O Norte desnorteado de Portugal


Extraído do "ETC & TAL"

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... Recordo-me, há sensivelmente 20 anos, quando trabalhava na delegação do Porto do extinto jornal "Gazeta dos Desportos", que um camarada a trabalhar na redacção de Lisboa, da mesma categoria profissional, ganhava mais trinta contos do que eu. Aqui fazia-se praticamente o jornal. Lá, na capital...a revisão, e eles, lá em baixo, embolsavam quase o dobro que os cá de cima. Hoje, a história repete-se, e vai continuar a repetir-se se a regionalização não for avante. Uma regionalização sem tachos, padrinhos e afilhados. Uma regionalização que sirva o interesse das populações e, principalmente, das populações mais desfavorecidas. Vêm aí uns milhões por hora da União Europeia. Quero ver se alguns desses fundos serão aplicados no Norte para dinamizar a economia?! Sei que terei de esperar sentado, porque o Norte e o Porto, em particular, continuam a ser mais conhecidos pelas corridas de aviões e de carros na Boavista, do que propriamente pelos desempregados (de curta, média e longa duração) e pela miséria - alguma encoberta - que aí se vive.

(...)

Comentários

Anónimo disse…
Ilusões!
Pensam que a regionalização trará melhores salários aos trabalhadores?
Enganam-se! Trará mais regalias a uns quantos nababos, isso sim! Um dos objectivos da regionalização é precisamente "regionalizar" os salários, torná-los tão baixos quanto possível em cada região (olhem à prática das multinacionais em cada país, pagando segundo os preços da força de trabalho em cada local), cimentando e agravando as diferenças que já hoje existem. Desconhecerão, porventura, que a prática do capitalismo é essa? Ou pensarão fazer a revolução socialista no Norte e aí consolidá-la? Ou serão dos tais poucos nababos que virão a beneficiar pessoalmente duma eventual regionalização em prejuízo da grande massa dos trabalhadores?
Anónimo disse…
Eh, lá!...
Anónimo disse…
A Regionalização, pode melhorar as condições de vida da população, mas tudo é relativo... Apenas um exemplo: vendo pelo preço que a comprei, mas acredito que é verdade. Nos Açores, os "nababos", os familiares e os amigos, não pagam os exames médicos complementares, análises, radiografias, etc. E muitas vezes vêm ao CONTINENTE, à custa do governo regional. Já a plebe, paga e paga bem. E para vir a Lisboa, tem que ficar em lista, tempo sem fim. Os futuros governantes e dirigentes das regiões, não são diferentes dos actuais, estejam eles em Lisboa, Ponta Delgada ou Funchal. Penso eu... de que..
Ao amigos do portopctp,

Não se trata de ilusões mas antes de racionalização.

A região de Lisboa tem um índice salarial muito superior ao resto do país, porque é ali que estão sedeadas a quase totalidade das grandes empresas nacionais e por via disso todos os cargos de nível superior dessas empresas. Também é aí que estão concentrada toda a alta administração pública e a sede de quase todas as empresas e institutos públicos.

Se o país em vez de ser hiper centralizado e macrocéfalo fosse, pelo contrário, regionalizado e simétrico, em que cada região pudesse dirigir toda a sua política económica e desta forma competir pela captação de investimentos, aí sim, seria possível inverter o actual estado das coisas.

Se a isto adicionássemos uma reforma da administração pública, que, efectivamente, descentralizasse competências nas áreas da saúde, da educação, do ambiente, dos transportes etc, as coisas, naturalmente, não seriam assim tão desequilibradas.

Cumprimentos,


Caro Anónimo,

Com as regiões instituídas e respectivos órgãos eleitos democraticamente, cada uma delas gerirá os seus recursos da maneira que acharem mais adequado, sendo certo que, em qualquer caso, terão sempre que, ciclicamente, prestar contas ao eleitorado regional.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
PortoPCTP quanto é que ganham os trabalhadores nos teus paraisos socialistas?

SUEVO