No planalto de Jales, Vila Pouca
de Aguiar, aguarda-se com muita expectativa o início da exploração experimental
de ouro, seis meses depois de uma empresa canadiana ter ganho o concurso
público.
O presidente da Câmara de Vila
Pouca de Aguiar, Domingos Dias, disse que teve a informação, não confirmada, de
que a empresa irá iniciar a atividade a partir de 15 de fevereiro.
A Almada Mining SA (detida a 100%
pela empresa canadiana Petaquilla Minerals Ltd) ganhou em julho o concurso de
exploração experimental de ouro pelo período de três anos em Jales/Gralheira.
O autarca reconheceu que, na
região, se aguarda com "muita expectativa" porque "o projeto vai
gerar postos de trabalho importantes".
Domingos Dias salientou a urgência
em combater o desemprego e o despovoamento que afetam o concelho transmontano,
o qual viu, nos últimos tempos, sair muitos residentes.
Numa primeira fase, segundo o
autarca, não serão criados muitos postos de trabalho. "Será mais pessoal
técnico, mas já será alguma coisa que terá, inclusive, influência na economia
local", acrescentou.
Se os trabalhos arrancarem em
fevereiro, o projeto poderá entrar numa segunda fase, passados três a quatro
meses.
"Aí, sim, teremos já algum
emprego que vai ser importante para a região”, sublinhou.
O investimento associado a este
processo poderá atingir os 66 milhões de euros, prevendo-se na fase de
exploração a criação de 100 postos de trabalho diretos e 250 indiretos.
No âmbito do procedimento são
exigidos trabalhos mínimos obrigatórios, a realizar durante esta primeira fase
de três anos, que se traduzem num investimento previsível superior a 26 milhões
de euros.
Após este período, a empresa
poderá solicitar a concessão definitiva e, uma vez preparado e aprovado o
respetivo Estudo de Impacte Ambiental, iniciar uma exploração definitiva, a que
corresponderá um investimento adicional de 40 milhões de euros.
Já desde o império romano que,
pela região, se explora este metal precioso.
As minas de Jales, que fecharam na
década de 90, foram as últimas minas de onde se extraiu ouro em Portugal.
No auge da exploração, chegaram a
trabalhar nas minas cerca de 800 trabalhadores que extraíam cerca de 30 quilos
de ouro por mês.
População e autarcas encaram a
reativação como uma oportunidade para o concelho e recordam as dificuldades
sentidas aquando do encerramento da mina, em Campo de Jales. Foi o desemprego,
seguido do despovoamento, o abandono dos edifícios e os problemas ambientais,
com as escombreiras deixadas a céu aberto.
Em 20 anos, a freguesia perdeu cerca de
20% dos habitantes.
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@Lusa
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