O Norte - Miguel Esteves Cardoso

«Primeiro, as verdades.

O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.

As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram. Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde- branca. Verde- rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar- se branco ao olhar. Até o granito das casas.

Mais verdades.

No Norte a comida é melhor.
O vinho é melhor.
O serviço é melhor.
Os preços são mais baixos.
Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia.

Estas são as verdades do Norte de Portugal.

Mas há uma verdade maior.

É que só o Norte existe. O Sul não existe.

As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.
Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.
No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?

No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses Juntos falam de Portugal inteiro.

Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.

Não haja enganos.
Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.
Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.

Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.
Mas o Norte é onde Portugal começa.

Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.

Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte.

Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa.
Mais ou menos peninsular, ou insular.

É esta a verdade.

Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é Especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte.

Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.

No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.

O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.
O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho.
Tem esse defeito e essa verdade.

Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

O Norte é feminino.
O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.

As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.

Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade.
Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito. Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros.
Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.

São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.

Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial.
Só descomposturas, e mimos, e carinhos.

O Norte é a nossa verdade.

Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.

Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".

Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.

No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto.
Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita.

O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego?
Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.

O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm e dizer "Portugal" e "Portugueses".
No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos.
Como se fosse só um nome.
Como "Norte".
Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros.
Porque é que não é assim que nos chamamos todos? »

Comentários

António Fonseca disse…
Obrigado por ter recuperado este texto.
Li-o há alguns anos e sorri. Genuíno e lindo.
Anónimo disse…
Bom texto - a percepção intuitiva, se utilizando a inteligência, cria sempre poesia e verdade.

Basta as outras pessoas (do Sul e Ilhas) compreenderem o sentido espiritual e poético, para o aceitarem e entenderem (O mesmo serve para um belo texto que ele tem sobre o Clube SL Benfica); nestes textos não existem sectarismos.
Anónimo disse…
As palavras de Miguel Esteves Cardoso mostram bem que o norte é mesmo diferente, tem uma identidade própria e é mesmo uma naçom.
Claro que os nortenhos (ou melhor dizendo os Galaicos) e o resto de Portugal (lusitanos e algarvios) nao concordam que o norte seja uma nação, nem concordam com uma independencia, pois estao habituados ao Portugal do Minho ao Al-Gharb, à bandeira, ao hino, à selecção de futebol, etc.
Não concordam não por o norte não merecer ser independente, não pelo norte não ser uma nação, mas porque seguem o instituido, não seguem o que está certo mas seguem o que está instituido, o que se habituaram a ver.

Eu costumo dizer, se os Portugueses tivessem nascido numa Ibéria unificada, hoje os que defendiam um Portugal independente seriam uma minoria, como acontece na Galiza, Pais Basco, Catalunha ou Andaluzia.
Como disse o povo segue quase sempre o instituido, não o que está certo.

Alias se nos tivessemos nascido numa Ibéria unificada, portanto só Espanha existia, acho que não haveria mesmo NINGUEM, NINGUEM a defender um Portugal do Minho ao Al-Gharb, porque o Portugal actual é mesmo um país artificial, um pais inventado, um país com várias nações (metade sul da Galécia, metade ocidental da Lusitania e Al-Gharb).
Se tivessemos nascido numa Iberia unificada, os independentistas não lutariam por um Portugal do Minho ao Al-Gharb, mas por uma Galécia (Galiza e Norte Portugal), por uma Lusitânia e por um Al-Gharb.
Seria isso o que aconteceria.

Portugal apesar de já ter 900 anos, continua tal como Espanha a ser um país com várias nações. Por enquanto elas ainda existem. Talvez com a enorme miscelânia de imigrantes e migrações de povos europeus que acontece actualmente elas venham a desaparecer daqui a umas geraçoes, mas hoje ainda existem. Existem porque só recentemente começou a haver muita migração. Antigamente quantos Algarvios ou Lusitanos vinham ao Norte e deixavam descendentes? As viagens demoravam dias e dias, semanas. Muito poucos do sul vinham viver para o norte, o que fez com que o norte ainda hoje mantivesse esta identidade própria, esta identidade Galaica.


Voltando novamente ao texto, gostei da honestidade de Miguel Esteves Cardoso. As suas palavras mostram mesmo que o norte é uma naçom.


