Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da Região Norte (CCDRN), reclama a realização de um referendo à regionalização em 2010, e nunca depois dessa data. No entender deste socialista, uma vez que apenas há condições para realizar a consulta após as eleições legislativas de 2009, a população deverá ser chamada a pronunciar-se logo no ano seguinte, não fazendo sentido "esperar mais dois ou três anos".Ao JN, Carlos Lage defendeu que o debate comece já a ser preparado e que os nortenhos se mobilizem, dada a especial responsabilidade que lhes cabe naquela matéria "A região tem aqui um papel essencial. É no Norte que a palavra regionalização tem um sabor mais forte". A isto, Lage acrescenta o facto do Norte ter grande peso populacional e a convicção de que a consciência da necessidade de se criarem regiões aumentou com o crescente intercâmbio com as entidades autonómicas galegas. Além disso, acredita que as resistências à regionalização verificadas no Norte, que atribui a um receio de perda para o Litoral, "já se esbateu".
Lage recorda que a regionalização está no programa do Governo "Ele não se esquece e eu também não", destacou, optimista quanto à aplicação de um novo modelo de administração do território e desejando que a última fase do Quadro de Referência Estratégico Nacional "já possa ser gerido por entidades intermédias eleitas".
Da sua parte, Carlos Lage garante não ter "qualquer inibição em inserir-se na militância regional" e diz que a CCDRN "irá trabalhar de maneira a que as entidades regionais eleitas recebam uma boa herança quando entrarem em funcionamento". Quando tomou posse, Lage afirmou ao JN que a regionalização seria a sua bandeira, ressalvando que a instituição das regiões apenas será uma realidade se for o Norte a lutar por ela.
30 Março 2007
Alexandra Figueira e Carla Soares
Comentários
Concordo que, com as eleições legilativas a realizar em 2009, só será possível uma consulta aos portugueses no ano seguinte. Assumir um prazo mais longo é assumir o desinteresse no desenvolvimento do processo.
Até lá, devemos ter uma participação activa na informação da realidade da regionlização às populações. Será necessária a mobilização desde já, no sentido de serem criadas as condições necessárias ao esclarecimento por parte das populações. É imprescindível que as pessoas estejam esclarecidas até lá e que os mitos que costumam assombrar a regionalização estejam até lá desmascarados.
Como podem os Nortenhos mobilizarem-se? Para nos podermos mobilizar teriamos de estar organizados e essa organização possuir uma cabeça que agregue os interesses regionalistas.
Neste momento assistimos impotentes a que ignorem as nossas potencialidades pois não existe nenhuma congregação que gira essas vontades. Mobilizarmo-nos isoladamente serve somente para fragmentar opiniões ou promover opiniões extremadas e desgarradas o que seria imprudente.
Esta notícia de que o Presidente da CCDR-N Carlos Lage está empenhado e determinado a levar a bom porto a missão regionalista é uma boa nova.