25.10.2006 - Luísa Pinto (Publico)
O Governo justificou a decisão de introduzir portagens em três das sete auto-estradas concessionadas em regime de isenção de custos para o utilizador (Scut), alegando que eram apenas essas que cumpriam cumulativamente critérios de desenvolvimento económico e que tinham vias alternativas consideradas razoáveis.
E foram esses mesmos critérios que possibilitaram que a Scut do Algarve permanecesse sem portagens: se, ao nível do desenvolvimento económico, a região algarvia cumpria os requisitos, o mesmo não se poderia dizer, alegou o ministro das Obras Públicas no anúncio da decisão, quanto à existência de alternativas: a Estrada Nacional n.º 125 não poderia ser uma estrada alternativa porque ultrapassava um tempo de percurso considerado razoável.
(...)
Descida abaixo da média nacional
Segundo esses estudos, todas as regiões atravessadas pelas auto-estradas em que o Governo pretende introduzir portagens em 2007 (Scut Costa de Prata, Scut do Grande Porto e Scut Norte Litoral) viram o seu Produto Interno Bruto (PIB) emagrecer, e sempre abaixo da média nacional.
É o que acontece nas regiões NUT III do Grande Porto, do Cávado, do Minho-Lima e do Ave (as quatro regiões atravessadas pela Scut Norte Litoral), que passou de um PIB per capita médio de 89,5 por cento em 2001, para 88,5 por cento em 2003. É também o que acontece nas quatro regiões NUT III atravessadas pela Scut Costa de Prata (para além do Grande Porto, também a região de Entre Douro e Vouga, o Baixo Vouga e o Baixo Mondego), que passaram de um PIB per capita médio de 98,1 por cento em 2001 para os 96,3 por cento em 2003. E é o que acontece nas três regiões atravessadas pela Scut do Grande Porto (para além do Grande Porto, as regiões do Tâmega e do Ave) e que viram o PIB per capita médio emagrecer dos 85,3 por cento atingidos em 2001 para os 84,1 por cento conseguidos em 2003.
Estas médias são conseguidas através de cálculos efectuados com base no número de habitantes de cada concelho, sem que haja diferenciação entre a riqueza produzida no Grande Porto (a única de todas as NUT III atravessadas que, em 2003, conseguiu um PIB médio superior ao PIB nacional, nos 102,5 por cento) e a que foi conseguida, por exemplo, na região do Tâmega, que atingiu os 49,2 por cento do PIB.
»»» Ler artigo completo
»»» + aqui
O Governo justificou a decisão de introduzir portagens em três das sete auto-estradas concessionadas em regime de isenção de custos para o utilizador (Scut), alegando que eram apenas essas que cumpriam cumulativamente critérios de desenvolvimento económico e que tinham vias alternativas consideradas razoáveis.
E foram esses mesmos critérios que possibilitaram que a Scut do Algarve permanecesse sem portagens: se, ao nível do desenvolvimento económico, a região algarvia cumpria os requisitos, o mesmo não se poderia dizer, alegou o ministro das Obras Públicas no anúncio da decisão, quanto à existência de alternativas: a Estrada Nacional n.º 125 não poderia ser uma estrada alternativa porque ultrapassava um tempo de percurso considerado razoável.
(...)
Descida abaixo da média nacional
Segundo esses estudos, todas as regiões atravessadas pelas auto-estradas em que o Governo pretende introduzir portagens em 2007 (Scut Costa de Prata, Scut do Grande Porto e Scut Norte Litoral) viram o seu Produto Interno Bruto (PIB) emagrecer, e sempre abaixo da média nacional.
É o que acontece nas regiões NUT III do Grande Porto, do Cávado, do Minho-Lima e do Ave (as quatro regiões atravessadas pela Scut Norte Litoral), que passou de um PIB per capita médio de 89,5 por cento em 2001, para 88,5 por cento em 2003. É também o que acontece nas quatro regiões NUT III atravessadas pela Scut Costa de Prata (para além do Grande Porto, também a região de Entre Douro e Vouga, o Baixo Vouga e o Baixo Mondego), que passaram de um PIB per capita médio de 98,1 por cento em 2001 para os 96,3 por cento em 2003. E é o que acontece nas três regiões atravessadas pela Scut do Grande Porto (para além do Grande Porto, as regiões do Tâmega e do Ave) e que viram o PIB per capita médio emagrecer dos 85,3 por cento atingidos em 2001 para os 84,1 por cento conseguidos em 2003.
Estas médias são conseguidas através de cálculos efectuados com base no número de habitantes de cada concelho, sem que haja diferenciação entre a riqueza produzida no Grande Porto (a única de todas as NUT III atravessadas que, em 2003, conseguiu um PIB médio superior ao PIB nacional, nos 102,5 por cento) e a que foi conseguida, por exemplo, na região do Tâmega, que atingiu os 49,2 por cento do PIB.
»»» Ler artigo completo
»»» + aqui
Comentários
Com os mesmíssimos valores e dados que são veiculados nesta notícia, poderiam ter-se escrito os seguintes títulos:
1 - INTRODUÇÃO DE PORTAGENS PENALIZA REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS DO CONTINENTE;
2 - INTRODUÇÃO DE PORTAGENS NÃO ATINGE REGIÕES MAIS DESFAVORECIDAS;
3 - INTRODUÇÃO DE PORTAGENS PENALIZA SOMENTE AS REGIÕES MAIS BEM SERVIDAS DE INFRA-ESTRUTURAS VIÁRIAS;
4 - INTRODUÇÃO DE PORTAGENS REPÕE SITUAÇÃO DE IGUALDADE DE TRATAMENTO ENTRE REGIÕES METROPOLITANAS DE LISBOA E PORTO;
ETC, etc....
Porque a verdade é que na Área Metropolitana de Lisboa todas as auto-estradas são pagas - Cascais, Loures, Setúbal, Sul, CREL e Norte -, assim como as duas Pontes (apenas não há portagem no I. C. 13), enquanto que na do Porto isso acontecia apenas na A 1 e na A 3 (salvo erro).
Independentemente do juízo de valor que se faça sobre a recente (e discutível) decisão do Governo, a questão aqui é a da qualidade e validade deste tipo de "jornalismo" matreiro e manipulador...