Pela preservaçao das verdadeiras naçoes europeias. Todos os povos têm direito à sua independencia
Por uma Europa das Naçoes
Anónimo disse…
Peço desculpa, mas não concordo com o ultimo comentador:

1º Há uma vasta maioria a defender uma Catalunha independente - e a lingua ainda é a principal Bandeira - depois vêm outros factores de indole histórica.

2º Existe uma considerável percentagem da população do levante "Espanhol" a defender a unidade Catalunha - Valência- Ilhas Baleares - como os "Países Catalães" (Falam todos um dialecto Catalão com ligeiras diferenças e uma história relativamente comum) para além do Castelhano como a sua segunda lingua por motivos "nacionais".

Obviamente que se Portugal estivesse integrado em Espanha mas com um Português unificado do Minho ao Algarve e um dialecto subsidiário na Galiza, não faltariam intelectuais e uma larga faixa da população mais instruida a defender a autonomia Ocidental das Regiões de lingua Portuguesa, sejam unidas integralmente, sejam regionalizadas ("Países Catalães"; "Países Portugueses" ou "Portugal") - e nós sabemos como a língua é o principal baluarte das reivindicações em Espanha. Imaginem agora se os Catalães tivessem uma tradição de unidade como nós?!

Continuam a chamar "Al-Garb" ("O Ocidente" chamado externamente por Árabes e Berberes) Chamam bem. Devem pensar que o mundo começou no ano 711 d. C.; pode ser enganem os Papalvos!Não enganam os cultos.

Mas por muito que tentem não conseguem apagar uma região que é verdadeiramente MÃE da Europa e dos primeiros EUROPEUS do mundo MEGALÍTICO e até, como refere, Carlos Castelo, um sul-ocidente PAI das linguas Indo-Europeias - ou pelo menos entre as Primeiras(Estranha semelhança entre a língua Cónia e o Latim) O Latim e outras linguas estão mais a oriente, é certo(P. Itálica), mas será suficiente explicação para a defesa da sua primazia (Uma vez que a os Indo-Europus deslocaram-se de Oriente e do Caucaso?).

Serão exclusivamente linguas "Indo-Europeias"?

Os CÓNIOS Algarvios parecem estar na génese da EUROPA OCIDENTAL, só assim se explica o a Língua da Estela de Bensafrim (oxalá se descubram mais para dissipar as dúvidas) e parece estar na génese dos primeiros Povos Ocidentais: LA-CÓNIOS;(B)VAS-CÓNIOS (Topónimo "CÓNIO" e "CÓNIA" por toda a Ibéria e tmbém na Gália etc.
Anónimo disse…
"Obviamente que se Portugal estivesse integrado em Espanha mas com um Português unificado do Minho ao Algarve e um dialecto subsidiário na Galiza"

Esta afirmação carece de rigor e revela desconhecimento de campo por parte de quem a proferiu, com todo o respeito.

A questão não é assim tão linear quanto a expõe e se o português fosse assim unificado da forma simples que descreve todos falaríamos de igaul forma e só gaveria uma pronúncia em Portugal, o que não corresponde á realidade.

O português falado no norte tem mais semelhanças a nível de fonética e de vocabulário com o falar do norte da raia do que com o português falado do sul.

Apesar do galego-português da Galiza estar sob domínio castelhano há 500 anos, as suas características preservam-se a nível fonético, especialmente fora das 4 grandes cidades. As semelhanças com o português do norte são evidentes a nívrel fonético.

Em caso de uma hipotética soberania espanhola da parte norte de Portugal, pode ter a certeza que essas semelhanças se iriam notar mais ainda, uma vez que o galego-português do sul se desenvolveu livremente e sem a influ~encia do castelhano.
Anónimo disse…
Concedo que sim e que tem razão nesse aspecto, - mas não invalidaria uma relação do sul de Portugal (nessa hipótese académica) tão fortemente relacionada com o norte Português + Galiza) como Valência com a Catalunha, ou até mais.
Anónimo disse…
Na consciência, no fundo, como as duas primeiras, que mesmo na diferença são duas faces (Norte e Sul) da mesma Identidade.
Anónimo disse…
Nesse ponto concordo, apenas quis fazer a ressalva das diferenças (de salutar) entre as partes do mesmo todo.

