Delimitação das regiões

Somente quando se utilizam critérios históricos socioculturais e políticos para a delimitação das regiões e quando se trata de espaços a grande escala poderão os métodos intuitivos e informais ser de alguma utilidade. Estas situações não são, porém, as mais frequentes. Consequentemente, a delimitação das regiões apela normalmente ao uso de técnicas apropriadas ou, na sua ausência, à participação das comunidades interessadas e capazes de incorporar o sentido de pertença a uma determinada zona.

Sempre que possível, deverá recorrer-se a procedimentos formais qualitativos ou quantitativos. Estes procedimentos começam pela identificação subjectiva de critérios e de variáveis significativas da consciência regional, da funcionalidade e/ou homogeneidade, continuam com a medida dessas variáveis nas unidades elementares de desagregação espacial e terminam com a aplicação de uma técnica de classificação, que pode ser variável para regiões polarizadas e homogéneas.

Distinguem-se claramente a região homogénea ou formal de características relativamente uniformes em toda a sua extensão, e região polarizada ou modal, organizada em torno de um pólo ou centro, com o qual se desenvolvem interacções que diminuem de intensidade do centro para a periferia.

A diferença entre homogeneidade e polarização é particularmente importante quando se trata de fixar os limites das regiões. Os espaços homogéneos são de contornos fáceis de delimitar. Em contrapartida, os espaços polarizados adaptam-se melhor à representação de estruturas das relações, em intensidade e direcção, dando lugar a representações mais abstractas mas mais coerentes com o carácter e a dinâmica do sistema.

Felisberto Reigado

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