeitosamente.
Fronteiras disse…
Sr. Templário:

Não duvido que qualquer pessoa possa ter uma opinião sobre qualquer tópico. A opinião é livre. Mas também é livre a consideração que as pessoas possam ter sobre essas opiniões.

Para mim uma opinião sobre esta pessoa é a mesma que pode ter um camponês sobre os tratamentos contra o cancro.

Quanto a minha maneira de "dialogar" sobre a "direita" é o senhor que utiliza termos que nunca saíram da minha boca. Não posso dizer o mesmo de si que até chegou a acusar-me de pertencer à Stasi! Se isso é respeito e moderação...
Acho que não é a pessoa mais indicada para dizer o que tenho ou não a fazer.

De resto, o meu discurso continua a ser válido: não acho nenhuma proposta significativa dos anti-regionalização. Mas é claro, é fácil chamar radicais, simplistas, etc. quando não há argumentos possíveis.

O senhor apenas recorre a citações de certas pessoas ou interpretações deturpadas de opiniões de pessoas referidas neste blogue para mostrar os seus argumentos anti-regionalização. Eu prefiro basear-me em dados estatísticos, em questões demográficas, de ordenação do território, de matérias como a Geografia, a História ou a Economia. Se isso é ser radical, sou radical. Não esqueçamos que o significado originário da palavra de «radical» é aquilo que vai à raiz das coisas. E é o que tento e orgulho-me de ser radical nesse sentido. Não preciso de me apoiar em outros para justificar os meus argumentos como é seu caso.

De resto, enquanto pessoa livre que é, continuarei a lê-lo nem que seja pelas gargalhadas que me produzem alguns dos seus "argumentos".

Isso sim, respeitosamente, como o senhor.
Anónimo disse…
A coisa está dificil...
Eu fico sem saber se vivo no país da Constituição da "sociedade socialista", ou no capitalismo do Constâncio, Mexia, Granadeiro, Santos Ferreira e outros...
Nos anos 60, no tempo do "VAZISMO" os gestores públicos não ganhavam mais do que um ministro.
Hoje, que não resta nada desse maldito regime, é o que se vê e o que se ouve...
Mas vamos todos para a greve geral, cantando e rindo, até chegar o dia de restarem apenas folhas e raizes de arvores para a nossa alimentação...
Regionalizar, sim, regionalizar a fome...