E a comparação com os Países Catalães faz sentido e penso que dar-se-ia uma situação semelhante caso a faixa ocidental peninsular estivesse sob domínio espanhol.
Anónimo disse…
Concordo com o comentario do Zagas.


A lingua não basta para formar uma nação, porque então Brasil também seria Portugal e sabemos que não é. Para se formar uma nação tem de ser povo + lingua + cultura.
Alias a Galiza ate podia falar Chines que mesmo assim continuava a ser uma naçao com o norte de Portugal pois sao o mesmo povo, sao Galaicos, coisa que nao se passa com o centro e sul de Portugal, povo lusitano e no Algarve entao Lusitanos extremamente mourizados.


Se Portugal não tivesse sido criado, provavelmente o centro e sul de Portugal nem estaria a falar Portugues.
Mesmo que falasse a divisão por regiões seria Galécia (Galiza + Norte de Portugal) e nunca Galiza para um canto e Norte de Portugal Galaico misturado com centro e Sul Lusitano. Isso seria impensável como diz o Zagas e bem.
E lembrem-se que Andaluzia também fala Castelhano e é uma região autonoma separada das outras que falam Castelhano.

Hoje temos a mesma lingua do Norte ao Sul Atlantico, mas como disse a lingua não basta para formar uma nação, primeiro está o povo.

Quanto ao Al-Garb não pense que é tão europeu como diz. O Al-Garb depois da invasao moura e reconquista nunca mais foi o mesmo. Os Mouros nao foram expulsos como em Espanha. O al-garb etnicamente tem muito mas muito sangue mouro, muito mais que o resto de Portugal, mesmo que o centro. Dai que nao adianta falar dos povos antigos que habitaram o Al-Garb pois esses sao insignificantes no sangue e cultura dos actuais Al-Garbios.


Realmente o Norte de Portugal é uma nação e este texto espelha bem isso. O Norte é a metade Sul da Galiza, a metade Sul da Galécia. Só nos resta lutar pela preservação da nossa nação para que no futuro possamos continuar a existir e ser mais autonomos e independentes de Lisboa e finalmente possamos reunificar-nos com a Galiza e acabar com a separação do nosso povo que ja dura desde o tempo Afonsino.
Anónimo disse…
Quem é que no seu perfeito juizo iria querer formar um país com metade sul da Galiza, metade ocidental da Lusitania e Al-Garb? Seria considerado um perfeito louco e um traidor às nações Galaicas e Lusitanas.

Portugal do ponto de vista de nação é um perfeito disparate
Anónimo disse…
1ºDizer que os Povos Antigos são uma minoria nos Genes Algarvios é uma falsidade que qualquer estudo genétido demonstrará.

2º Espanha é diferente de Portugal.

2.1. Quer em 1242 (Conquista de Sevilha pelo Rei Santo D. Fernando de Leão (se não me engano), quer mais tarde em 1492- Conquista de Granada pelos Reis Católicos; CASTELA e LEÃO NUNCA SE ESTENDERAM PARA SUL. a Coroa Leonesa-Castelhana (Ou COROA de Castela, como dizemos de forma mais sintética) é que se estendeu para Sul.

- Ou seja, logo desde a Idade Média, os Reis Castelhanos-Leoneses e a oriente, os Reis Aragoneses, mantiveram os Reinos e Taifas Tradicionais:

COROA de CASTELA E LEÃO:
-Reino de Leão(Galiza e Asturias eram englobadas no Termo "Leão"
-Reino de Castela (Vizcaia era aqui incluida no termo "Castela"
-Taifa de Toledo - depois Reino de Toledo (Os modernistas liberais, vendo a influência cultural e étnica Castelhana, transformaram-na em Castela la Mancha ou Nova)
-Reino de Sevilha
-Reino de Córdoba
-Reino de Jaez
-Reino de Granada

A Oriente aconteceu o mesmo: Foi a "COROA" de Aragão que se estendeu para sul, não o "Reino", que continuou CONFINADO a norte.

COROA de ARAGÃO:
-Reino de Aragão
-Principado da Catalunha
-Reino de Sevilha
-Reino de Murcia(Parte)

Só a "COROA" de CASTELA e só a "COROA" de ARAGÃO anexaram o SUL, não os "REINOS" que ficaram confinados a norte.

Não era mera formalidade Juridica - nos documentos históricos os Reis, desde a Idede Média e Moderna designavam-se assim, por Extenso ou utilizando a fórmula "etc".

