«Julgo que está a chegar o momento de promover um aprofundado debate nacional sobre o modelo de decisão política que devemos traçar para o nosso próximo futuro. Não creio que seja através de um novo referendo, feito à pressa, que se encontrarão com tranquilidade as necessárias respostas para este tipo de questões», disse Rui Rio.
Para o autarca, que discursava na cerimónia concelhia comemorativa dos 33 anos do 25 de Abril, o «frenesim das campanhas» não é um instrumento satisfatório para esclarecer dúvidas e dar respostas aos verdadeiros problemas que se colocam à aplicação de modelos de descentralização e regionalização.
«Tenho a convicção que a pior maneira de equacionar os modelos de decisão e de representação política hoje em Portugal será empurrar o debate político para as arenas das campanhas partidárias, sob a batuta do marketing político, qualquer que seja o cenário em que as mesmas se desenvolvam», salientou.
Na opinião de Rui Rio, que é também presidente da Junta Metropolitana do Porto, «há um mundo de incógnitas e um incontornável número de perguntas por responder» entre os modelos de descentralização do poder e os modelos de regionalização, pelo que se impõe um «grande debate nacional» antes de um novo referendo.
«Se não é possível imaginar um modelo de decisão em que todo o país se reveja, até porque o unanimismo é ele próprio uma ameaça à democracia, também não é salutar nem aceitável que o redesenho de um qualquer novo mapa de regionalização seja decidido e imposto por maiorias conjunturais», frisou.
Comentários
Faltam mais como ele à nossa Democracia (estará disponível para Presidente da Comissão Executiva da Região Metropolitana de... Lisboa?).
A. das Neves Castanho.