História da Regionalização - o Palácio do Freixo


O Palácio do Freixo foi edificado em 1750 segundo projecto de Nicolau Nasoni para o Deão da Sé do Porto.

Há cerca de 30 anos foi comprado pelo Estado, em avançado estado de degradação, por cerca de 1,5 milhões de euros. Manteve-se assim até meados dos anos 90, quando animados pela certeza da vitória do Sim na regionalização, os responsáveis políticos da altura, decidem reabilitar o palácio para servir de sede da presidência da região.

Infelizmente, para nós os regionalistas, em 2005, o Palácio do Freixo e envolvente foi cedido à Enatur, empresa privada propriedade do Grupo Pestana, para a instalação da maior pousada de Portugal.

Comentários

Al Cardoso disse…
Deria ter sido cedido a esses senhores hoteleiros, mas era antes de ter sido reabilitado!!!
Claro amigo Cardoso, ninguém entende como é que Estado investe vários milhões de euros na recuperação de um imóvel para depois o ceder aos privados.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Suponho que os privados estão a pagar renda. Ou não? É que se não estão, o melhor é chamar a "Equipa Morgado", para investigar.
Caro anónimo,

A cidade vai ceder o palácio até 2019, sendo automaticamente renovável por mais 30 anos.

A contrapartida são uma percentagem de 2% das vendas líquidas e impostos gerados.

A bondade desta opção fica à sua consideração.

Cumprimentos,
Quanto ao negócio do Palácio do Freixo não conheço, por isso não comento. Espero que, em todo o caso, preste bons serviços à Cidade e, sobretudo, que lhe seja dado bom uso e prestada adequada manutenção (porque estar encerrado seria, seguramente, bem pior).


Quanto à questão do seu aproveitamento para a instalação do Poder Regional, tenho uma opinião algo diversa: esse é precisamente o erro do Terreiro do Paço, por todos criticado (a começar pelos lisboetas).


Parece-me que o património construído não fica tão bem entregue, em termos de preservação e conservação, nas mãos de entidades públicas, como pode ficar nas mãos de privados devidamente habilitados (como presumo que seja o caso do Pal. do Freixo).


Por outro lado, a exploração de edifícios imponentes e símbolos de um poder oligárquico ou feudal por parte de instituições democráticas e descentralizadas não me parece, filosoficamente, o mais aconselhável, em termos de pedagogia cívica.


O Poder Regional, enquanto conquista dos nossos tempos e dos novos valores, deve traduzir-se arquitectonicamente em obras modernas que espelhem esse mesmo espírito e não "açambarcar" os símbolos de outros paradigmas de poder, entretanto tornados obsoletos pela História.


Por que não edifícios totalmente novos de raiz, simples, funcionais e despojados, de certa forma veiculando eles próprios, pelas suas localizações e multiplicidade, uma mensagem de PROXIMIDADE E DESCENTRALIZAÇÃO, em perfeita coerência "ideológica" com o que deverá ser a imagem de marca da própria Regionalização?...