É um interior em mutação, onde até o rural “já não é agrícola, mas ainda não é outra coisa”
Cerca de 150 ativistas reuniram-se na
Covilhã com uma preocupação comum: combater o centralismo, o mais grave da
União Europeia, e inverter o ciclo de empobrecimento e de despovoamento de dois
terços do território português onde habitam cerca de 3 milhões de pessoas.
Foi deste interior em mutação, onde até
o rural “já não é agrícola, mas ainda não é outra coisa”, que se falou ao longo
de toda a jornada de trabalho.
Pedro Soares, deputado do Bloco, saudou
os 40 anos do Poder Local e colocou como prioridade na agenda da coesão
territorial o “investimento público direcionado para combater as assimetrias
regionais e as desigualdades que se eternizam, e a regionalização, para dar
capacidade de decisão democrática às populações.”
“Descentralizar não se resume a
transferir umas quantas competências para os municípios, é antes de mais dar
aos cidadãos a capacidade democrática de participação e de decisão sobre as
políticas para as suas regiões, poderem eleger os seus órgãos de administração
regional.”
“Feitas as contas demonstra-se que o
salário médio de um profissional da mesma categoria no interior é mais baixo
que no litoral, bem como o elevadíssimo preço que os residentes nestes
territórios pagam para acederem a um conjunto de bens e serviços que não
existem ou não existem com regularidade no interior, ou seja, o enorme preço
que pagam pela interioridade”
Portugal é um caso grave de falta de
equidade na alocação de meios para o desenvolvimento sustentável. Através da
análise de dados estatísticos verifica-se as assimetrias entre regiões do nosso
país e entre países europeus demonstrando-se a necessidade de um processo de
regionalização administrativa do território.
Rui
Pulido Valente, professor do Instituto Politécnico de Portalegre, focou a
importância da cidadania e da participação nos processos de desenvolvimento
sustentável e a importância da descentralização e da regionalização como
ferramenta democrática para o desenvolvimento destes territórios.
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