NUTs II / Regiões

185As NUTS (Nomeclaturas de Unidades Territoriais - para fins Estatísticos) designam as subregiões estatísticas em que se divide o território dos países da União Europeia, incluindo o território português. As NUTS estão subdivididas em 3 níveis: NUTS I, NUTS II e NUTS III.

As NUTS II (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira), subdividem-se em 28 NUTS III

Decreto-Lei nº 204/2002 - NUTS em Portugal

Será que uma Região pode ser apenas uma zona ou unidade administrativa, com determinados contornos geográficos ou mesmo económicos?

Não, é preciso mais. Uma região para existir de facto, terá antes que entrar na percepção dos que nela habitam. Pressupor a convicção de um espaço comum partilhado, ideia vivida e protagonizada pelos que se identificam com ela e lhe conferem a razão e sentido de ser.

Exigirá, certamente, a existência de um campo cultural já alicerçado numa certa identidade comum ou então de um projecto de futuro suficientemente mobilizador e com garantias mínimas de sucesso. É preciso despertar nas pessoas o sentido e gosto de pertença, gerador de uma certa identidade.

Assim sendo, a grande questão que se coloca é sabermos como é que uma novel região consegue criar a sua propria identidade cultural, económica e social por forma a despertar nas suas populações o sentimento de pertença. Pessoalmente não tenho dúvidas, este é um processo evolutivo e de conquista de diferentes agentes portadores do ideal de regionalidade, capazes de transmitir a mensagem dos valores positivos, que esta nova realidade pode trazer para o bem estar e desenvolvimento das pessoas, designadamente do interior do País.


Comentários

BM disse…
A população de Aveiro não se identifica com Coimbra. Não sou eu a dizê-lo somos todos, basta fazerem uma sondagem. Não temos laços afectivos, não temos tradições com este Sul..
Temos mais meios e modos de transportes para o Porto, os comboios são mais baratos, a distância é idêntica.
O Aeroporto é um factor que também nos liga à região Norte.
Temos laços afectivos com os concelhos a Norte e não a Sul. Basta ver até os laços criados com a região da Galiza.
Em aspectos da geografia física poderei referir que Coimbra está localizado numa região de fronteira geológica, dado que a serra cársica mais a Norte é a serra da Boa Viagem (Figueira da Foz) o que perfaz uma biogeografia totalmente diferente de Aveiro.
Em termos económicos estamos muito mais ligados ao Norte que ao Centro. Basta fazer de novo a ponderação criada pelo INE numa escala nacional. A nossa região de Turismo vai até ao Douro e não até ao Mondego.
Depois Coimbra está a criar problemas a Aveiro e Aveiro a Coimbra.
Se for para dar uma aula da dispersão espacial da população até dava mas as NUTS são uma banhada!
As regiões deveriam ser mais pequenas e não Grandes como as de Espanhã onde a população está CONCENTRADA e não dispersa/fragmentada como em Portugal, excepto Alentejo.
Criem-se regiões mais pequenas como verdadeiras identidades regionais como existe na Alemanha, Bélgica, Holanda, Áustria!
http://aveirolx.blogspot.com/2007/10/turismo-municipalismo-vs-regionalizao.html
http://norteamos.blogspot.com/2007/10/que-regionalizao-para-aveiro.html