A Espanha da Idade Média e Moderna já nasceu "Regionalizada". O Reino de Sevilha; a Taifa de Toledo(Depois Reino), o Reino de Granada etc nunca deixaram de existir. Foi a "Coroa" de Castela que avançou, não o "Reino".

No século XVIII e depois em tempo liberal(século XIX) houve apenas uma reformulação dos velhos Principados e Comunidades: Vizcaia, Guipuzcoa (Que já eram Forais dentro da Coroa de Castela) foram separadas; o mesmo com Astúrias; foi distinguida a Extremadura(Até aí integrada); os Reinos de Sevilha, Granada, Córdoba e Jaez foram reunificados na Andaluzia - termo vago e antido para a Região destes Reinos -(coisa que ainda causa polémica a muitos Sevilhanos actualmente, orgulhosos do seu velho REINO de SEVILHA(Que Sozingho, sem o resto da Andaluzia consegue ser metade de todo o Portugal).

COISA DIVERSA ACONTECEU EM PORTUGAL:

Desde D. AFONSO HENRIQUES (e começando logo pelo entendimento e Pensamento do primeiro Rei) Reconheceram os nossos QUATRO primeiros Reis a Homogeneidade étnica e cultural Portuguesa, fazendo avançar o REINO DE PORTUGAL até quase ao extremo Sul, na fronteira com o actual Algarve - e não fosse a Reinvindicação do Rei de Leão sobre o Algarve( OnRei Leonês chegou a designar-se Rei do Algarve) estou em crer que D. Afonso V não não teria inventado o artificio Juridico "Reino do Algarve", separando-o do "Reino de Portugal" englobados ambos na COROA de Portugal. O Reino de Portugal comreçava no sul logo na actual fronteira Algarvia: Ourique, Beja - Enfim todo o Baixo Alentejo, desde a Reconquista é REINO Dde PORTUGAL.

Portugal tem uma tradição de Unidade desde D. Afonso henriques. Avançou para sul e até ao EXTREMO SUL.

Em Espanha, desde o principio, no plano juridico e prático, isso não aconteceu. Já nasceu distinguida e Regionalizada em diversos Reinos.
Anónimo disse…
Minha nossa as afirmações do Pedro são escandalosas do ponto de vista histórico e realista. Só revelam que não é nada isento.

"2º Espanha é diferente de Portugal."

Espanha é como Portugal, um país com várias nações, vários povos. A unica diferença é que essas nações em Portugal têm todas a mesma lingua.
À semelhança, Castela e Andaluzia também têm a mesma lingua mas não são a mesma nação, muito longe disso. As Linguas não bastam para formar nações.


"CASTELA e LEÃO NUNCA SE ESTENDERAM PARA SUL. a Coroa Leonesa-Castelhana (Ou COROA de Castela, como dizemos de forma mais sintética) é que se estendeu para Sul."

Ñunca se extenderam para Sul?? Foram territórios conquistados para Sul, como aconteceu em Portugal. Foi exactamente igual não diga que não foi. Não vejo qual a diferença de ser Leao e Castela a extender-se para Sul ou ser a Coroa Castelhano-Leonesa. A verdade é que extenderam-se para Sul tal como Portugal.

O condado Portucalense também se extendeu para Sul.
E já que está a falar que eramos todos iguais até ao Algarve, lembro-lhe que durante muitos e muitos anos Portugal era chamado Portugal e Reino dos Al-Gharbes, porque de facto as diferenças eram enormes, havia muita população moura.

Portugal depois de passar a marca do Mondego passou a ser um país com várias nações, vários povos.
Até ao Mondego, densamente repovoado por Galegos apos a reconquista e quase sem mourada, sim podemos considerar a Homogeneidade étnica e cultural Portuguesa, mas depois claro que não. Só um PortuguÊs nada isento diria isso.


