Mais um passo para a Regionalização


Governo propõe cinco regiões turísticas

Porto, Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve são as novas regiões apresentadas

A associação das agências de viagens (APAVT) concorda com a redução do número de regiões de turismo das 19 agora existentes para cinco, proposta pelo governo, mas defende que áreas como as competências ou financiamento das entidades devem ser clarificadas.

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em comunicado, também defende que a delimitação territorial das regiões de turismo deve coincidir com as NUT II (numenclatura de unidades territoriais), constituindo-se cinco entidades, ou seja, "Porto e Norte de Portugal, Centro de Portugal, Lisboa, Alentejo e Algarve".

Portugal é uno em termos de promoção internacional do seu turismo e tem de ter uma imagem forte, mas actualmente existem demasiados organismos e regiões de turismo, gastando recursos que podiam ser muito melhor aproveitados. São sobejamente conhecidos os “lugares” com um grande número de benesses associadas (sobretudo em viagens).

As câmaras municipais e associações de municípios, têm algum receio de perder as marcas institucionais existentes mas a organização territorial é diferente de produtos turísticos e marcas e estes podem juntar-se numa mesma entidade sem qualquer perigo de desaparecerem ou perderem importância, antes pelo contrário.

Comentários

Al Cardoso disse…
Sera que o "Norte" e o "Centro", nao merecem um nome mais sugestivo que uma indicacao geografica?!
antonioj disse…
Sempre preferi a designação Beiras...mas enfim. Entretanto, estou já a contar os segundos até que apareça o costumeiro "mas Aveiro não tem nada a ver com Coimbra bla bla bla" :)
Anónimo disse…
Vai aqui uma grande confusão. O Governo pode ter quantas Regiões quiser. UMA, CINCO ou DEZANOVE. O Turismo, os empresários turísticos, podem ter quantas associações quiserem. Organismos do ESTADO e Associações Empresariais, são coisas muito diferentes. Mesmo neste rectângulo...
BM disse…
O "costumeiro" tem razões fundamentadas nas referências bibliográficas. E o senhor?
Vá já que se digna de criticar apresente-me justificações plausíveis.
Se quiser trocar referências estou ao seu inteiro dispor para lhe enviar email numa correcta e ordeira conversa.
Aliás sempre defendi a tese de apresentar as Regiões de Turismo como "produtos turísticos" e não em blocos anti-natura.
E se diz de mim "bla bla bla" é porque não se digna ao trabalho de ter um pouco de paciência para ler, eu terei sempre.
Gosto de ler, ouvir e mais.. de aprender.
Em bom rigor, esta alteração, ao contrário do que muito imprecisa e fartamente foi propalado pelos media, não produz nenhum efeito de "regionalização". Só aparentemente.


O Governo decidiu apenas reorganizar serviços seus, o que pode fazer como muito bem entender, e adoptar o modelo das cinco Regiões para proceder a uma nova desconcentração. Mas, atenção incautos, tudo continua dependente de um Ministro.


Ao contrário, quando chegar finalmente a Regionalização, esta área do Turismo é uma das que está particularmente vocacionada para ser de imediato transferida para a ESFERA REGIONAL!


E aí sim, cada Região procederá então como bem entender (AO CONTRÁRIO DE ACTUALMENTE, EM QUE TEM DE "ENGOLIR E NÃO BUFAR", passe om plebeísmo!).


Ou seja, com as competências desta área enfim transferidas por completo para a Administração Regional, cada Região fará, legitimamente, como lhe parecer mais adequado: o Algarve, por exemplo, poderá manter tudo como está e continuar a ter a sua Região de Turismo única, mas a Beira poderá, pelo contrário, decidir eventualmente "ressuscitar" algumas (Sub-)Regiões de Turismo agora extintas, como a da Serra da Estrela, a da Costa de Prata, ou inventar outras, de acordo com a vontade dos seus eleitores.