E isto seria pelo bem da população nacional, veja-se que o concelho de Aveiro tem mais população em seu redor que Coimbra, porque somos um concelho mais pequeno, se tivéssemos o mesmo tamanho em área o peso politico seria diferente! Mas não temos, ou seja, valemos pelo aglomerado!
Al Cardoso disse…
Noto no comentario anterior, uma pequena rivalidade entre cidades, que seria atenuada se em vez de se colocarem a sedes regionais e os servicos principais nestas, se coloca-sem noutras localidades de menor dimensao; isto ate traria mais desenvolvimento para estas.
Nao sou a favor de uma regionalizacao, que com ela se criem novas centralidades!
Anónimo disse…
Querer e não querer, coisa difícil. Bom senso... bom senso... Na tentativa de acabar com os ricos, acabamos por ser o 25.º país da UE-27, com maior percentagem de pobres. E, ou muito me engano, ou continuamos nesse caminho, em passo acelerado. Regionalizar é matar o centralismo? Não. É domesticá-lo. Dividi-lo entre Coimbra, Aveiro e Viseu, por exemplo. Fico preocupado quando leio "princípios" de há 90 anos, que deram péssimos resultados. E muita fome...
BM disse…
Sr. Cardoso, sou natural de Aveiro e estudo em Coimbra Ordenamento do Território e Desenvolvimento.. Frequento o último ano da licenciatura.
No que diz respeito à rivalidade ela existe, é conhecida e digo-lhe que é uma rivalidade saudável embora por vezes irrite.
Vejamos o caso do fecho dos SAP's e das Maternidades. Quantas fecharam no actual distrito de Coimbra? Quantas fecharam no distrito de Aveiro? Comparem-se os direitos das populações! Existe uma diferença que é praticamente o dobro da população do distrito de Coimbra!
Temos falta de hospitais e ainda nos fecham mais serviços?
Conforme se nasce numa estrada, conforme se morre!
Porque não Coimbra ter a sua região? Aveiro, Viseu, Leiria.. cada um com a sua..
Regionalizar é necessário! Mas sim com pés, troncos e cabeça (acima de tudo) não podemos dividir um território sem olhar para as suas vertentes geográficas e atropelar o mesmo com números.. Os ajustamentos que a região centro sofreu ao longo dos anos? Ninguém fala nisso?
Santarém é Alentejo? Outra ironia! Até as origens da língua Portuguesa atropelam! É dar pontapés em cada esquina! As NUTS.. são uma banhada..
BM disse…
Distrito de Coimbra (População Residente Total 2001): 441 245

Distrito de Aveiro (População Residente Total 2001): 713.575

E só para meterem "piada" no site do Governo civil de Coimbra quando se carrega em Caracterização do distrito (clicar em distrito - Caracterização), ver população Residente: 1 710 330.
Receito de ter poucos habitantes... Quiçá!?

Ver link:
http://www.gov-civil-coimbra.pt/caracterizacao.php
Caro Bruno Martins,

A posição dos geógrafos e estudiosos do ordenamento do território é inequivocamente favorável à instituição de regiões administrativas. Todavia discordam completamente deste modelo das NUTS II por o considerarem um mero modelo estatístico e de planeamento e por isso mesmo muito tecnocrático e pouco ajustado á realidade geográfica, cultural e económica do país.

Pessoalmente, nesta fase acho que o mais importante é avançarmos com o modelo mais ou menos consensual das NUTS II e depois, avaliando os diferentes processos de desenvolvimento, ajustar e aperfeiçoar quer as as delimitações quer outras questões.

Cumprimentos,
Anónimo disse…
Imaginem a rapaziada a chegar a uma universidade para início do ano. Sócio, de que NUT III és? Eu? Eu agora sou do centro. Do centro? Brummmmm!!!!!
Anónimo disse…
O Eng.º Socas aquele dos 150000 empregos mandou para publicação o diploma que extingue os hemisférios norte e sul. Dentro da lógica de ordenamento segundo as NUT´s e ao abrigo do PRACE em curso passam a existir cinco hemisférios: Norte (Porto); Centro (Coimbra); Lisboa e Vale do Tejo (Lisboa); Alentejo (Évora) e Algarve (Faro). NOTA: As cidades-sede ficam estas para não serem sempre as mesmas. Zé de Braga.
BM disse…
No futuro da regionalização importante é não arrastar confusões e actuar com as delimitações correctas. Não podemos actuar com uma politica de ordenamento "em cima do joelho" na qual Portugal é perito
Até que se tomem as devidas correcções estaremos "50 anos" à espera.. E regiões mais pequenas? Porque não?
Serão o Norte e o Centro homogéneos como o Alentejo? Claro que não.
O problema é de quem pretende avançar à força toda com a regionalização... Desculpe.. mas assim também não!
antonioj disse…
Caro BM, já agora, uma região só para sim não era bom???? E quem o o nomeou representante do povo de Aveiro??? Só por sua causa por acaso gostava de ver Aveiro "desaparecer" como suburbio do Porto numa região Norte...Não percebo tanto "ódio" em relação a Coimbra. Por muito que lhe custe, existe uma realidade "Centro" a funcionar numa série de realidades socio-económicas que não se compadece com o seu bairrismo que eu considero doentio, e na qual Aveiro, Coimbra, Viseu, etc, estão a trabalhar em conjunto...
Opiniões são apenas opiniões...


