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Cunha, Alexandre Mendes
Para avançarmos na reflexão do próprio conceito de região, e mais especificamente de regionalização, para pensarmos a sua aplicabilidade e capacidade explicativa segundo uma perspectiva eminentemente histórica e cultural, temos que mobilizar estudos de campos diversos do conhecimento, particularmente da economia, da geografia, e da “regional science” em geral, postos a dialogar com a questão histórica e a historiografia pertinente.
Pensar o espaço regionalizado numa perspectiva histórica e discutir os usos e encaminhamentos do problema a partir de contribuições múltiplas da história, da geografia, da economia, e de outras mais ciências sociais, é sem dúvida desafio de monta.
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Se é assim, isto é, se o processo de apropriação do espaço natural é a permanente interacção entre elementos históricos e naturais, então afaste-se a ideia de “regiões” como puras “paisagens naturais” dado que são, a um só tempo, espaços sociais, económicos, políticos, naturais e culturais.
Espaço natural, espaço político, espaço cultural, a região tem dimensão técnico-económica cultural. Se as tecnologias permitem superar contingências naturais, se as tecnologias permitem crescentes níveis de padronização e homogeneização dos processos económicos e urbanísticos, é cada vez mais evidente a necessidade de se considerar as especificidades regionais, a paisagem natural e os seus recursos, a partir das ideias da cautela, da sustentabilidade, da biodiversidade.
(continua)
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