AMBIENTE E DIREITOS DO CONSUMIDOR...

… NA «RÁDIO EUROPA-LISBOA».


Subordinada à temática em título, Helena Matos tem uma crónica regular nesta ainda pouco conhecida estação de rádio (que, tanto quanto sei, apenas é possível ouvir em Lisboa, sendo aliás a herdeira da extinta «Rádio Paris–Lisboa»). Numa das suas crónicas recentes entendeu formular duras críticas ao Movimento Cívico “Regiões, Sim!”, o que à partida, só por si, não mereceria este meu artigo. Acontece, porém, que nessa crónica utilizou “argumentos” de tal modo inaceitáveis, não só contra a criação deste Movimento, como sobretudo contra a Regionalização, que não resisto a partilhá-lhos com os leitores deste blogue que os não tenham podido ouvir.


A certa altura da sua crónica, Helena Matos, que suponho seja jornalista de profissão, menosprezou o facto de a Regionalização ser um imperativo constitucional com esta expressão verdadeiramente antológica: “ (…) há muita coisa que também está na Constituição e que nunca se cumpriu, e ainda bem!”. É a sua opinião, livre como todas, mas que me abstenho de qualificar – cada um fará o seu próprio julgamento.


Mas o pior foi quando resvalou, descontraidamente, para uma quase total ignorância sobre o assunto: graças a Helena Matos, ficámos a saber que a Regionalização será, afinal, um mero prolongamento de uma infinidade de organismos e instituições “que já temos”, como as CCDR’s, as Direcções Regionais e Distritais dos vários Ministérios, etc., e que apenas terá como consequência “um natural aumento da burocracia”, que é coisa que, “evidentemente, ninguém deseja…”.


Como se pode ver, sobretudo se pensarmos naqueles que pouco ou nada sabiam sobre este assunto antes de ouvirem a crónica, foram inestimáveis os “bons serviços” que esta rádio (que até tem bastante qualidade musical), em tão poucos minutos, terá prestado ao esclarecimento da opinião pública portuguesa!...


Sem pretensões a tentar colmatar as evidentes e alargadas insuficiências de conhecimentos da Autora sobre o tema que, levianamente, elegeu para esta sua crónica, apenas lhe endereço daqui um prudente conselho, extensível aliás aos responsáveis desta rádio tão “nominalmente” europeia: experimentem tentar publicar uma crónica assim, na rádio ou noutro meio qualquer, num qualquer País europeu dos “27”, porque não a própria França (grande parte dos programas desta rádio são emitidos em língua francesa), que seguramente serão tomados por estranhas e exóticas criaturas, portadoras de uma linguagem indecifrável e provindas de um tempo julgado já extinto, como o dos dinossauros (mas que, infelizmente e sem que muitos europeus o saibam, continua bem vivo em Portugal…)!


E, já agora, interpretem esta minha crítica apenas como o contributo, de um ouvinte assíduo, para a desejável melhoria do ambiente (intelectual) em Portugal e para a defesa dos direitos dos consumidores…



... de Rádio!



António das Neves Castanho.

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