Mas parece-me importante separar o essencial do acessório: haver ou não Regionalização é para mim o essencial; Aveiro estar no Norte, na A. M. do Porto, ou na Beira é claramente acessório! Como, por exemplo (para falar do que mais me diz respeito), Setúbal estar numa futura A. M. de Lx., numa eventual Região Ribatejo-Estremadura (sem a A. M. L.) ou, como se prevê, na de Lx e Vale do Tejo.


Por isso discordo do Bruno M. quando ele defende que a Regionalização deve esperar, indefinidamente se necesário, até se encontrar um modelo "perfeito". O pior é que, para isso, não serão precisos apenas cinquenta anos, pois cada um de nós (e daqui a cinquenta anos já serão outros...) tem o direito de defender o seu próprio modelo "perfeito", como muito bem sublinha o AntónioJ.


Por outro lado, essa ideia negativa de que estar numa dada Região é estar "subjugado" à sua Capital, ou Sede, releva claramente de uma prolongada exposição aos efeitos de um excessivo centralismo...


Ninguém em Cádiz ou Granada se sente "dependente" de Sevilha, pois os votos de todos os andaluzes contam por igual para as decisões políticas dos seus órgãos autonómicos!


No entanto, compreendo que seja um tema interessante saber até que ponto a velha Geografia das onze Províncias (e das actuais cinco Regiões-Plano...) estará mais ou menos ultrapassada pelas novas realidades (mas, também é certo, até que ponto estas são desejáveis e sustentáveis ou, ao invés, reversíveis).


Explico (mais para o Bruno): talvez o actual Distrito de Aveiro esteja funcionalmente mais ligado ao Porto do que ao resto da Beira (e isso é que é relevante, não só a "Coimbra"). Mas tal não significa, por um lado, que isso seja de manter ou agravar, a prazo; e, por outro, nada garante que, ligado ao Porto (ou, pior ainda, a todo o Norte!), a especificidade própria de Aveiro e da sua sub-Região (digamos assim) seja mais bem tratada do que ligada à Beira!


Que, mesmo que venha a ter a sua Sede em Comibra (aqui eu tenho de discordar do Al. Cardoso...), pode muito bem, de acordo com uma filosofia mais "regionalista", desconcentrar os seus órgãos, políticos e técnicos, pelas principais urbes da Região - Viseu, Leiria, Aveiro, Castelo Branco, etc....


Seguindo o paradigma da própria União Europeia (que nem sequer quis ter Capital): Parlamento em Estrasburgo, Comissão em Bruxelas, Banco Central na Alemanha...


Espero ter sido claro. Se não, poderemos sempre voltar ao tema...
BM disse…
Sr. António:
Não sou monopolista. Pelo contrário, você defende esse “Centro” conforme está implementado em Coimbra.
Pelo contrário, afirmo-lhe que sou pluralista, defendo um modelo mais homogéneo caracterizado com regiões mais pequenas, isto será mais perto das populações.
Quem me nomeou para representante do povo? Desculpe, mas não entendi.
Se me questiona em relação ao que estudo, dir-lhe-ei que é Geografia – Ordenamento do Território e Desenvolvimento e como Geógrafo, a quem compete estudos profundos sobre as realidades territoriais, nas suas amplas vertentes, transmito-lhe o conhecimento adquirido localmente.
Se tivesse “tanto ódio” a Coimbra, conforme afirma, diga-me como poderei estar a estudar nesta cidade? Porque não fiquei em Aveiro em P.R.U.?
Não compreende que desejo o bem de todos os Portugueses, é porque anda equivocado comigo.
Terei todo o gosto de falar abertamente consigo, se assim o pretender, para lhe esclarecer o conhecimento que adquiro ao longo dos anos que me dão como resposta (regiões mais pequenas). Bastará observar e comparar a escala dos estados federais na Alemanha, Áustria, das 2 regiões da Bélgica, etc.. com as NUT’s II
Porque é que Ovar não está na mesma Nut III que os concelhos da Feira, Oliveira de Azeméis, etc? Já alguma vez se questionou sobre vantagens /desvantagens /motivos /expectativas /ambições sobre a população inerente?
Sr. A. Castanho:
Modelos perfeitos não existem, se o senhor for licenciado em Geografia saberia que quem molda o território é o ser humano e por isso ele é mutável em qualquer unidade de tempo e em qualquer lugar.
Temos quantos estádios do Euro2004? E os estudos deram certo? Derramar lágrimas sabendo que se poderia ter poupado dinheiro? Sabe-se hoje que não seria necessário ter tantos estádios com estas dimensões de lotação. Mau planeamento, má gestão. É óbvio que estamos numa democracia e o planeamento exige a participação da população, mas por favor, direi um ditado “cada macaco no seu galho” deixem os estudos de delimitação regional para os técnicos habilitados e dotados para tal.
Os diversos QCA e o actual QREN vieram alterar geograficamente o mapa e o espectro regional de Portugal. São as constantes mutações, sem um carácter geográfico rigoroso, que me deixam receoso… Podemos modificar o mapa, mas a genética da população não.
Vejamos uma evolução cronológica da região Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo
Quem delimita (INE) dá pontapés na gramática, na história, na cultura, na tradição, sem reflexão às vivências sociais, sem atenção aos equilíbrios biogeográficos, às bacias hidrográficas (onde existem entidades inter-municipais estabelecidas por cima das fronteiras das Nuts) que desfiguram toda esta rede.. que é meramente estatística mas adoptada por quem não quer aprofundar soluções pelo estudo do território português..