"1ºDizer que os Povos Antigos são uma minoria nos Genes Algarvios é uma falsidade que qualquer estudo genétido demonstrará"

Pois fique sabendo que qualquer estudo demonstra que o seu Al-Garb é como eu disse.
Já li, não tenho agora as fontes, mas talvez alguem aqui do blog com mais conhecimento possa dizer, que o Al-Garb é o povo europeu com mais sangue negro, sangue da AFrica Sub-Sariana (não tou a falar dos imigrantes mas do povo nativo).
Depois o Al-Garb tem 25%, 1/4, sim 1/4, metade de metade de haplogrupos mouros. 1/4. muito diferente dos resultados do centro e norte de Portugal.
Portanto acorde da fantasia e olhe a realidade.
Claro que se calhar vai relativizar os resultados dizendo que a diferença é minima. Mas enfim, também os multiculturalistas relativizam isso, dizendo que variar 0,3% de raça para raça significa que afinal não ha raças e que somos iguais aos africanos. Enfim pode-se deturpar sempre os resultados genéticos dependendo do que a pessoa quer à força mostrar.
Mas se souber um pouco de Historia sabe que nao expulsaram os mouros no Centro e Sul como fizeram em Espanha.
Se também tiver olhos na cara, em qualquer viagem que faça pelo país vê as maiores diferenças de fenotipo no Al-Garb.


Portugal nasceu de um mini-império Galego que impôes à força, um país inimaginável na época, um país com vários povos, várias nações. Um país claramente inventado, claramente artificial que surgiu por causa da reconquista cristã.

Penso que o anónimo expressou muito bem o ridiculo de Portugal:

"Quem é que no seu perfeito juizo iria querer formar um país com metade sul da Galiza, metade ocidental da Lusitania e Al-Garb? Seria considerado um perfeito louco e um traidor às nações Galaicas e Lusitanas.

Portugal do ponto de vista de nação é um perfeito disparate "
Anónimo disse…
Reafirmo tudo o que escrevi, fazendo apenas uma resalca-"correcção":

A Espanha já nasceu dividida (não "regionalizada" como por lapso escrevi), ao contrário de Portugal.

"Regiões" não são divisão - aliás nem está em causa a necessidade de descentralização que Portugal precisa e a salutar diversidade regional Portuguesa , que não invalida a unidade nacional.
Anónimo disse…
Estavamos práticamente "on-line" e não vi a sua resposta - o que só reforça a minha honestidade intelectual.

Reafirmo tudo o que disse, desde a Espanha Medieval de D. Fernando até ao rair da Modernidade com D. Isabel e D. Fernando "Os Reis Católicos", sempre existiram o Reino de Valência, O Reino de Sevilha; o Califado de Córdoba, mantido em Reino - e não eram meros artificios Juricos. A Coroa é que se estendeu para sul, a que designavam sintéticamente como Reino (Mas distinto de Portugal), mas os Reinos, inclusivamente com BANDEIRA e HERÁLDICA PRÒPRIAS - HERÁLÇDICA e ESTANDARTE Próprios já da época MEDIEVAL (Bandeira do Reino de Sevilha, de Córdoba etc.) - Consultem sites Espanhóis: hispanismo.org etc. Estes sempre existiram, desde a Idade Média - desde ai que quase ninguém se considera "Leonês" em Sevila ou Castelhano em Córdoba ou em Granada (não datam do Século XVIII, mas de 1147 e de 1242, retirados das divisões de Taifas - nada a ver com o Portugal Medieval. Desde a reconquista que todo o Alentejo é Reino de Portugal e integrado como Portugal.

Em Portugal, o Condado de Coimbra foi anexado; o Califado de Badajoz foi dissolvido e extinguido(A própria cidade Capital ficou inclusivamente no lado Leonês), e Portugal estendeu-se como Reino e Coroa para sul, só ficando o Reino do Algarve como Reino por motivos de disputa com o Rei de Leão (Principal razão e não o iato temporal da sua conquista como entendem alguns historiadores).

Sempre existiram nos documentos Espanhóis medievais os Reino de Castela, Reino de Toledo, Reino de Sevilha, todos como a Coroa de Castela(e Leão).

Em Portugal, Reino(Taifa) de Badajoz etc., tudo desapareceu, dando lugar ao Reino de Portugal. E o simbolo tem muita força, não é por acaso. O Reino de Algarve(como Algarve) nem sequer esistia, (existiam Taifas como a de Silves) Foi uma criação devida à reivindicação Leonesa(Até ao Século XIII, designaram-se Reis do Algarve)
Ponto final.

Na ANDALUZIA, fala-se o Castelhano, mas é um dialecto Castelhano muito distinto - o mais distinto dentro do Castelhano Ibérico (incluindo Ortografia diferente por Costume, sobretudo até ao século anterior).

