Olha-se para o acordo celebrado entre o Governo e os municípios e fica-se
incrédulo. Porque os desgraçados que vão pagar os disparates de pelo menos 70
municípios é quem lá vive. Mas para se perceber melhor o escândalo, recuemos no
tempo.
Olha-se para o acordo celebrado entre o Governo e os municípios e fica-se
incrédulo. Porque os desgraçados que vão pagar os disparates de pelo menos 70
municípios é quem lá vive.
Mas para se perceber melhor o escândalo, recuemos no tempo. Quando a troika aterrou em Lisboa percebeu logo o cancro que autarquias e regiões autónomas representam para as finanças públicas. A mesma troika recomendou então a redução do número de câmaras. Coisa que a classe política atirou rapidamente para o caixote do lixo, substituindo-a pela redução de freguesias.
Enquanto não se decidia o que fazer com as freguesias, surgiu a novela do apuramento das dívidas das autarquias. A ANMP, associação do sector, falou em nove mil milhões; o Governo em... 12 mil milhões. Logo aí começou a desenhar-se um pacote de resgate draconiano para os municípios estrangulados.
Mas para se perceber melhor o escândalo, recuemos no tempo. Quando a troika aterrou em Lisboa percebeu logo o cancro que autarquias e regiões autónomas representam para as finanças públicas. A mesma troika recomendou então a redução do número de câmaras. Coisa que a classe política atirou rapidamente para o caixote do lixo, substituindo-a pela redução de freguesias.
Enquanto não se decidia o que fazer com as freguesias, surgiu a novela do apuramento das dívidas das autarquias. A ANMP, associação do sector, falou em nove mil milhões; o Governo em... 12 mil milhões. Logo aí começou a desenhar-se um pacote de resgate draconiano para os municípios estrangulados.
Só que dois meses depois a montanha pariu um rato: 70 municípios passam a
ter acesso a uma linha de crédito de mil milhões de euros com
"spread" de 0,25%. Em troca de..."voilá": agravamento de
impostos (IMI, derrama...), taxas e serviços. Ou seja, não em troca do
emagrecimento das câmaras e da penalização de quem as levou à falência, mas em
troca de (mais uma) violenta vergastada nos "governados": os
munícipes - famílias e empresas (depois ainda se queixam que não há
investimento...).
Para o comum dos portugueses, que sente na pele a violenta austeridade, necessária para pôr a casa em ordem, isto é um escândalo. Cortesia de um ministro acossado e que precisava de tirar rapidamente um coelho da cartola? Ou o "cheiro" das eleições autárquicas no horizonte? Provavelmente ambos...
Para o comum dos portugueses, que sente na pele a violenta austeridade, necessária para pôr a casa em ordem, isto é um escândalo. Cortesia de um ministro acossado e que precisava de tirar rapidamente um coelho da cartola? Ou o "cheiro" das eleições autárquicas no horizonte? Provavelmente ambos...
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