1. Numa altura em que o País parece ter despertado para aquilo que alguns já designaram como a nova “Primavera Regionalista” sucedem-se as tomadas de posição e as iniciativas conducentes à defesa de um novo processo de Regionalização.
De acordo com o Programa do actual Governo Socialista, esse processo continuará em banho-maria até à próxima legislatura, altura em que caso o actual Governo continue em funções será realizado um novo Referendo nacional.
Até lá, a intenção será ajustar a representatividade local dos Serviços Desconcentrados do Estado às cinco Regiões-Plano, fazendo coincidir tal divisão à actual esfera geográfica das cinco Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Ainda segundo a estratégia do Governo, será também este o período necessário à conclusão do estertor do anterior pacote de descentralização (assente nas Comunidades Urbanas e em novas Áreas Metropolitanas), o que levará à adopção de um regime especial para as Grandes Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa.
2. A principal motivação que sustenta grande parte destas novas adesões e que, confesso, me faz aligeirar imenso a oposição a este processo que assumi em 1998, é a crescente evidência de que temos um País cada vez mais desequilibrado e centralista.
Não é sustentável, não é positivo para Portugal e não é, seguramente, aceitável para nenhum cidadão, que uma parcela sobremaneira exagerada da riqueza do País se concentre nas zonas envolventes à Grande Lisboa e ao Grande Porto, tanto mais que este fenómeno não ocorre por qualquer circunstância natural mas é antes consentido, quando não estimulado, pelos decisores do Poder Central.
Das meras decisões de organização administrativa dos serviços públicos à lógica de orientação dos maiores e mais relevantes investimentos do Estado, temos assistido impavidamente a um processo de concentração crescente de recursos que mais acentua as desvantagens competitivas das demais parcelas do território.
Pegando numa expressão muito em voga na campanha do Referendo de 1998, seria até caso para dizer que pior que “um País em retalhos”, será ter um País que se divide entre os fatos de gala das Metrópoles e os farrapos da Província…
Publicado no "Suplementos de Economia
Comentários
Este mapa sim, representa uma verdadeira nação, uma nação de Galegos.
Nós do Norte de Portugal temos é de nos reunificar com a Galiza e livrarmo-nos da mourada dos Lusitanos e Al-Gharbios
Se quiser, pode colocar-nos questões ou mesmo sugerir a abordagem ou o desenvolvimento de algum tema que o interesse em particular.
Cumprimentos,
António Castanho.