Informe-se em sites Espanhóis; não faltam Andaluzes que defendem um dialecto e mesmo uma lingua Anadaluza. Dialecto, a meu ver será mais correcto que Lingua, pois é uma variante bastnate distinta do Castelhano, mas os Espanhóis é que sabem.

E agora um conselho mais Espiritual que vos parecerá heterodoxo, mas que é essencialmente espiritual e de Fé:
Cuidado com os vossos delírios Racialistas. Temam a DEUS, como eu Temo e Creio.
Cuidado com o karma e a Transmigração da Alma ("Reencarnação") se me faço entender!

DEUS Esteja Connosco.
Anónimo disse…
Essa do "Sangue negro" é demais. Deve ser por isso que um esdudo da Universidade do Porto de há pouco anos atrás descobrio mais Genes "negros" de determinada estirpe no Norte que no Sul, sobretudo no lado feminino. Embora a isso subjazem Teorias da Influência do Homem Ibérico a norte na colonização da África a sul na Pré-História (mais do que eslicações modernas).

Por favor, respitem inclusivamente os Autores deste Blogue, onde creio que há pelo menos um Algarvio - extinguido os vossos insultos azeiteiros(termo que alguém urilizou e bem noutra sede).

Estão a contribuir para o descrédito total da Regionalização (se alguém visitante vos ler nestas caixas de comentários, vão ficar confusos e interrogarem-se sobre que raio é isto: é o "PNR Galego"? Com esta anarquia de disparates não vão lá.
Anónimo disse…
"descobriu" e demais correcções ortográficas subentendidas.
Anónimo disse…
"respeitem"; "extinguindo" etc.
Anónimo disse…
"Essa do "Sangue negro" é demais. Deve ser por isso que um esdudo da Universidade do Porto de há pouco anos atrás descobrio mais Genes "negros" de determinada estirpe no Norte que no Sul, sobretudo no lado feminino. Embora a isso subjazem Teorias da Influência do Homem Ibérico a norte na colonização da África a sul na Pré-História (mais do que eslicações modernas)."

Nao seja mentiroso. Esta a confundir tudo. O norte nao tem genes negros do lado feminino, tem é genes mouros, coisa que nao ha no centro e sul de Portugal (mais uma vez mostra que sao diferentes povos) e nao tem a ver com invasoes mouras, pois se tivesse o centro e sul teria muito mais.
Vá ver os haplogrupos masculinos para ver o resultado da invasao moura e veja as diferenças. Centro e Sul com muitos mais haplogrupos mouros que Norte e Galiza.

Olhe eu nao estou a insultar os Algarvios. Só estou a dizer como eles são.
Se voce acha que dizer que tem sangue negro e muito sangue mouro, que é a verdade, é insultar então isso ja é julgamento seu. É porque não gosta desses povos.
Se eu dissesse que o Algarve tem muito sangue germanico estaria a insultar também??
É costume chamar mouros ao centro e sul de Portugal porque de facto tem muito mais sangue mouro. Que vou fazer agora? vou mentir para nao insultar? vou dizer que nao sao mouros mas sao alemães? ou que são russos?
Por favor, quem está aqui a ser racista é o senhor.


Se a Andaluzia tem uma lingua ou um dialecto diferente do Castelhano entao poderemos dizer o mesmo para o norte, só que aqui a lingua ou dialecto esta mais morta por culpa dos varios governos e de nao haver regionalizaçao. Portugal sempre foi um pais super atrasado, aqui as revoluçoes so chegam passado uns 30 anos de chegar a todos os paises Europeus, ja sabemos. Mas enfim pode dar graças a deus, ao menos esta incompetencia dos pessimos governos Portugueses foram eficazes em "matar" o norte, ao menos fizeram alguma coisa eficaz.
Mas foneticamente ainda muitos falam assim. Era so mudar a escrita para em vez de ão terminar em om, ex: naçom, os Vs pelos Bs e pronto. É como devia ser a lingua no norte, só que o sul mudou-a. Assim ja teriamos o tal dialecto como na Andaluzia.


