A Regionalização é útil, necessária e urgente

Pedro Santos Cardoso
Blog - Dolo Eventual

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1) Esta questão deve ser tratada sem populismo nem demagogia. Falo em populismo e recordo-me imediatamente do vídeo do Partido Popular no Tempo de Antena que foi para o ar aquando do último referendo à regionalização. Uma tesoura recortava Portugal aos pedacinhos e falava-se em retalhar (ou palavra símile) o país. Isto é um exemplo de escola de falta de seriedade política e do mais puro populismo. Em vez de se contraditar os argumentos da regionalização, socorre-se de uma frase com a qual todos concordarão - quer adeptos da regionalização, quer não adeptos. Como se as regiões pudessem alguma vez formar países independentes ou estivesse em causa o princípio do Estado unitário. A regionalização não vem retalhar, dividir, ou seja lá o que for. Os alentejanos sentem-se alentejanos e não se sentem menos portugueses por isso.

2) A democracia só tem a ganhar com a regionalização. As decisões da competência do Executivo - portador de legitimidade democrática indirecta - sobre matérias que, não sendo de âmbito nacional, são no entanto de âmbito mais alargado do que o municipal passam a ser da competência de órgãos eleitos pelas respectivas populações - a quem as mesmas decisões afectam e os problemas estão mais próximos -, com inegáveis vantagens em termos de responsabilização política e relação eleitores/eleitos.

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Comentários

Obrigado pelo destaque ao post, António.