Então regionalizar será como comprar uma casa ao Banco, é falar na prestação mensal, mas não referir os juros ao cliente. Todos os vectores são importantes e todos devem ser ponderados para um estudo eficaz do território.
Licenciados em Direito – Legislam o que os técnicos de ordenamento estudam.
Licenciados em Economia – Fornecem dados relativos a esse sector aos técnicos de ordenamento..
“e assim sucessivamente...”
É óbvio que qualquer pessoa poderá fazer a sua delimitação regional, por diferentes metodologias, mas quem garante que essa pessoa está habilitada para tal? Com que factos e fundamentos? É isso a que me refiro.

Um abraço
Anónimo disse…
"As regiões deveriam ser mais pequenas e não Grandes como as de Espanhã onde a população está CONCENTRADA e não dispersa/fragmentada como em Portugal, excepto Alentejo.
Criem-se regiões mais pequenas como verdadeiras identidades regionais como existe na Alemanha, Bélgica, Holanda, Áustria!
http://aveirolx.blogspot.com/2007/10/turismo-municipalismo-vs-regionalizao.html
http://norteamos.blogspot.com/2007/10/que-regionalizao-para-avei
"

Li os primeiros 2 comentarios do Bruno Martins e concordo perfeitamente.
Aveiro é mais proxima do norte. Tem uma identidade mais proxima do norte.
Concordo também que devem-se criar regioes mais pequenas de acordo com a identidade de cada regiao e dos seus respectivos povos.
Para mim Aveiro devia ser uma região e do Vouga ao Mondego outra.
Norte + Aveiro + Vouga-Mondego = Antigo condado Portucalense = identidade propria
Anónimo disse…
Bruno Martins, gostaria de falar consigo

se nao se importa mande-me um mail para fernator5@hotmail.com

aguardando
Anónimo disse…
em primeiro lugar quero dizer que o assunto em questão me achou a atenção, não só porque sou 100% a favor da regionalização, segundo porque sou de aveiro. Sobre o tema, confesso que sempre me senti mais proximo de coimbra que do norte. Penso que essa proximidade ao porto acontece mais a norte de oliveira de azemeis. Sou contra a divisão excessiva do território e não acredito num modelo com mais de 6 ou 7 regioes. Sendo que aveiro não seria capital de nenhuma como é obvio. O que Aveiro tem de decidir é se quer competir com braga, pela segunda posição na macrocefalia da regiao norte liderada pelo porto; ou se quer fazer parte de uma rede de cidades médias no centro. Eu por mim escolho a 2ª... em qualquer modelo haverá sempre concelhos que ficarão na fronteira entre regiões... e não há modelos perfeitos. Sobre as regioes alemãs e da belgica, esqueceram-se de referir a densidade populacional das mesmas...