Uma visão para o futuro

370Portugaliza e o futuro

O professor Armando Coelho sinalizou recentemente que Portugal não pode ficar com uma história política que só é conhecida a partir dos limites do actual Estado: «há informações em termos de per vivencias que não são inteligíveis se nós fizermos a nossa história só até o começo da nossa nacionalidade ou até o começo da era romana. Temos que ir mais para trás». Afirmação com a que coincide David Santos Araújo quando disse que «Portugal não precisa procurar as suas origens num caldo nubloso e confuso onde todas as conjecturas são possíveis».

Por isto mesmo, e apelando ao respeito histórico, faz-se necessária a crítica do mito lusitanista que se tem erigido como grande conformador da identidade portuguesa até os nossos dias, mito que em certa medida, continua a reproduzir-se na actualidade no país.

Hoje sabemos com claridade, que o norte de Portugal; o território compreendido entre os rios Minho e Douro, nunca fez parte de nenhum marco histórico ou político lusitano, no entanto sim galego, o que não quer dizer que estejamos a estabelecer fronteiras onde não as houve. Mas sim podemos tentar recuperar a veracidade histórica a esse respeito. E se calhar, a melhor forma de ressarcir essa errada interpretação da história e do passado, seja, em primeiro lugar, tentando reconhecer essa galeguidade da parte norte do país, através da recuperação da memória e dos seus direitos históricos.

No ano 1998 celebrou-se em Portugal o referendo pela regionalização, onde por escassa margem, ganhou a opção que advogava pela continuidade centralista. Mas hoje, quanto já têm transcorrido uns quantos anos desde essa cita; são de novo, numerosas as vozes, que reclamam com força a necessidade de recuperar e implementar a ideia da regionalização. O mal-estar nas periferias, nomeadamente no norte, não deixa de acrescentar-se cada dia, agravado pelos desequilíbrios territoriais que o modelo actual tem propugnado.

Nesta ordem de coisas, a nossa proposta lançada desde a Galiza do norte ao País do sul, seria dirigida cara a ideia de tentar levar a termo um novo processo de descentralização, na linha do que estabelece a própria Constituição da República. Processo pelo qual, o norte do país (conformado pelas actuais províncias de Douro, Minho e Trás-os-Montes), fosse englobado numa só entidade regional autónoma de nome Galiza.

Esta nova Galiza portuguesa viria entroncar com a Galiza espanhola na actual Euro-região Galiza-Norte de Portugal, que ainda hoje se encontra na fase mais inicial do seu desenvolvimento, mas que conta com amplas potencialidades no contexto europeu e global. Uma Galiza reencontrada, que aliás, teria de confluir necessariamente com a Lusitânia e o seu povo no marco duma entidade superior portugalega. Uma Portugaliza desde Ferrol até Faro, o sonho de muitas e muitos.

No "chiKa project"
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Comentários

Anónimo disse…
Não posso prever o futuro...Mas não desejo ver desaparecer no tempo futuro o meu Portugal Regionalizado..

Outros Nostradamus?

Não quero mais Herminios..

Já falei no que respeita à região Norte o do Eixo-Atlantico...
Queres ver que estes estão do lado do nÒbel..

cumprimentos
Anónimo disse…
Lamento, mas a História não se escreve da frente para trás.


A Galiza esteve, na origem, ligada ao Condado Portucalense, mas separou-se, politicamente, nos alvores da nacionalidade portuguesa. Pode lamentar-se, mas não apagar-se. É um facto e ponto final.


Cooperar é o caminho adequado. Investigar e preservar um património cultural comum é meritório. Querer re-escrever a História é quixotesco e não merece qualquer atenção.
Anónimo disse…
E andariam todos descalços... com vestes dalailamianas... seriam vegetarianos e praticariam o "tocoismo"...
Não há paciência...