A necessidade urgente da Regionalização

Justino Manuel de Oliveira Marques
Licenciatura em Economia (FEUP); Mestrado em Gestão (EEGUM);
Doutorando em Direcção de Empresas (USAL); Professor do IESF.

Discursos:

A tentação do discurso quando se trata de medidas com implicações na organização estratégica ou política da vida das pessoas, numa perspectiva duradoura de desenvolvimento, nunca trás nada de novo nem de útil para os desígnios regionais e nacionais de um grande projecto político como o da regionalização.

É assim porque a regionalização é a derradeira ferramenta política e estratégica (a acção, por excelência e quanto menos discursos, melhor) que falta utilizar para se poder implementar um sistema de governação que potencie o que existe de mais relevante na mobilização das populações de regiões em concreto, designadas com acerto e de acordo com critérios objectivos baseados na antropologia e na geografia.

Por outro lado, é a única que pode contribuir para nos fazer aproximar dos mecanismos políticos modernos e mais avançados utilizados pelos países que já estão muitas décadas para além do nosso nível de desenvolvimento e, relativamente aos quais, continuamos a atrasar-nos.

Por isso, o valor político dos discursos é nulo quando não tem consequências práticas, isto é, nas condições de desenvolvimento e de melhoria de vida de uma determinada região ou do país como um todo unitário e equilibrado. No fim, só é relevante a acção política real que, boa ou má, acaba por induzir consequências no quadro quotidiano e futuro das populações.

Empedernidos:

Empedernidos ou refractários ao desenvolvimento das regiões quando alinham argumentos com base num dos elementos básicos da modernização do país: as infra-estruturas rodoviárias: Estas infra-estruturas, parece esquecerem esses refractários do desenvolvimento, permitirão sempre tanto a entrada como a saída das populações das suas regiões.

Parece esquecerem, ainda, que, nos movimentos de saída por força da acção centrípeta desencadeada pelos grandes pólos urbanos, o destino será sempre os grandes centros de Lisboa ou do Porto, onde todos poderão assistir a uma progressiva descaracterização humana e urbana, geradora de efeitos destruidores a que infelizmente assistiremos, mais dia menos dia.

Este empedernismo nunca poderá compreender a diversidade dentro do todo nacional, numa ponderação em que o desenvolvimento equilibrado assuma as rédeas de todo o Ordenamento nacional, por intermédio das regiões a criar, empedernismo esse devido a insuficiências conceptuais e de conhecimento do País e/ou a ausência de acção estratégica na decisão e no
exercício político.

Análise das práticas:

Mais que análise das práticas o que se exige é o exercício de boas práticas políticas e todas recomendam que tenha por finalidade última e urgente a implantação da regionalização.

Análise das práticas não passa de um exercício intelectual de diagnóstico (já há demasiados) que pode ou não ter consequências práticas, se não tiver como objectivo final o desenvolvimento sustentado e equilibrado de todas as regiões e não o agravamento das assimetrias como tem vindo a ser assustadoramente comprovado.

Para que serve, então, a análise das práticas de economistas, políticos, analistas, directores de jornais, militantes privilegiados dos principais partidos, senadores da República, etc., etc?

Pelos vistos, atendendo ao agravamento das assimetrias de desenvolvimento, para nada.

E todos nós, os que frequentamos as faculdades de economia, em busca dos princípios e das técnicas em prol da excelência da economia e das empresas e alguns que até assumiram funções governativas que terão a dizer se e quando algum dia forem interpelados sobre os resultados da sua acção governativa no desenvolvimento equilibrado e sustentado do país?

(...)

Comentários

Anónimo disse…
será que tenho que ir ao portal dos economistas?

ihihih
Anónimo disse…
Outra vez o belzebu, o mafarico! Estamos tramados; vamos longe com gente assim.
Anónimo disse…
Caros regionalistas,

Este é o mapa base, com 11 Regiões Naturais, mas o que se propõe é que, a partir delas, se criem apenas 7 Regiões Autónomas de acordo com critérios objectivos relacionados com o equilíbrio de desenvolvimento das zonas urbanas e das zonas naturais (agrícolas e florestais), sem criar monstros urbanos nem definhamentos desnecessários, reconstrução e/ou recuperação em vez de construção nova, equilíbrio entre ruralidade (a consolidar e aumentar) e urbanidade (a modernizar e melhorar), privilegiar recursos próprios internos a cada região e complementá-los com os das outras regiões, em detrimento dos recursos exógenos (estrangeiros), etc., etc.
Isto é o essencial e o necessário.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Ainda sobre o meu comentário anterior, poderão perguntar: - E a globalização não entra aqui? Claro que entra e deve entrar, mas por uma porta mais pequena.
Peço-vos para examinarem um pouco as consequências actuais da globalização, especialmente nas vertentes económica, financeira e humana.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
importantissima...
ou melhor dizendo:
o que é a globalização?
Anónimo disse…
Não sei. Fazia-me um grande favor se me explicasse porque ainda não consegui perceber esse movimento global e generalizado.
Exprimo aqui a minha incapacidade em compreendê-la e gostaria de compreender melhor do que se trata.
Enfim, não podemos abarcar tudo, ao contrário da confraria dos contraregionistas que percebem de tudo e não conseguem fazer nada; isto é:
(1) Treinadores de bancada
(2) Argumentos de tasca
Aguardo as explicações, sensibilizadamente.