Por este motivo, poderemos considerar esta alteração apenas mais um pequeno passinho em direcção à verdadeira Regionalização...
Amigo A Castanho,

Esta medida relativa às regiões de turismo é a aplicação a este sector do modelo PRACE que tem por objectivo, numa primeira fase, dar coerência territorial a toda a administração desconcentrada do estado central.

Organizada a administração periférica do estado, numa segunda fase a instituição das regiões administrativas irá aparecer aos olhos da opinião pública quase como que uma evolução natural e um aperfeiçoamento do sistema administrativo.

Cumprimentos,
BM disse…
É engraçado que actualmente para se chegar a Lisboa passamos pela "pseudo região" do Alentejo... (via A-1)
Sem sombra de dúvidas.. As NUTS são a coerência no seu auge! ;)
Caro A. Felizes:

claro que sim, obviamente, mas há um fundo erróneo nesta maneira de informar, no meios de comunicação, dizendo que, com esta nova desconcentração, "a Regionalização chega ao Turismo". Certo que é uma forma de simplificar para criar um título sonante, mas há simplificações que induzem em erros grosseiros. Neste caso concreto deveria antes dizer-se: Regiões de Turismo APROXIMAM-SE das futuras Regiões.


Bruno Martins:

tem toda a razão, o actual desenho das NUTS II tem de ser afinado (recuperado o seu desenho original?) antes de se estabilizar como modelo inicial da nossa Regionalização. O que, todavia, é diferente de pô-lo completamente em causa, como parece sugerir no seu comentário...


Cumprimentos,


Ant.º das Neves Castanho.
antonioj disse…
Caro Bruno, não duvido dos seus conhecimentos, mas qualquer pessoa que analize os seus posts no Regiões vai identificar a repetição de determinadas palavras e argumentos, nomeadamente "Coimbra" e "Aveiro", algo que notoriamente ultrapassa o carácter ciêntifico que reclama para as suas opiniões. Não tenho os seus conhecimentos de Planeamento, tenho porém 10 anos de experiência a trabalhar em conjunto com parceiros dos 6 distritos da Região Centro, com os quais foi possível alcançar objectivos que individualmente seriam impossíveis, e que nos têm demonstrado que efectivamente existe uma região com viabilidade entre Lisboa e o Porto, que não necessita de estar completamente condicionada por estas duas grandes urbes/regiões.
Al Cardoso disse…
Volto ao inicio dos comentarios; porque sera que tem medo de chamar a futura "Regiao Centro", de "Beira" ou "Beiras"?

Um abraco regionalista e beirao.
Anónimo disse…
Região das Beiras é verdade e soa bem. Está na hora de convencer os beirões.
caro al cardoso,

Relativamente ao "Norte", não vejo qualquer necessidade de alteração de nome pois as pessoas já se identificam muito com esta designação.

No que toca ao "Centro", julgo que as suas populações pouco ou nada se identificam com esta designação, daí que o nome "Beiras", por estar associado à antiga divisão provincial, possa ser mais adequado.

Cumprimentos,
BM disse…
Já tive a oportunidade de referir que não estou apenas a referir-me a Aveiro e a Coimbra (bastará ler a resposta que lhe envio num dos assuntos anteriores).
O problema é que ainda não chegou ao cerne da questão, sobre a metodologia aplicada para a regionalização. O dever de uma análise correcta incumbe aos técnicos e a aprovação e legislação aos políticos ou à população (referendo).
Haverá sempre “interesses” por de trás de todos os vectores e de todas as ponderações aplicadas em uma regionalização, mas compete aos técnicos defini-los bem. Por isso será de um especial interesse estudar/abordar os territórios pelas diversas características. Já falei da actual situação de Santarém, no Alentejo. Poderia questionar sobre a centralidade regional do Porto comparada com a de Coimbra. Poderia referir ao desenvolvimento e crescimento de Viseu e Braga destes últimos 10/15 anos. Mas falo e falarei de Aveiro, porque poderia falar de Ílhavo ou da Gafanha da Nazaré e do que exige a população. Falo porque existem cenários diversificados dentro do território português. Se dou mais primor a Aveiro é por tenho motivos para tal, bastará estar atento às notícias para se saber cronologicamente os serviços que Aveiro perdeu ao longo dos anos.
A região centro contempla actualmente territórios tão distintos como os do distrito de Castelo Branco, Leiria, Aveiro, Viseu, Coimbra, Guarda, Santarém e Lisboa. 8 distritos, será este o ponto de partida para uma identidade da região? Não. Sem traçar camadas (layers) e referir factores naturais e humanos não podemos actuar com uma delimitação correcta ao território.. o resto é trabalho das ponderações…

