"precisamos disto"

|Anónimo pró-7RA.|

"Mais que nunca precisamos disto" foi uma das frases proferidas pelo Senhor Presidente da Câmara de Lisboa, na iniciativa sobre a regionalização, realizada no Porto.

Admitindo sempre que qualquer iniciativa tem o seu mérito intrínseco, seria então conveniente que se esclarecesse o significado de "precisamos disto", na parte relativa ao sujeito porque o predicado há já muito que se encontra mais que justificado.

Por isso, a identificação e caracterização do sujeito é de importância vital para a amplitude e profundidade de um projecto político da envergadura da regionalização. Então, poderemos inventariar o "sujeito que precisa" da regionalização:
(a) As clientelas partidárias
(b) As clientelas das futuras ex-CCDR's
(c) As clientelas empresariais, em especial as que têm sede nas maiores cidades e detenham conglemerados empresariais
(d) Os próprios autarcas
(e) As populações das Regiões Autónomas a instituir, sem nunca perder de vista a base das Regiões Históricas ou Províncias
(f) As populações dos concelhos e das freguesias

Os sujeitos incluidos nas 2 primeiras alíneas, com toda a certeza defendem o figurino das 5 Regiões Administrativas. Os sujeitos da alínea (c) procurarão uma solução política regionalista que não interfira na "governance" (e que "governance") a que se habituaram (ou foram habituados) nestes últimos 36 anos. Os sujeitos da alínea (d) terão um comportamento regionalista misto, com uma boa parte a defender a integração dos seus concelhos nas 7 Regiões Autónomas, enquanto outros ficarão satisfeitozinhos com os habituais serviços mínimos das 5 Regiões Administrativas, propaladas sem convicção, entusiasmo ou mobilização das populações.

No fim de tudo, se as populações fossem legitimamente ouvidas e achadas neste tortuoso processo e os seus interesses endógenos protegidos eficaz e diversificadamente, de certeza que se optava pela solução das 7 Regiões Autónomas com muito mais convicção e aderência natural das populações a um projecto político que considerariam como seu.

E se tal fosse implementado com um programa SIMULTÂNEO de reorganização de toda a estrutura e funcionamento orgânico do Estado, seria ouro sobre azul com as populaões a verem ao fundo do túnel uma luz diferente da do comboio, a qual nos tem aparecido estupidamente à frente dos olhos na estação onde dificilmente o apanhamos há séculos a esta parte (pelo menos, desde há cerca de 135 anos).

Depois disto, tem-se a certeza que os principais desígnios nacionais associados à soberania, desenvolvimento económico e social, conhecimento e tecnologia e equilíbrio social seriam prosseguidos com muito mais esforço mobilizador, estusiasmante e orientado para o futuro.

Por tudo o que foi referido, é mesmo muito importante caracterizar o sujeito da necessidade da regionalização, para não fiquem quaisquer dúvidas.
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