Perguntas inconvenientes

100AC no "Alcáçovas"

Há uns anos atrás fui representante partidário numa Assembleia de um dos mais populosos concelhos de Portugal.
Fui também leader da "bancada" do meu partido.
Estávamos ainda num período de certa euforia participativa, de intervenção e, digamos, de novidade.
Mas mesmo nesses tempos mais eufóricos a presença e a intervenção dos eleitores era pequena.
E hoje?
Quem é que vai assistir e, mais, participar, nas nossas assembleias municipais?
Qual é o papel prático dos membros eleitos?
Qual é realmente o papel destas Assembleias? Não o "papel" legal, constitucional, mas o papel de facto.
O que é que acrescentam, ou melhoram, à gestão camarária?
Culpa da legislação que temos? Culpa dos nossos autarcas? Culpa de todos nós, cidadãos?

Julgo que é tempo de repensar toda a nossa administração, central e local. Preparamo-nos para discutir, mais uma vez a questão da regionalização, mas e o resto?

O "resto" é toda a centralização de responsabilidades e competências no Governo. A rede de organismos regionais que mais não são do que "representantes" do poder central.
É tempo de mudar, para melhor, para acompanharmos a evolução tecnológica, a globalização, para melhorarmos a nossa competitividade e, sobretudo, para aperfeiçoarmos a nossa democracia.

Melhor democracia só com mais participação. Mais participação só com descentralização de poderes. Mais democracia só com mais responsabilidades locais.. Mais e melhor democracia nas nossa aldeias e não apenas em Lisboa.

Temos que arrepiar o caminho que vimos seguindo num sentido de gradual distanciamento entre os eleitores e os políticos, entre o poder central e a falta de poder local, regional.
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