Os meus respeitosos cumprimentos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
se vier para este barco eu explico...
caso contrário acoste no porto que quiser..
tavez em África perceba melhor..
Anónimo disse…
África, é um lugar muito melhor frequentado, graças ao Criador.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)

PS - Não sabem mesmo dizer nada ...; a criada lá de casa era muito mais sabedora e sábia; que diferença.
Anónimo disse…
não entendeu esta da África versus globalização...é pena
Anónimo disse…
Eu percebi onde quer chegar, caríssimo: E sei também qual é o meu porto de chegada. O que não percebeu foi a minha ironia ao afirmar que não percebia nada da globalização. Desengane-se meu caro, ainda não tem inteleigência suficiente para compreender o que é irónioco e o que não.
Para esse barco, com diz um famoso ministro actual: "Jamais, jamais".
Em termos de pensamento sou ecológico, recuso-me a ser contaminado por pessoas que tudo pôem em causa e tudo empatam, exactamente para não se fazer nada.
Andamos nisto há 500 anos. Por isso, naveguem no vosso barco com os vossos instrumentos náuticos e percorram as vossas rotas e deixem entrar os passageiros que vocês acham que podem "corromper" intelectualmente.
Daqui, como diz o povo, "só levam sopa" e, já agora, lêam, lêam que faz bem à vista.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
Bem vistas as coisas, o autor do texto "A necessidade urgente da regionalização" deve ter estado com um trabalho dos diabos a elaborá-lo e não aparece ninguém a comentá-lo.
Pelas reticências em baixo, fiquei com a impressão que o texto continua. Agora, uma pergunta ao snr. António Felizes: será assim ou estou enganado?
Se estiver enganado, o texto que apresenta está bem esgalhado, especialmente na parte que nada contribui para o desenvolvimento e para a regionalziação: os discursos.
Depois, vem com os empedernidos, isto é os prisioneiros de interesses mesquinhos e egoistas que acabam por pôr tudo em causa sem deixarem fazer nada, excepto o que lhes traz benefícios materiais. É como os automobilistas que se colocam sempre na faixa esquerda da autoestrada (a grande maioria, infelizmente), os tais habituais não andam e nem deixam andar. É assim que interpreto os empedernidos.
Depois segue-se a análise das práticas; análise das práticas? Tudo isto do desenvolvimento e da regionalização já está demasiado estudado e insuficientemente aplicado ou relaizado. Lá está, mais um mecanismo para adiar, adiar, adiar e nunca mais chegar ao fim.
Basta de palavreado, de empatas e de teóricos sem qualquer experiência. Aconselho-os a reciclarem-se, rapidamente e a darem uns passeios a pé para estimular as ideias inovadores e organizar as acções úteis e necessárias. Se mesmo assim não conseguirem, saiam da autoestrada e encostem definitivamente às "boxes". Pelo menos tenham essa coragem, dêem o vosso lugar a outros que só realizem mais e melhor.
De qualquer ao autor deste texto base, pelos vistos é economista e gestor, os meus parabéns pela sua capacidade analítica e de síntese aqui demonstrada, qualidade que é muito invulgar reunir numa única pessoa.
Gostava de conhecer este cavalheiro, se é verdade que o texto continua, senhor Felizes, porque razão é que não se transcreve o texto que falta? Ou então pode saber-se onde se encontra disponível para leitura? Pelo pouco que li, tenho quase a certeza que temos aqui outro apoiante das 7Regiões Autónomas ou, caso contrário, enganei-me redondamente.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final)
Anónimo disse…
está ver como acertou desta vez...
enganou-se redondamente.
pelo que escreve o seu livro quantos volumes tem?
ou é só para ler o prefácio?
Anónimo disse…
O livro não tem interesse, nem sequer o prefácio. Talvez o interesse esteja apenas no título e no subtítulo. Isso é bastante por ser muito abrangente e para quem defende as Regiões Administrativas.
O resto podem crer é só conversa sem qualquer interesse, acreditem em mim que sei do que falo.
Agora, com a seriedade que me caracteriza, gostava de conhecer mesmo o autor da "Necessidade Urgente da Regionalização" porque o texto foi bem eleborado e apresenta-se adequadamente sintético, no meu ponto de vista.
Vou tentar ver na rede se existe alguma coisa a respeito dele porque não é muito vulgar ver isto num economista, mais habituados a baralhar os números.

Os meus cumprimentos cordiais aos meus opositores regionalistas, mas "sempre ... ..... ..... "; vá lá, façam o favor de completar, sejam bons alunos.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (pronto, eu completo: "sempre com ponto final")
Anónimo disse…
Ninguém pia