A Barragem do Tua destrói o Douro para rentabilizar um negócio de ventoinhas.
A
construção da Barragem do Tua será trágica para Portugal. Coloca em causa esse
património milenar que é o Douro, além de que economicamente é um investimento
desastroso para o País. Mas como interessa à EDP, que é um verdadeiro estado
dentro do estado, provavelmente irá mesmo avançar.
Ao
permitir que se coloque em risco a marca Douro Património Mundial, o governo
português envergonha-nos na comunidade internacional. Portugal é referenciado
como um dos países que desdenham ou destroem património, como os talibans que
no Afeganistão destroçaram os Budas gigantes, ou até como o Mali, onde se
demoliram templos milenares.
Com
a construção da Barragem do Tua, permite-se a depreciação patrimonial duma
região demarcada, aliena-se procura turística de altíssima qualidade,
desvaloriza-se o Vinho do Porto. Inexplicavelmente, os dirigentes políticos que
tantas medidas justificam a troco duma imagem externa positiva de Portugal
ficam mudos e quedos perante esta atrocidade.
Ainda
por cima, todo este prejuízo é provocado por um negócio calamitoso. A Barragem
do Tua é energeticamente inviável, pois a sua capacidade permite a produção
hidroeléctrica num reduzidíssimo período anual de pouco mais de um mês. No
restante, a actividade predominante deste equipamento será a bombagem de água,
com recurso a energia eólica. Esta será subsidiada, paga por todos os
consumidores através do défice tarifário incluído na factura de cada lar.
Servindo apenas para gerar lucros milionários para a EDP e seus parceiros das
eólicas, a Barragem do Tua destrói o Douro para rentabilizar um negócio de
ventoinhas.
A
decisão de José Sócrates de construir esta hidroeléctrica foi desastrosa. E
desastrosa a atitude de Passos Coelho por não ter cancelado todo o projecto.
Até
Guterres, conhecido como um governante hesitante, mostrou mais determinação.
Impediu a Barragem do Côa, justamente por razões patrimoniais bem menos
gravosas do que as que justificam o cancelamento imediato da construção do Tua.
No seu tempo, bem ou mal, era o governo que decidia sobre os interesses do
País. Hoje parece ser a EDP a decidir sobre a vontade do governo.
Paulo Morais, Professor Universitário
Comentários
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e nao me vou cansar de continuar a lutar contra esta barragem! garanto!