Entrevista a Carlos Lage (Presidente CCDRN)
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A competitividade do Norte baixou e a região, que já representou 45 por cento das exportações nacionais, está hoje abaixo dos 40 por cento, em boa parte pelo choque concorrencial dos produtos de países de baixos salários. E a região não encontrou alternativas para compensar esta queda.
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A minha preocupação não é ter, a nível regional, eixos e medidas, embora toda essa terminologia seja indispensável. Precisamos de ter políticas regionais e essas são sedimentadas e vão-se tornando visíveis através desta óptica de aplicação dos fundos estruturais e dos destinos desses fundos e dos seus objectivos.
Mas há sempre um velho problema, que é o da descentralização política. Tenho para mim, não sei se é uma constatação original ou não, que a descentralização política é fundamental para que haja verdadeira descentralização económica e, nesse ponto, as coisas estão ainda a levedar.
Está a falar de regionalização?
Só teremos resolvido o problema de ter uma entidade regional que possa responder por essas políticas regionais perante os cidadãos, se, depois de 2009, o referendo da regionalização tiver vencimento no país. Claro que se os cidadãos olharem para as regiões na nossa fronteira, olharem para os factos e não para fantasmas normalmente utilizados nesta altura, percebem que não têm nada a perder com a criação das regiões. Basta olhar para a Galiza que estava num estado de desenvolvimento económico e de PIB per capita, há vinte e tal anos, abaixo de nós e que, neste momento, já está a 80 por cento da Europa comunitária a 25, enquanto que o Norte está a 60 por cento.
A existência de uma entidade regional também promovia uma maior descentralização do dinamismo do tecido produtivo, tenho a certeza.
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