O Governo deu início a um conjunto
de sessões públicas para discutir a proposta de Estratégia Nacional para o Mar.
Em Bragança foi reclamada uma iniciativa idêntica para o interior do país.
O secretário de Estado do Mar,
Manuel Pinto de Abreu, justificou que quer envolver todos os portugueses na
discussão do plano para o aproveitamento económico e que visa fazer do mar uma
prioridade nacional.
Um dos objetivos desta estratégia,
apresentada pelo Governo em fevereiro, é aumentar, até 2020, a contribuição
direta do setor do mar para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional em 50%.
Os transmontanos participantes na
sessão, embora longe da costa, mostraram-se disponíveis para contribuir para o
debate e aproveitaram para reclamar uma estratégia nacional idêntica para
discutir e valorizar as potencialidades do interior do país.
A proposta do Governo de
Estratégia Nacional para o Mar 2013/2020 encontra-se em discussão pública até
31 de maio, aberta a contributos dos portugueses no sítio da Internet da
Direção Geral de Política do Mar e também nas sessões que vão decorrer pelo
país.
A ideia do Governo é "logo a
seguir ao verão, em setembro, fazer a aprovação definitiva" do plano,
segundo o secretário de Estado.
À partida, pode "parecer um
contrassenso estar a falar da estratégia para o mar em Bragança", afirmou
o vice-presidente da câmara, Rui caseiro, que entende, no entanto, que "é
importante porque o país precisa cada vez mais de grandes projetos
mobilizadores da sociedade e da economia".
Contudo, para o autarca, "mais
importante ou tão importante também é definir uma estratégia para o interior".
"Seguramente que também no
interior existem muitas potencialidades na agricultura, no turismo e noutras
formas que é necessário que o país oriente de facto e defina projetos
mobilizadores", defendeu.
O interior ficam para já a conhecer as orientações do Governo para a exploração e
valorização dos recursos da costa portuguesa e, embora afastados desta
realidade, o secretário de Estado do Mar acredita que os portugueses destas
zonas podem também dar o seu contributo.
Manuel Pinto de Abreu apontou como
exemplo o papel da Universidade de Évora no projeto de extensão da plataforma
continental, apesar de, tal como Bragança, a cidade alentejana estar longe do
mar.
"Os alunos, os cientistas da
universidade de Évora tiveram um papel fundamental no conjunto das ações
levadas a cabo. Hoje a universidade de Évora tem programas e projetos a
desenvolverem-se ligados também a esse projeto e Évora não tem mar, tal como
Bragança também não tem", afirmou.
A sessão de hoje decorreu no
Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e teve como público principal a
comunidade académica. O governante acredita que existe neste meio "conhecimento
e ferramentas necessários também para ajudar".
O presidente do IPB, Sobrinho
Teixeira, sublinhou a "preocupação em preparar os alunos para este novo
desafio" e "a obrigação de ajudar à reflexão do país para um setor
estratégico".
Em fevereiro, a ministra do Mar,
Assunção Cristas, disse em fevereiro que aumentar a contribuição direta do
setor do mar em 50% para o crescimento da economia nacional corresponderá "a
valores entre três a quatro por cento do PIB português".
A Economia do Mar emprega em Portugal mais de 100.000 pessoas que
produzem uma riqueza superior a 8.000 milhões de euros, enfatizou a ministra.
@ DT
.
Comentários