Também não concordo com muitos dos nomes dados pelo INE, parece que Portugal começa e acaba entre Lisboa e Porto. Ou do concelho de Mira se inserir no Baixo Mondego, induz as pessoas em erro. Há vários exemplos infelizes, mas não ficamos só pelos nomes a delimitação também está muito aquém das expectativas.
Um abraço
BM disse…
Sr: Al Cardoso
Já agora de referir que “Norte, Sul, Este e Oeste” são pontos cardeais e devem sempre ser referidos em maiúscula.
Agora "centro" parece-me derivada mais de uma posição matemática do que da linguística geográfica. Mas irei pesquisar na Fac. Letras..
Assim também se aprende...
Al Cardoso disse…
Caro BM:

Voltando a consultar os meus comentarios, cheguei a uma conclusao, ou sou eu o meu amigo, que necessitamos de fazer uma visita ao oftamologista.
Nao consegui ver onde escrevi "Centro" ou outro ponto cardeal com minuscula.
De qualquer forma, bem haja por uma correcao que nao necessita de ser corrigida!!!
Dizia o meu falecido avo que "presuncao e agua benta, cada um toma a que quer"!!!

Um abraco beirao d'Algodres.
BM disse…
Pois, ninguém necessita de ir ao médico dos olhos.
Estava-lhe a dizer que "Centro" não é nenhum ponto cardeal.
E se o senhor não consegue entender a linha de seguimento ao comentário, por favor queira ler o que escreveu no 1º comentário:
Passo a citar "Sera que o "Norte" e o "Centro", nao merecem um nome mais sugestivo que uma indicacao geografica?!"
Ou seja se o senhor ainda não entende remeto-lhe à referência de centro de uma posição matemática e não geográfica.
Al Cardoso disse…
Pois nao, o Centro e o meio, mas no presente caso nem sequer e o meio de Portugal!

O que eu mais adoro, em muitos comentarios, sao estas ninharias linguisticas, fujindo ao essencial!!!

Um abraco beirao!
BM disse…
O "essencial" vai de encontro à ideia que referiu no primeiro comentário deste tema:
Passo a citar: "nome mais sugestivo"
Se acha que são "ninharias" então explique-se!
Comentou por comentar?
Comentou porque pensou que ninguém o iria ler?
Porque não tinha nada para fazer e escreveu uma ninharia?
Outro motivo qualquer?

Gosto de entender qualquer cidadão mas, por favor, explique-se!

Abraço
Al Cardoso disse…
Ja vi que no que toca linguistica, o meu amigo bate-me aos pontos!

Toda esta discussao, so foi originada pelo facto de em nao concordar que a BEIRA ou Beiras, lhe queiram chamar "Centro", estou no meu direito ou nao?

O facto de nao usar o portugues mais correcto, (de acordo com o meu amigo) em nada invalida a minha opiniao, digo eu!

Um abraco e pela minha parte dou o assunto por encerrado.
BM disse…
Óbvio que seria pelo nome... pelo facto de "centro" não ser indicação da qual também não concordo..
E a sua opinião é válida :)
Referi no comentário de Sex Out 26, 10:12:00 PM que:
"Também não concordo com muitos dos nomes concedidos pelo INE, parece que Portugal começa e acaba entre Lisboa e Porto..."

Contudo o que se necessita para um bom debate é de calma e serenidade..

Outro abraço