Voce justifica que a Espanha merece ser dividida porque tinha Reinos antes da invasao muçulmana.
E então o que era a Galécia que é o mais antigo reino da Europa??
A Galécia tinha bandeira também, tinha capital, tinha Reis. Era uma nação muito rica para a época.
Portanto se Galiza merece ser independente, também o Norte merece. Galiza e Norte fazem uma nação juntos, não tem logica nenhuma estarem separados.

O norte tambem não tem culpa que antes da invasao muçulmana os Lusitanos não tivessem Reino, nem Reis como no resto da Peninsula.
E nem isso serve de desculpa para justificar que a Espanha pode ser dividida mas Portugal não.
Nem isso serve de desculpa para dizer que somos o mesmo povo pois não somos, muito longe disso.


O que defendo nao tem nada a ver com um PNR Galego.
O PNR é um partido ridiculo, que fantaseia o tempo do nazismo e com membros que não dão uma para a caixa.
Eu não tenho nada a ver com nazismo, nem nada que se pareca. Não quero matar pessoas, não quero holocaustos, não quero simbologia nazi por aqui.
O que quero é a independencia para a minha nação. Para a Galiza e Norte de Portugal. O que quero é tambem a preservação da identidade do meu povo, que é um direito legitimo a qualquer povo que não queira desaparecer dentro de algumas gerações e nao tem nada a ver com nazismo.
Anónimo disse…
Olhe, não o quis ofender - você sabe já houve aqui comentários que podem não ter sido da sua parte. Não foi só dizer que são "Mouros" (Isso em si não é um insulto) - mas não venha agora escrever que o modo depreciativo e linguagem azeiteira(pode não tersido você) que alguns aqui têm utilizado face a outras regiões e populações Portuguesas, é uma enorme ilusão de todos leitores (ou participantes) e estas têm sido recorrentes. Não é por dizer Mouro ou Germânico ou que for - modo como se diz - com impropérios já aqui usados.

Temos todos muita Honra nas nossas heranças, sejam Berneres-Ibéricas-Turdetanas ou Célticas; - ou Lusitanas e Cónias, venha estas de onde venham.

E sim existia o Reino de Badajoz e Silves, como de Sevulha; Córdoba, Toledo ou Valência a Oriente - do lado de lá, Juridica e Simbólicamente mantiveram-se; do lado de cá não (à excepção do caso Algarvio, e não "Silves" ou "Faro" já aqui explicado) Tudo se tornou Portugal de facto.

Sobre Genética(não sei citar)
Sobre genética, você é que é especialista - e sim, creio que tem razão - era relativamente a sangue Mouro ou Berber (O Estudo em questão).
Deixe lá tudo isso - siga este conselho.
Até os Berberes originais eram Ibéricos e Caucasianos ao que parece.
E Lusitano hoje é um simbolo Poético-Identitário. O Galaico está no próprio nome do País.
Anónimo disse…
"a genes" ou "haplogrupos" terminologia que não é minha especialidade.
Anónimo disse…
"a genes" ou "haplogrupos" terminologia que não é minha especialidade.
Anónimo disse…
A ultima frase é minha.
Anónimo disse…
Gallaecia » Galiza+Norte
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Galaecia » Galiza » Galego » Cale » Portus Cale
Gallaecia Sul » Condado Portucalense
Condado Portucalense » Portugal
Lusitania » Anexações

UM povo, UMA cultura, UMA história e 1 BASTARDO que rompeu o reino da Gallaecia pela sua vontade de sangue, terras e poder: D.A.Henriques.
Anónimo disse…
Os algarvios e alentejanos secalhar são mais brancos que alguns a norte, pois o sul foi conquistado pela força das armas, e os mouros expulsos e decapitados, tanto em Silves como em Aljezur por d Sancho I e milhares de cruzados vindos do norte.
Aliás o sul de Portugal era habitado pelos celtici e cónios ambos proto-celtas.
Geneticamente a presença moura não tem importância no fenotipo racial português, já que tanto no norte mais galaico, como no centro lusitano e a sul a influencia moura é abaixo de 3%.

Portugal 1143
Anónimo disse…
Essa do sangue negro e mouro em Portugal é uma mentira muito facil de refutar;

"A british study found 3 E(xE3b) sequences in a sample of 99 Portuguese, evenly divided between Northerners and Southerners. The estimated grand total of Negroid paternal admixture in Portugal is therefore 0.6%"

Portugal Orgulhosamente!
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